sexta-feira, 19 de janeiro de 2018

MURROS NA MESA E VÁRIOS INSULTOS


O discurso de vários protagonistas tem marcado fortemente as últimas horas do futebol português. A Liga está «incandescente» e como reflexo de múltiplos interesses o tom das opiniões tem subido de volume, nem sempre indo ao encontro do que seria exigível, pois algumas intervenções têm roçado o brejeiro. E quando se trata de gente que depois reclama que se caminha para a «morte prematura da indústria» era bem melhor que se fizesse um exame de consciência global. Porém deve saudar-se as atitudes assumidas por alguns treinadores, particularmente Sérgio Conceição e Abel Ferreira. O treinador portista, que num «remake» da história do boneco veio dizer que não é um «yes man» - e provou-o ontem –, confessou-se cheio de azia, por estar a perder ao intervalo do jogo no Estoril, e também não se furtou a falar da sua opção por quatro laterais, assumindo que não é infalível. É por isso que a sua forma de estar me agrada sobremaneira. Já o técnico minhoto entendeu dar um murro na mesa por ter sido colocada em causa a sua integridade no jogo com o Benfica. Fez bem. E se o fizer sempre que se sentir lesado, sem se esquecer de quem o ajudou, poderá chegar ao patamar com que sonha.

Bruno de Carvalho e Júlio Mendes, respetivamente presidentes de Sporting e Vitória vimaranense, repudiaram os cânticos leoninos no Dragão Caixa e as agressões a jogadores na cidade desportiva minhota. Repudiam os dirigentes e repudia o cidadão que ainda acredita que no Desporto não vale tudo. Mas se o discurso não fosse por vezes tão bélico…
José Manuel Freitas, in Record

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