quarta-feira, 30 de abril de 2025

BOLA DE DOMINGO À TARDE



 Foi uma tarde de sol, futebol e golos, com um ambiente magnífico, fazendo lembrar outros tempos gloriosos. Honra aos jogadores e a quem encheu o estádio de alegria clubística. Houve espaço até para o regresso da famosa hola mexicana, em grande estilo, celebrando uma vitória concludente e confirmando uma equipa pronta para os exigentes exames finais que se seguem. O Benfica entraria avisado pelo deslize ante o Arouca e a única dúvida relativamente ao vencedor deste jogo na Luz não durou mais que um minuto, num lance inicial em que Trubin e António Silva se anularam entre si, quase permitindo que o Aves SAD abrisse o marcador. Mais uma prova de que qualquer distração pode sempre baralhar as contas...

Subir uma linha defensiva inclui riscos e, neste caso, destapa e amplia as fragilidades que fazem do Aves SAD a equipa mais batida do campeonato. Se a esta opção, algo ingénua, juntarmos a inspiração do trio benfiquista da frente, está quase explicada parte da importante goleada. Pavlidis e Amdouni formaram uma dupla de grande entendimento e dinâmica, que deu espetáculo e desmantelou o centro esquerda da defesa avense. Como terceiro atacante, o Benfica teve a ação fundamental e frenética de Akturkoglu, menos requintado tecnicamente que os parceiros da frente, mas ainda mais agressivo e direto nas suas desmarcações e iniciativas que desgastam quem defende.
O Benfica chegaria à vantagem pouco depois do referido susto inicial, na execução de cantos curtos que surpreenderam a defesa à zona avense, demasiado estática e pouco preparada. Resolvido o jogo ainda na primeira parte, o ritmo caiu, só voltando a espevitar quando Lage mexeu na equipa. De assinalar o regresso ao sistema tático alternativo que vem sendo utilizado com sucesso, em que a plasticidade de Carreras sobressai. A eficácia atacante voltou a revelar-se neste jogo, um ótimo prenúncio para as decisões que se aproximam.
Nota final para os golos de Belotti e Otamendi, dois consagrados internacionais, cuja atitude competitiva explica, a par e passo, o porquê das suas brilhantes carreiras.
SONHOS PARECIDOS
Muito curiosa a conversa que julgo ter percebido da bancada, entre Tiago Gouveia e Tomás Tavares, agora jogador do Aves SAD, durante a subida habitual ao relvado, ritual que os jogadores cumprem em qualquer jogo na Luz. Se bem entendi pelos gestos, Gouveia procurava exemplificar um comportamento defensivo ao colega mais rodado na posição, talvez para esclarecer alguma dúvida posicional. A necessária adaptação a uma nova função obriga a novos hábitos e querer aprender é sempre positivo...Tomás Araújo viria a passar pelos dois amigos, mas sem parar, como que fugindo à realidade atual que o tem obrigado a derivar do meio para a ala.
Sim, porque isto de ser lateral-direito para o Araújo imagino que seja só porque tem de ser... Três casos diferentes mas próximos: Tavares, Tiago e Tomás. Letras iniciais que coincidem e uma mesma posição que agora ocupam em histórias bem diferentes. Tavares, o único lateral de origem, mais experiente mas ainda jovem, é já dono de um trajeto variado, tendo evoluído em quatro (!) países. Já Araújo vem sendo um bombeiro adaptado de extrema utilidade que disfarça o fogo, e bem, mesmo fisicamente limitado. Quanto a Gouveia, é um recente mas promissor candidato à nova posição, onde me parece provável poder triunfar, em função das caraterísticas técnicas e físicas de que dispõe. Veremos se é assim.
GOLOS CONTADOS
Infeliz a decisão arbitral de encurtar os descontos, como por vezes se faz em função da clareza do resultado, mas esquecendo a importância que os golos podem ter numa previsível chegada ao sprint. Sei bem o desgaste a que os árbitros também estão sujeitos durante um jogo, quer física quer mentalmente. Porém, quatro árbitros que comunicam entre si não será o bastante para uma conclusão coerente? Acabou por ser um remate infeliz de uma arbitragem insegura e pouco criteriosa, num jogo que nada teve de complicado. Sabe-se que a decisão final sobre o tempo de compensação é do árbitro principal, mas com o apoio dos restantes elementos da equipa de arbitragem, incluindo o VAR. Será que entre este grupo de árbitros ninguém se lembrou da realidade que vivemos na luta pelo título?
Rui Águas, in a Bola

SUBSCRIÇÃO DAS OBRIGAÇÕES BENFICA SAD 2025/2029 FOI UM SUCESSO

 


"As Obrigações Benfica SAD 2025-2029, com uma taxa de juro fixa bruta de 4,50% ao ano e cuja oferta inicial de 40 milhões de euros foi aumentada para 55 milhões de euros, tiveram uma procura válida total de 76,5 milhões de euros, ou seja, 1,39x da oferta final. Os pormenores dos resultados divulgados na Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) podem ser consultados aqui.

Saliente-se que novos investidores subscreveram 29,6 milhões de euros desta oferta obrigacionista, que decorreu entre 9 e 24 de abril, inclusive. Já os detentores de obrigações Benfica SAD 2022-2025 optaram por trocar as suas obrigações no âmbito da oferta de troca, num montante global de 25,4 milhões de euros.
Reflexo do trajeto imaculado das águias no mercado de capitais ao longo dos anos, a confiança dos investidores na solidez económica da Benfica SAD ficou, novamente, bem expressa neste empréstimo obrigacionista."

SL Benfica

terça-feira, 29 de abril de 2025

BENFICA E SPORTING: ESTÁ TUDO A PENSAR NO MESMO

 


A três jornadas do fim, está tudo a postos para um dos despiques mais empolgantes de que há memória. Digo que está tudo a postos porque a vida é, neste momento, uma sucessão de acontecimentos de moderada relevância entre agora e o dérbi de 10 de maio. Não confundir com bazófia — ainda será preciso vencer no Estoril, e a tarefa não se afigura fácil. Mas, como dizia uma campanha publicitária do Benfica há uns anos, a partir de agora, está tudo a pensar no mesmo. Nesse caso, o slogan referia-se à véspera interminável de uma conquista da Liga muito ansiada. A versão que aqui trago é um pouco mais inclusiva, e, por isso, estendo a consideração aos adeptos do adversário, que têm direito a sonhar com a conquista dos dois títulos em disputa e, por isso, estão a pensar no mesmo que nós, benfiquistas.

De resto, após o discurso motivacional de Frederico Varandas, os sportinguistas aparentam níveis de mobilização como eu não via desde que decidiram exigir a conquista de quatro campeonatos nacionais na secretaria ou, por exemplo, após aquele jogo em que Ricardo fez falta sobre Luisão e ainda teve a lata de se queixar. Faz parte, e não consigo avaliar negativamente a intervenção do presidente do Sporting. Não concordando com algumas coisas que disse, parece-me que o objetivo de galvanizar as tropas foi atingido. Digo-o com desportivismo e porque reconheço que Varandas tem sabido fazer o seu caminho. Por isso, aos meus amigos do lado oposto, envio um abraço e faço votos de que o choro seja abundante e ensurdecedor a partir das 20 horas de 10 de maio. Aos meus amigos benfiquistas, um alerta: há por aí uma corrente purista segundo a qual não deve haver picardia pública nem sentido de humor nestes momentos. Não liguem demasiado. Vivam um bocadinho. O futebol é feito de euforia e de depressão, e só sobreviveremos a ambos os estados de alma se os encararmos com algum sentido de humor. Quanto aos puristas, já sei o que dirão: se o Benfica vencer, saberemos que aconteceu apesar de adeptos como eu, que brincam com coisas sérias. Se perdermos, podem enviar a nota de culpa para minha casa. Mas, aconteça o que acontecer, este frenesim de antecipação já ninguém me tira, mesmo que tente, nem tampouco a visualização do desfecho a 10 de maio.
Poder vencer e celebrar a conquista do troféu na mesma noite, frente ao rival da mesma cidade, seria uma noite bonita na história recente do Benfica, que tão poucos títulos de futebol sénior venceu nos últimos anos, à mercê de uma direção errática e sem estratégia. A derrota, essa, permanece inconcebível por agora. Muito daquilo que torna o próximo confronto entre Benfica e Sporting tão emocionante começa na possível consequência direta: uma vitória de qualquer uma das equipas — no caso do Benfica, por dois ou mais golos de diferença — pode garantir o título já nessa noite. São ingredientes de sonho para uma Liga que se quer vendável, e não tenho dúvidas de que o cenário mais desejado era mesmo este. Parece-me que este photo finish 2024/2025 está longe de ser suficiente, mas é melhor do que tentar convencer meio mundo a pagar 300 milhões por jogos com 40 minutos de tempo útil a uma segunda-feira à noite. O que não ajuda seguramente é a qualidade apresentada por muitas das restantes equipas, começando pelos adversários de Benfica e Sporting no último fim de semana. Quaisquer dois jogos com quase uma dúzia de golos agradarão à maioria, mas a qualidade dos derrotados é uma lembrança aguda de que urge rever o quadro competitivo da liga. Não há qualidade para 18 equipas na primeira divisão.
De volta ao presente, o que mais me chamou a atenção nas últimas semanas foi mesmo o contraste entre estilos de jogo e estratégias para atingir os dois principais objetivos a nível interno: Liga e Taça de Portugal. A última jornada foi especialmente sintomática do modo como as duas equipas se aproximam da hora da decisão. Ambas golearam, mas fizeram-no de modo muito diferente.
O Benfica de Bruno Lage, salvo uma ou outra inconsistência, conseguiu o primeiro objetivo intermédio desta sequência de jogos, que era chegar ao final da 31.ª jornada com uma chance de conquistar a liderança no jogo em casa contra o Sporting. Qualquer outro cenário teria sido o rastilho de uma depressão profunda. Felizmente, longe disso. Para garantir esta posição, a equipa foi melhorando a média de golos marcados e apresenta agora números que não se viam há largos anos. Não precisava de o ter feito para depender só de si, mas chega a esta fase da temporada com um naipe de soluções que permite, por exemplo, ter seis jogadores diferentes a marcar os seis golos de uma vitória. Não tendo concordado com todas as escolhas de Lage até aqui (o que é perfeitamente normal), sinto que hoje estamos a ver o trabalho de um treinador mais maduro, que juntou a isso a coragem de ter aceitado o desafio inicial e de já ter dobrado mais do que um cabo das tormentas. Perante um adversário frágil como o Aves SAD, a equipa abordou o jogo com a atitude certa, trabalhando para uma vitória robusta que permitisse melhorar o goal average, já que este pode muito bem vir a decidir o campeão.
Do outro lado, um Sporting completamente dependente de Gyokeres, mas muito seguro de si nessa condição. Esse pragmatismo tem favorecido Rui Borges. A equipa chega a esta fase da temporada com a versão mais competente da única ideia de jogo que poderia garantir a este plantel do Sporting condições para lutar pelo título. Neste último ano ganhou força o hábito de diminuir as defesas adversárias por ainda não terem aprendido a impedir o sueco de marcar golos. Aqui chegados, talvez seja importante admitir que a tarefa não é fácil e está fora do alcance da esmagadora maioria dos defesas desta liga, tal é a facilidade revelada pelo sueco para repetir movimentos que já todos vimos dezenas de vezes. Para além do jogo mais direto, há capacidade no meio-campo ofensivo do Sporting para garantir que o ataque organizado também gera algumas ocasiões de golo, quase sempre finalizadas pelo mesmo. Mas sejamos avisados: entre o regresso de Pote, o talento de Trincão, a inteligência de Hjulmand ou a esperteza de Catamo, haverá muito para anular na receção no Estádio da Luz.
Aqui chegadas, ambas as equipas sabem que perder pontos na próxima jornada é um cenário muito pouco recomendável, mas o facto é que terão um dérbi logo de seguida que poderá permitir ao segundo classificado, nessa data, emendar a mão e recuperar a primeira posição. Se o leitor for como eu, acorda e adormece a pensar no Benfica ou, se tiver esse infortúnio, no Sporting. Por isso, a partir daqui, caso nos cruzemos, escusa de me perguntar o que me vai na alma. Já sabe que estamos ambos a pensar no mesmo.
Vasco Mendonça, in a Bola

QUE NÃO SE APAGUE A LUZ



 Se você está a ler uma edição de papel de A BOLA saiba que o que tem na mão é um pequeno milagre de 24 páginas. Se está a ler este texto online, saiba que ele saiu como obrigação e dever, mas porque o momento é de todos saiu como pequena reflexão também. É nestas alturas que o jornalismo é essencial. Quando parece não haver respostas, quando se procura o que é fidedigno, quando no caos se busca organização. A possível, como é claro.

Nesta segunda-feira, sentimo-nos frágeis, creio, mas sobretudo impotentes. Percebemos que o que nos separa de um mundo caótico é tão mais simples do que queremos imaginar. É verdade que tudo se foi resolvendo, mas também é verdade que estivemos apagados para respostas durante uma eternidade: é essa a sensação temporal, nesta era em que vivemos, sempre de telemóvel em riste e com a informação, e, igualmente importante, os contactos, a caminharem-nos no bolso.
Portugal apagou-se num episódio para memória coletiva, um dia depois de Sporting e Benfica terem proporcionado dois festivais e a energia dos dois clubes se sentir de sul a norte do país. A luta dos dois rivais eternos continua taco a taco, golo a golo, com um coletivo encarnado a ter de lutar contra o maior fenómeno que se viu nos relvados portugueses em muitos, muitos anos.
Viktor Gyokeres será, de forma unânime, o jogador do campeonato, mesmo que o Sporting não o vença e o sueco merece, sem dúvida, ser Bota de Ouro europeu. Não é fácil, porque Gyokeres tem de marcar sempre muito mais que os outros, mas seria inglório estar tão perto e não o conseguir.
Um título do Benfica sairia engrandecido também pela época do sueco. As águias nem se lembraram de Angel Di María frente ao Aves SAD e a dúvida permanecerá: o argentino tem uma qualidade soberba na técnica, mas as dinâmicas são melhores com ou sem ele? A deslocação ao Estoril traz com ela perigos e memórias que todos têm, de um empate amargo, na Luz, há uns anos.
Entre uma goleada e outra, a certeza que havia é de que antes de o Sporting ir à Luz não haveria campeão; na próxima jornada, saber-se-á se ambos podem fazer a festa no grande jogo ou apenas um. Até lá, joga-se tudo no pormenor, da gestão dos amarelos, aos minutos de compensação. Todos correm para a Luz, e que cheguem lá como o dérbi e esta disputa merece: com Benfica e Sporting na máxima força para realmente ver quem é melhor este ano.
Luís Pedro Ferreira, in a Bola

NA FINAL DA TAÇA DE PORTUGAL!

 


No mesmo local no qual, apenas 15 dias antes, havia celebrado a conquista do pentacampeonato nacional, o Estádio Municipal Dr. Jorge Sampaio, o Benfica voltou a festejar, desta feita o apuramento para a final da Taça de Portugal, não sem antes ter sido obrigado a 120 minutos de muito sofrimento e um emotivo desempate por grandes penalidades para vergar o aguerrido Valadares Gaia que, tal como na primeira mão, conseguiu segurar a igualdade: o 0-0 não se desfez e a águia venceu por 4-2 por penáltis.

O Benfica enfrentou uma segunda mão tão exigente quanto a primeira, que havia terminado com igualdade a dois golos – na partida de decisão, o Valadares mostrou-se à altura dos acontecimentos e tudo fez para surpreender as águias.
O primeiro tempo foi constantemente dividido, com o Benfica a conseguir ter a bola por mais tempo em seu poder, mas a equipa da casa a revelar-se mais afirmativa - as gaienses dispuseram das duas primeiras ocasiões de perigo por Erica Meg, aos 18’, e Carolina Santiago, aos 41’, em ambos os casos testando a atenção da guardiã Lena Pauels.
A partida era discutida com agressividade positiva e duelos que refletiam equilíbrio a dificultar a ação das encarnadas, que apenas a segundos do intervalo estiveram realmente próximas de marcar, mais precisamente aos 45+2’, quando primeiro o poste e depois Mackenzie Cherry, sobre a linha de baliza, evitaram que Chandra Davidson abrisse o marcador.
No início da segunda parte, Davidson voltou a ter novo golo praticamente certo a ser evitado a centímetros da baliza: aos 50’ foi Beatriz Barbosa quem surgiu num corte salvador após desvio da atacante canadiana, com o ventre, que se encaminhava para o fundo das redes. A partir daí, o domínio benfiquista foi adensando, mas a equipa da casa manteve-se sólida e segurou, de forma abnegada, o nulo que levou a eliminatória para prolongamento.
No tempo extra, a toada da segunda parte do período regulamentar prolongou-se, com o Benfica instalado no meio-campo adversário, mas sem conseguir surpreender o conjunto de Vila Nova de Gaia, que se defendeu de forma irrepreensível, determinado em afastar da prova as detentoras do troféu.
O prolongamento seguiu sem grandes oportunidades de golo, mas devido à intensidade da luta de parte a parte – as duas equipas deixaram tudo em campo e a igualdade de forças não se desfez até ao desempate por grandes penalidades.
Tal como os 120 minutos que os antecederam, os penáltis decisivos foram emotivos e com um fator diferencial chamado Lena Pauels: a guardiã benfiquista defendeu duas das tentativas adversárias de Mackenzie Cherrie e Angeline da Costa, enquanto a sua homóloga gaiense, Erin Seppi, travou o remate de Laís Araújo.
A decisão coube à goleadora benfiquista, Cristina Martín-Prieto, que manteve a frieza e garantiu que as encarnadas irão defrontar na final, a 17 de maio, o Torreense, obstáculo que separará as águias de um triplete (Liga e as Taças da Liga e de Portugal).

segunda-feira, 28 de abril de 2025

GOLEADA MAIS LINDA!


Benfica 6 AVS 0

GOLEADA MAIS LINDA!
Fonix que está um diazão de verão, a funzone está ao rubro (o filme é uma pequeníssima amostra), a malta está motivadíssima, não precisamos de "ordens" do presidente depois de apuramento para o Jamor, VAMOS BENFICAAAAAAA!
Vamos jogar com o AVS com a lição do Arouca bem estudada. Acresce que ganhar ao AVS, além de obrigatório, deixará o Boavista com mais hipóteses, mais motivado para o jogo desta noite com o Sporting.
Minuto de silêncio pelo Papa Francisco, já na quarta-feira tivemos também, merece todos os minutos e mais alguns!
Cheira-me a casa cheia, no mínimo 60 mil.
E VAMOS AO JOGO!
(apontamentos em direto desde o meu lugar de fundador)
03 ca ganda golo do AK-TUR-KO-GLU! Porra que o VAR vai arranjar um fora de jogo, só pode ser do Dhal - e foi!
08 Amdouni está nos dias dele? Que jogada! Canto... e agora não há VAR que valha nem pubalgia que condicione, Tomás não perdoa na recarga: um-zero!
10 entrámos com tudo! Mais uma grande jogada, agora do Pavlidis.
15 mais um fora de jogo? Como é que o bandeirinha com o sol de frente consegue ver tantos foras de jogo?
21 com menos cerimónia para rematar já lá tínhamos mais dois ou três.
23 mais valia estar calado, canto tão bem estudado, PA-VLI-DIIIIIIIIS e já está dois-zero. Dois de bola parada.
26 bonitoooooo! Kokcu, Pavlidis, Dahl, que bem no centro-desmarcação, Amdouni dobra os rins ao defesa e pumba: três-zero.
30 bem, o que está a jogar o Vangelis. Sei de ciência certa que é o mais completo avançado a jogar em Portugal. O outro tem mais golos? OK, mas para um avançado não contam só os golos.
33 como é que um árbitro consegue complicar um jogo tão fácil? Se não viram, vejam os primeiros 33 minutos deste senhor do apito. Dizem que é o primeiro jogo de um grande que o homem apita - e logo tinha que nos tocar a nós.
37 Pavlidis fora de jogo à barra! Era tão lindo. Nada de baixar a intensidade - vamos lá marcar mais um antes do intervalo. E, olhem lá, acreditem, eu a escrever e o Pavlidis a inventar um golo para o AK-TUR-KO-GOLO!!! E vão quatro!
45+1 vou chegar a casa e ver, e provavelmente rever, esta belíssima primeira parte.
46 vamos atacar para a "baliza grande", não era mau manter o ritmo e meter no mínimo mais quatro!
47 que me perdoem os críticos, mas eu não quero saber dos críticos: cada vez gosto mais do Kokcu.
50 Pavlidis uma, Pavlidis duas, duas perdidas de cabeça.
57 vejo o Tomás Araújo muitas vezes sozinho aqui por baixo das minhas barbas e a bola não vai para ele. Deve estar a ser poupado pelos colegas ao esforço. Com quatro de avanço talvez fosse de meter ali outro.
60 temos que acelerar para marcar mais.
63 até já obrigam o Trubin a aplicar-se com uma grande defesa...
65 pronto, o Carreras já está garantido contra o Sporting: levou agora mesmo o quinto amarelo e cumpre no Estoril.
67 Belotti e Schjelderup para acelerar isto, que está muito lento. Vamos pro sistema de 2 avançados.
70 querem ver que gastámos os golos todos na primeira parte? Não gastámos, não: entretanto o Belotti já fez o cinco-zero! Vamos lá, Benfica. E a onda corre as bancadas da Catedral!
60 mil de pé a aplaudir Pavlidis. Tão, mas tão merecido.
Afinal 58.102. É praticamente o mesmo.
81 O-TA-MEN-DI assistido pelo... António: seis-zero! NÓS SÓ QUEREMOS O BENFICA CAMPEÃO, BENFICA CAMPEÃO, BENFICACAMPEÃO!.
85 Prestianni entra e mostra sempre que merece mais tempo.
90+2 cumprimos, e cumprimos com uma goleada das antigas! CARREGA, BENFICA!

Jaime Cancella de Abreu, in Facebook

MEIA DÚZIA DE GOLOS DERAM À LUZ



Totalmente virados para frente, mesmo marcando por seis vezes os encarnados acabaram por fazer a festa ‘barata’ ao Aves, que se compactou no segundo tempo, à espera que o tsunami passasse.
Quando estavam decorridos 15 segundos de jogo, e a equipa da Vila das Aves aproveitou uma hesitação entre António Silva e Trubin para levar perigo à baliza encarnada, pensou-se que poderia haver um prélio tão equilibrado quanto a desproporção orçamental entre os dois emblemas permitisse, ou não estivesse a memória dos benfiquistas ainda fresca com o balde de água fria que lhes caiu em cima no final da partida com o Arouca. Porém, esse lance foi a tal andorinha que não faz a primavera, e de imediato a equipa da casa pegou nas rédeas do jogo e começou a adivinhar-se que as redes à guarda do mítico Guillermo Ochoa (vai para o sexto Mundial, pelo México) não se manteriam por muito tempo invioladas. Dito e feito: depois de um primeiro aviso de Akturkoglu (4 minutos), que viu um golo anulado por um offside de oito centímetros de Dahl, foi preciso esperar apenas mais quatro minutos para Tomás Araújo colocar o Benfica na frente e dar início a um vendaval atacante para o qual os forasteiros não encontravam resposta.




Rui Ferreira armou a sua equipa num 4x3x3 que com facilidade passava a 5x4x1, mas a forma como quis começar a defender, demasiado à frente, e a atacar, demasiado atrás, deu ao Benfica os espaços entre linhas que acabaram por tornar-se em verdadeiras alamedas que desembocavam na baliza de Ochoa.
Mas, sem Florentino, que tática usou Bruno Lage para este jogo em que além da vitória precisava de golos que equilibrassem essa conta particular com o Sporting? A resposta é... muitas, porque as dinâmicas aplicadas alteraram sucessivamente o ponto de partida, que foi um 4x4x2, com Aursnes e Kokçu, no duplo pivot, Dahl na esquerda e Amdouni na direita, colocando-se Akturkoglu perto de Pavlidis. Porém, a partir daí houve 4x3x3 quando Dahl se juntava a Aursnes e Kokçu, descaindo Akturkoglu para a esquerda; 4x2x4 quando os alas abriam bem e se colocavam na linha dos pontas-de-lança; 4x2x3x1 quando Akturkoglu deixava Pavlidis na frente e passava a atuar decididamente nas suas costas, na mesma linha de Amdouni e Dahl; e 3x4x3, quando Carreras e Amdouni faziam os flancos, juntando-se no meio da defesa Tomás Araújo, António Silva e Otamendi. É quando a dinâmica, como sucedeu, permite levar a plasticidade de uma equipa a níveis elevados que se criam condições para exibições que confundem o adversário e encantam as plateias. Foi isso o que aconteceu com o Benfica, que acabou a primeira parte a vencer por 4-0, ficando-se a dever outros tantos golos.




Na retina, obrigatoriamente, ficou o segundo golo, de Pavlidis, numa jogada de pelada, com cheiro a futebol de rua, mas com muito laboratório pelo meio, em que, após um canto da direita, a bola foi de Dahl para Akturkoglu, deste para o compatriota Kokçu, que voltou a endossá-la a Dahl, que serviu em bandeja de ouro o goleador grego para uma finalização simples. Estavam jogados 23 minutos e esse momento inspirou o Benfica para minutos de futebol-arte, em que Amdouni e Akturkoglu também faturaram, graças a uma atitude coletiva muitíssimo interessante.
AVES CORRIGE BEM
Ao intervalo, deve ter passado pela cabeça do técnico avense a vitória do Benfica de Lage sobre o Nacional de Costinha por 10-0, e tratou de alterar processos, essencialmente para contenção de danos. Passou, com as entradas de Piazon, bom de bola, para o miolo, Tomás Tavares para a direita da defesa e Eric Veiga para a esquerda, a um modelo que só em tese era 4x3x3 e na prática foi cada vez mais um 4x5x1, com uma suprema diferença relativamente à primeira parte: a equipa baixou linhas e ao mesmo tempo compactou-as, retirando espaço ao Benfica, que durante os primeiros 20 minutos baixou em intensidade. Bruno Lage começou a reagir aos 67 minutos, quando tirou Carreras (amarelado, falha o Estoril) e passou Dahl para o lugar ocupado pelo espanhol, e mandou a jogo Schjelderup e Belotti, que se foi juntar a Pavlidis.




Aí sim, o Benfica assumiu o 4x4x2/4x2x4 e criou fissuras importantes na muralha avense. Cinco minutos depois das trocas, o galo Belotti chegou à manita, e quando, aos 77 minutos, a equipa encarnada foi refrescada com Arthur Cabral, Prestianni e Barreiro, o Aves passou a ter como único desejo que o jogo acabasse. O Benfica ainda fez mais um golo, por Otamendi (82), ameaçou o sétimo, por duas vezes, por Prestianni, e terá ficado atónito quando viu o árbitro dar apenas dois minutos de compensação, claramente insuficientes para o que tinha acontecido na segunda parte, sabendo-se que o campeão nacional de 2024/25 pode vir a ser encontrado na diferença entre os golos marcados e sofridos por Sporting e Benfica.
Nota final para a exibição de Akturkoglu, que desempenhou várias funções com elevada competência, assistiu, marcou e defendeu, tornando-se provavelmente na peça mais relevante da plasticidade com que o Benfica de Bruno Lage se apresentou na Luz.
DESTAQUES DO BENFICA:
Akturkoglu comandou as operações de uma águia enfeitiçada pelo golo. Pavlidis e Dahl também em destaque, numa tarde sem más exibições do lado encarnado.
O MELHOR EM CAMPO: AKTURKOGLU (7)
É conhecido por Harry Potter e de facto tira, de quando em vez, uns truques de magia do bolso. Mas não é essa a principal mais-valia que traz a este Benfica. O que faz dele cada vez mais imprescindível para Bruno Lage é a capacidade de aparecer constantemente em jogo, oferecendo soluções para os colegas na transição defesa-ataque, seja em velocidade (que no caso deste turco não é brincadeira) seja a receber a bola de costas para a baliza e a ter noção dos passos que devem seguir-se. Jogou encostado a Pavlidis no 4x4x2 do Benfica, tendo depois feito uns minutos na esquerda entre a saída de Carreras (recuo de Dahl) e a sua própria substituição. Marcou aos 4 minutos mas não valeu (fora de jogo prévio de Dahl), marcou o 4-0 aos 40 e valeu, assistiu Belotti para o 5-0. Bela tarde.
6 Trubin — Não fossem uma saída oportuna aos pé de Zé Luís, já na segunda parte, e uma bela defesa a remate do mesmo adversário, aos 64 minutos, e dir-se-ia que teve direito a duas folgas depois da portentosa exibição de Guimarães. Para a Taça não jogou, este domingo esteve mais de 90 minutos a ver jogar. Mas lá está: na hora de agir, estava lá, é assim que deve ser a vida dos guarda-redes das grandes equipas.




6 Tomás Araújo — Estreou-se a marcar esta época logo aos 8 minutos, numa oportuna recarga a cabeceamento de António Silva após canto. Defensivamente teve muito pouco trabalho, e quando Mercado se afoitou mais pela asa esquerda do Aves, no início da segunda parte, controlou tudo com sobriedade. Saiu aos 77 minutos, ele que anda em gestão de esforço.
6 António Silva — No primeiro lance do jogo teve um ligeiro desentendimento com Trubin, nada de grave. Segurança a toda a prova (perante muito pouco trabalho de base, refira-se) e participação importante nas bolas paradas, com cabeceamento defendido por Ochoa que deu recarga de Tomás Araújo para o primeiro golo e cruzamento para Otamendi no último. Reencontrou-se.
6 Otamendi — Um corte ou outro para se recordar que é defesa, a liderança do costume a partir de trás e mais um golo na Liga, o sexto, que cimenta o posto de defesa com mais golos na competição.
6 Carreras — Menos exuberante que noutras ocasiões, mas ação permanentemente importante sobre uma das que poderiam ser as ameaças do Aves, Tunde. O nigeriano bem tentou, mas Carreras colocou-no no bolso com autoridade, sobretudo quando tentatava usar a principal arma, que é a velocidade. Aos 65 minutos teve uma entrada mais dura, faz de conta que ninguém percebeu que limpou uma série de cartões amarelos e assim estará certamente apto para a receção ao Sporting.
6 Amdouni — Apareceu muitas vezes a preceito pela direita, sempre mexido e a gostar de ter a bola. Muito boa execução no lance do 3-0. Mostrou que pode perfeitamente ser alternativa nesta fase final e decisiva do campeonato.




6 Aursnes — Dá ideia de que não sabe jogar mal. Omnipresente no jogo encarnado, mais à frente ou mais atrás, jogue no meio (como em quase toda partida) jogue a lateral direito (como depois de sair Tomás Araújo). Excelente abertura para Pavilidis oferecer o 4-0 a Akturkoglu e remate a rasar ao poste, já no período de compensação.
6 Kokçu — Mais um jogo assertivo. Joga com grande critério, marca ritmos e sente-se confortável a jogar longo ou curto. Marcou o livre do qual resultaria o último golo do banquete encarnado. Aos 34 minutos exagerou nos protestos e arriscou cartão, que nem sequer seria para completar uma série e cumprir castigo.
7 Dahl — O lateral esquerdo que já foi lateral direito foi, este domingo, médio esquerdo... e muito bem. Assistiu para os segundo e terceiro golos e ainda esteve envolvido na jogada do quinto. Aos 53 minutos quase tinha o seu momento de fama, mas o remate foi bloqueado por Ochoa. Terminou a lateral (uff...) após a saída de Carreras.
7 Pavlidis — Mais um jogão do grego. Marca, dá a marcar, atira à barra, é por esta altura peixe na água na estratégia encarnada. Imprescindível.
5 Schjelderup — Boa entrada do norueguês, que começou na direita e terminou na esquerda. Sem medo de transportar a bola, cabeça levantada, serenidade na decisão.
6 Belotti — Entrou cheio de vontade. Tanta que iniciou e concluiu a jogada do 5-0, numa altura em que o jogo vinha meio adormecido desde o intervalo. Terá sido o único jogador do Benfica a cometer mais que uma falta, o que demonstra as ganas.
5 Arthur Cabral — Entrada assertiva, embora sem resultados práticos. Ajudou a manter o jogo sempre mais perto do aprofundar da goleada que de uma reação avense.
5 Leandro Barreiro — Discreto no cumprimento das funções que tinham sido de Aursnes, transportado para lateral-direito no último quarto de hora.
5 Prestianni — Teve tempo para três ou quatro pormenores demonstrativos da qualidade que possui. Mais cedo ou mais tarde este menino vai aparecer.

domingo, 27 de abril de 2025

BENFICA A UM PASSO DO HEPTACAMPEONATO

 


Águias venceram os leões no Pavilhão João Rocha e precisam de mais um triunfo no terceiro jogo da final para conquistar o título de campeão.

Benfica está perto de fazer história. As águias voltaram a derrotar o Sporting, desta vez no Pavilhão João Rocha, a contar para o segundo jogo da final, e estão a apenas mais um triunfo de conquistar o heptacampeonato, o primeiro do clube e o terceiro de sempre em Portugal - Técnico (1947 a 1953) e Sp. Espinho (1994 a 2000).
As águias repetiram o resultado do primeiro jogo, 3-1, mas nunca estiveram em desvantagem. Começaram a ganhar (25-21), deixaram-se empatar (15-25) e terminaram forte (25-20 e 29-27), apesar de ter sido um grande final de quarto set.
A formação orientada por Marcel Matz entrou bem na partida e esteve a vencer durante grande parte do primeiro set, sempre por dois ou três pontos. Porém, os leões conseguiram recuperar do 5-9 para 9-9 e provocaram alguma dúvida no resultado. Chegou a estar 18-18, mas a reta final só deu Benfica, que conseguiu fechar o primeiro set, por 25-21, com três pontos consecutivos.
Quando ainda estava tudo empatado, destaque para Licek, um dos seis iniciais leoninos, que não estava em condições de continuar a jogar e teve de ser substituído, regressando imediatamente aos balneários. Coincidência ou não, a partir daí a equipa de João Coelho quebrou um pouco e permitiu a recuperação do adversário.
No segundo set, a história foi completamente diferente. O Sporting entrou com tudo e conseguiu rapidamente uma vantagem de sete pontos (10-3). O rival ainda foi reduzindo de pouco em pouco, chegando a estar a apenas três pontos, mas não aguentaram a reta final e deixaram-se empatar. 25-15 foi o resultado do segundo set, portanto, uma vantagem de dez pontos, a maior de todo o encontro.
Com tudo novamente empatado e com esta grande reação leonina, o Benfica recarregou as baterias para voltar ao ataque e isso promoveu um grande terceiro set. Na primeira metade, demorou bastante até alguma das equipas conseguir uma vantagem de dois pontos, sendo que isso só aconteceu no 7-5 para o Sporting. No entanto, a situação mudou ao 14-14. Os encarnados conseguiram finalmente descolar na frente do marcador e conseguiram três pontos consecutivos, 17-14. Pouco depois, a vantagem já era de 5 pontos (20-15) e as coisas não acabaram bem para os leões (20-25). Tiago Pereira falhou um serviço e foi espelho daquilo que aconteceu na reta final: o Sporting quebrou.
Edson Valencia foi claramente o melhor dos leões, e possivelmente o melhor em campo, foi o jogador quem mais pontos deu à sua equipa, mas não bastou para evitar este desaire. No início do quarto set teve um momento em que se aleijou no braço - tentou salvar um ponto e acabou por destruir o seu banco de suplentes, mas continuou a jogar.
No quarto set, o Benfica parecia que ia fechar facilmente o segundo jogo e alcançar a vitória, tendo uma vantagem de cinco pontos (14-9), a meio desse set, mas a formação leonina reagiu. Empatou aos 19-19 e até chegou a virar o marcador para 21-20. No final, o Benfica teve cinco match points, o Sporting nenhum, e as águias lá conseguiram o triunfo, num final de loucos em Alvalade. João Coelho ainda pediu Challenge no último ponto, mas não tinha razão e Marcel Matz e companhia fizeram a festa. Falta apenas uma vitória, em casa, na quarta-feira, para conquistarem o título de campeão.