Jorge Jesus reage a estudo do Sindicato: «Somos um país de emigrantes, deixem-se de tretas»
Jorge Jesus desvaloriza as conclusões do estudo levado a cabo pelo Sindicato de Jogadores, segundo o qual o Benfica foi o clube que menos portugueses fez alinhar na primeira volta do Campeonato. «Somos um País de emigrantes, deixem-se de tretas», reage.
«A mim preocupa-me é não ter jogadores de qualidade. Isso acabou, deixámos de ser nacionalistas nesse aspeto. O mundo mudou no que à globalização do direito ao mercado de trabalho diz respeito. E o futebol é igual. Em Portugal não há quantidade para formar só jogadores portugueses. Temos de formar jogadores portugueses ou estrangeiros, para sermos competitivos em Portugal e nas competições europeias. Essa questão pertence ao passado, não ao tempo de D. Afonso Henriques mas das nossas ex-colónias, quando havia a possibilidade de ir buscar jogadores nascidos em Angola e em Moçambique. Nos anos 80, o Benfica tinha a grande maioria dos seus jogadores portugueses por essa questão. Hoje, isso não existe. Se olharmos para as melhores equipas do mundo, têm um ou dois jogadores do seu país a jogar. A mim preocupa-me trabalhar com a intenção de formar jogadores, independentemente da nacionalidade deles», argumentou o treinador dos encarnados.
«Benfica, Sporting e FC Porto não vão ter muitas possibilidades de ter a maioria dos seus jogadores portugueses. Quando começas a estar atento àqueles que começam a despontar, já eles estão no estrangeiro. Somos o exemplo da formação de jogadores. Os miúdos estão a sair de Portugal com 16, 17 e 18 anos e temos menos quantidade para recrutar», apontou, dando como exemplo os casos de Diogo Rosado e Rui Fonte, dois atletas portugueses que as águias fizeram regressar aos relvados portugueses.
«Nasceram em Portugal mas foram cedo para o estrangeiro, pois as pessoas entenderam que eles tinham qualidade. Nós entendemos recuperá-los e é assim que temos de trabalhar. Somos um País de emigrantes, exportamos trabalhadores para todo o mundo e em Portugal só os portugueses têm direito a trabalhar? Deixem-se dessas tretas», atirou.
A BOLA
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