Na conferência de imprensa, no final do jogo em Braga, Rui Vitória foi convidado a falar sobre a exibição de Raúl Jiménez. O avançado mexicano entrou aos 73 minutos e, depois de falhar um golo que fez desesperar adeptos encarnados, fez o 1x3 final, numa boa execução (o primeiro da temporada, no campeonato). O técnico português, visivelmente satisfeito com a exibição do seu avançado, referiu que «mais vale 20 minutos de jogo a sério, do que 90 minutos em que não estamos com toda a dedicação».
A verdade é que o treinador do Benfica parece apreciar as qualidades do mexicano, quando este salta do banco, mas já lá vamos.
Raúl Jiménez, o jogador mais caro da história do futebol português (custou 22 milhões de euros ao Benfica), chegou à Luz no verão de 2015, vindo do Atlético de Madrid. No entanto, Mitroglou foi o escolhido por Vitória para fazer companhia a Jonas no ataque do Benfica e não deu hipóteses à concorrência. O grego foi titular em 26 dos 32 jogos que participou, para a Liga, marcando 20 golos. O brasileiro só não foi titular num jogo, mas foi utilizado, e marcou 32 golos. Perante este cenário, Jiménez não teve muito espaço, mas, mesmo assim fez 28 jogos na Liga, 20 vindo do banco, marcando cinco golos. Foi mesmo o segundo jogador suplente mais utilizado no campeonato, atrás de Emmanuel Boateng (entrou em 22 jogos, pelo Moreirense).
Na segunda época, no 4x4x2 de Rui Vitória, o internacional mexicano era o suplente ‘crónico’ de Kostas Mitroglou, já que não possui caraterísticas para jogar atrás do ponta de lança, como tinham Jonas e Guedes. Jiménez foi vítima de algumas lesões e acabou por somar menos tempo de jogo. Apesar disso, conseguiu marcar mais golos (sete) em menos tempo de jogo: titular em seis dos 19 jogos do campeonato em que participou.
Pós-Mitroglou não deu titularidade
Esta temporada, com a saída de Mitroglou, o mexicano tinha tudo para agarrar a titularidade e somar mais tempo de jogo. O Benfica contratou Haris Seferovic para substituir o avançado grego e este, devido à participação de Jiménez na Taça das Confederações, começou a pré-época como titular. Os jogos correram bem ao suíço: havia um bom entrosamento com Jonas e… golos. Seferovic começou a época como titular, mas as coisas começaram a correr mal ao Benfica. Os défices no meio-campo e alguma desinspiração dos avançados levaram o técnico encarnado a apostar num 4x3x3, com Jonas a ponta de lança.
Mais uma vez, o avançado mexicano ficou tapado, muito por culpa do rendimento do 10 do Benfica, que conta com 21 golos em 18 jogos. Contudo, o Raúl Jiménez parece merecer a confiança de Rui Vitória e os números mostram isso mesmo: 16 jogos vindo do banco, apenas um como titular, fazem dele o suplente mais utilizado da Liga NOS.
Apesar de não lhe dar a titularidade, Rui Vitória parece gostar da atitude e entrega que o mexicano impõe nos jogos e oferece à equipa. Jiménez não se destaca pelo seu jogo de área nem de cabeça, apesar do seu 1,90m. É um avançado muito móvel e intenso que aparece nas linhas e desce muito, seja para tabelar ou buscar jogo, seja a pressionar os adversários e a saída de bola. Talvez por estas caraterísticas é que o técnico português prefere colocar o Raúl Jiménez na reta final do jogo, aproveitando o desgaste dos oponentes.
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