quinta-feira, 19 de janeiro de 2017

O PODER VEM DO CAMPO


Um Benfica "à campeão", eficaz na segunda parte, a quem faltou, apenas, a marcação de mais um golo para o culminar de uma reviravolta fantástica.


Sou do Benfica... e isso me envaidece

Um mês depois... um mês depois de ter acabado o livro... e de A Bola o ter começado a divulgar e a distribuir nos seus pontos de venda, apresentei, publicamente, o livro "sou do Benfica..., e isso me envaidece". Com intervenções de Zita Seabra, da Aletheia. de José Manuel Delgado, de A Bola e do Professor Rui Pereira, que muito me honraram.
Um livro sobre o Benfica mas muito para além do Benfica, um livro sobre futebol mas em que tento ir muito para além do futebol.
Porque nele falo de princípios, de valores, de projetos,  de questões que tem a ver com poder, com estratégia, com liderança, ou, de forma resumida, como se tudo isto se pudesse resumir numa só palavra, política. Um livro em que falo das questões circunstanciais que fui vivendo, em sete anos de participação  na vida ativa do Benfica, como Vice-Presidente, numa ótica de balanço.Um livro em que enumerei  um conjunto de princípios (e, até de atitudes), numa ótica progmática. Um livro que encerra, por fim, um projeto, e um sonho. Que passa, sempre, de forma tão repetida quanto atingível, se voltarmos a ser Campeões Europeus.
 Um testemunho apaixonado, neste caso pelo Benfica, onde, partindo das raízes e da história ou de quem a fez de forma muito relevante (Cosme Damião, Eusébio, Béla Guttmann...), repito as ideias porque sempre me bati, até à conquista, na época de 2015/2016, do 35!
Com a análise das tais 12 finais, com uma referência especial à importância decisiva dos adeptos.
Um livro onde cabem vários livros. O da memória da infância com Eusébio,  Coluna José Augusto e Simões...
O da repetida importância dos adeptos em cada vitória.
Da final da UEFA na Luz, ou das finais de Estugarda ou de Viena.
Dos grandes jogos europeus em Liverpool, em Manchester, em Londres ou em Munique. Das outras finais em Amesterdão e de Turim.
Ou - no outro antípoda - do processo para me afastar da televisão (eles lá sabem porquê...)!!!
Das leituras e das influências sobre a formação de uma cultura de futebol, de filosofia de desporto, de exercício de poder, da impossibilidade de virara a cara à conflitualidade, de ter que inventar, a cada dia, um futuro para o futuro, da governabilidade de um sistema perverso, das tentativas de radicalização por quem tenta evitar a sua própria marginalização...
Do caráter e do talento, da imoralidade e do maquiavelismo reinante no futebol.
Mas, também, por exemplo, do que aprendi com o que li em dois autores que não sendo do Benfica, deviam ser muito, mas muito mais lidos do que aquilo que o são, por quem anda neste mundo, julgando que o não ter lido ou não ler ajuda a alguma coisa: Manuel Sérgio e José Neto.
Porque tudo começa e acaba no resultado, ou, como diria Carlos Janela, numa síntese feliz do que importa no futebol, «o poder vem do campo»!
Começando e acabando com os dois autores portugueses que, quase todos os dias, vou relendo: Luís de Camões e Eça de Queirós. Até porque - é sempre bom lembrar - sendo este um livro sobre o Benfica... é muito mais do que isso,como, sendo um livro sobre futebol... vai muito para além disso.
Que até fala de um sonho... o de sempre, o de voltar a ser Campeão Europeu, mas também do meu Pai, que sendo e vivendo na cidade do Porto, me fez sócio desde que nasci, do Benfica.
Há opções muito felizes, e filhos com sorte.
Muita sorte... como eu!
Porque..."sou do Benfica... e isso me envaidece".

Recuperação contra o Boavista? De campeões!
Na última jornada, na Luz, um empate que soube a derrota! Não obstante uma recuperação fantástica perante um Boavista que marcou trés golos em menos de meia hora.
Um Boa vista agressivo, com muito mérito de Miguel Leal, que, ao contrário daquilo que era - erradamente ou não - se esperava, montou um equipa bem consolidada defensivamente e a aproveitar os espaços dados para concretizar o seu ataque. Claro que, em trés golos, contou com a ajuda da equipa de arbitragem em todos eles. Por isso, só um Benfica demolidor e com um adicional de alma, apoiado pelos adeptos, conseguíria recuperar de tal desvantagem.
Extraordinário esse incentivo vindo das bancadas, reagindo com aplausos após cada golo sofrido.
E pedindo, de forma arrepiante, o 36 no fim do jogo.
Mas ainda em relação ao jogo, grande mérito para quem tudo arriscou, traduzido na capacidade de resposta de Rui Vitória, nas substituições realizadas. Um Benfica à campeão, eficaz na 2.ª parte, a quem faltou, apenas, a marcação de mais um golo para o culminar de uma reviravolta fantástica.
Ainda assim, ficou a lição, para que não repitamos, no futuro, alguns dos erros desta jornada. E a lembrança de que, contra todos, teremos de jogar sempre o dobro ou o triplo. Para evitar situações como as da jornada passada, em que o antijogo e más decisões de arbitragem tiveram influência direta no resultado. Mas o jogo com o Boavista já faz parte do passado, pelo que o mais importante da época é já o do próximo domingo, frente ao Tondela.
Rumo ao título, rumo ao tetra... pois claro!

Hóquei em patins: quem sai aos seus
Sei que o foco de quase tudo, no desporto, é o futebol. Mas há - outras modalidades, neste caso o hóquei em patins - comportamentos e consequentes estados de impunidade que valem por si.
Talvez para não deixar vazia a ideia de que, também aqui, o crime compensa.
Imaginem o que aconteceria com os adeptos do Benfica se, num jogo com a Oliveirense, derrubassem algumas barreiras e tivessem invadido a zona técnica, entrassem dentro da pista, ameaçassem jogadores, implicando uma pronta intervençao da segurança... e fôssemos castigados em 159 euros...
Pensem bem o que se diria se, o Presidente do Benfica tivesse ido ao balneário dizer coisas bonitas aos árbitros, tivesse visto o jogo junto ao banco e nada acontecesse.
Imaginem, agora, que tudo isto tinha antecedentes. Que havia, ainda, um processo disciplinar instaurado ao guarda-redes dessa mesma equipa do Benfica, por incidentes na final da Taça de Portugal de 2015, sem ainda ter uma decisão. E que esse processo tinha sido motivado por o tal guarda-redes ter partido o stick na baliza em protesto contra decisões dos árbitros e ter agredido um avançado da equipa contra quem jogava, no túnel de acesso aos balneários, no intervalo...
Imaginem agora que, esse processo era contra alguém do Benfica, e que o mesmo prescreveria dentro de dois meses...
O que diriam?
Que era uma vergonha!
Então, agora, não sendo do Benfica, mas antes de um clube ali mesmo ao lado, não acharão os senhores da Federação de Patinagem que isto é mesmo uma vergonha?

Eu sei que prometi não falar deles... mas eles só me dão razão para isso...
a) eleição em perigo?
Querem ver que ainda vamos ter mesmo de lá ir votar no homem?
Com uma condição inegociável: o treinador tem de ficar até ao fim do contrato...
b) A Comissão de Honra!
Há momentos que definem a coragem (e já não digo o caráter... para não melindrar ninguém) de quem sabe que o melhor caminho para chegar a algum lado é não seguir a multidão.
Não posso, por isso, deixar de sorrir (sorrir, apenas, porque sou amigo de alguns deles) ao ver quem aceitou fazer parte de uma Comissão de Honra que vai servir para eleger quem vai acabar, no próximo mandato, aquilo que começou no primeiro, continuar a destruir aquilo a que preside!

Rui Gomes da Silva, in a bola

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