quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

A ARTE MAIOR DE EDERSON


Os deuses eram encarnados e "são Ederson" mostrava argumentos únicos.
1 Início estonteante com o jogo aberto e as duas equipas em busca da baliza contrária sem amarras táticas, Dortmund a aparecer como era previsto com 3 defesas e projetando a equipa ofensivamente com 5 médios e dois jogadores mais à frente, numa louca vertigem ofensiva. O Benfica, fiel ao seu figurino, com Rafa a entrar no lugar do infortunado Jonas, emprestando mais velocidade à equipa mas subtraindo virtudes que só o brasileiro lhe empresta (grande limitação no processo ofensivo). Volvidos os primeiros minutos, as dificuldades eram gritantes para um macio Benfica, com um meio campo sem capacidade para pressionar os adversários. A equipa germânica foi construindo sucessivas oportunidades e a sua capacidade de colocar muitos homens em situação de finalização era avassaladora. O Benfica mostrava debilidades, falta de agressividade nos diferentes momentos do jogo, intensidade baixa para os duelos, dificuldades imensas em sair do esmagador espartilho alemão, um tormento para o Benfica.

2 O intervalo foi como o soar do gongue para um atordoado e golpeado pugilista. Rui Vitória mexeu e dispôs a equipa num 4x3x3 com um triângulo no meio campo com Filipe Augusto e Pizzi a soltarem-se no apoio aos avançados. O recomeço mostrava um Benfica mais subido no campo e caído do cèu apareceu o golo num canto do lado direito do seu ataque. Num canto aberto, (não se percebeu a colocação de Guerreiro no primeiro poste quando pela trajetória da bola tal não se justificava), o habitual bloqueio e Mitroglou apareceu a faturar. Por estratégia ou pura incapacidade de disputar o jogo no campo todo, o Benfica recuou e entregou de novo a iniciativa de jogo ao adversário. As múltiplas opções ofensivas alemãs voltavam ao jogo. Apesar do espaço entre os jogadores do Benfica se terem tornado mais curtos, (Filipe Augusto e Pizzi mais perto de Fejsa), o Dortmund demonstrava estar muito mais forte que o Benfica, e a incapacidade dos homens de Rui Vitória de beliscar o último reduto forasteiro e trazer a nú as insuficiências da sua linha defensiva, permitiu que os germânicos mantivessem incessante a corrida louca à baliza de Ederson.
3 Inúmeras foram as oportunidades - até uma grande penalidade - desperdiçada pelo Borussia neste derradeiro assalto, mas os Deuses eram encarnados e São Ederson mostrava argumentos únicos que o tornam quase inultrapassável. Era uma vitória difícil dos visitados, bafejada de sorte, com fortes motivos de análise para Rui Vitória (dificuldades em acompanhar o ritmo diabólico do adversário), mas que permite ao Benfica sonhar com uma passagem para os quartos de final.

Daúto Faquirá, in a bola

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