quarta-feira, 11 de outubro de 2017

AS MANHAS PARA SE CHEGAR A UM MUNDIAL


As manhas para se chegar a um Mundial: sumo de laranja para o intestino ou meninas bonitas a passearem-se pelo hotel
É certo e sabido que para qualquer jogador, treinador, seleção e país, jogar um Mundial é o cume do que se pode querer no futebol. Mas, depois, há quem tudo faça para lá chegar quando não confia que seja suficiente o que faz no campo - como os marroquinos e os paraguaios que, pelos vistos, recorreram a uns truques.
Olhando de forma obtusa e simplista, o futebol é um jogo entre duas equipas, com o mesmo número de jogadores, jogado num campo onde ganha quem marcar mais golos e sofrer menos. O futebol é tão bonito, apaixonante e motivo de tamanha crença e alvo de tantos seguidores devido a tudo o que não cabe nesta descrição, por não ter lógica (o golo mais famoso de sempre marcou-se com a mão), ser imprevisível (Portugal a ganhar um Europeu) e gostar de contos de fadas (Leicester a vencer a Premier League).
O futebol é um espetáculo que se alimenta a ele próprio por estas coisas e muitas outras mais. Como os episódios que esta semana aconteceram, derivados da fome que vem do sonho de estar num Campeonato do Mundo, o sítio mais alto ao qual se pode escalar.
Esta terça-feira, os brasileiros eram a única gente tranquila e relaxada na América do Sul, continente onde quase todos os restantes nove países, e respetivos povos, estavam inquietos por não saberem o que seria deles. Uruguaios, argentinos, chilenos, colombianos, peruanos, paraguaios, equatorianos, bolivianos e venezuelanos, todos à exceção dos três últimos, já sem hipótese de se qualificarem, estavam em pulgas por saber se iriam estar na Rússia, para o ano.
Os venezuelanos, conformados pela ausência, foram jogar a Assunção, capital do Paraguai que, ganhando, ainda podia chegar ao play-off. Com a esperança viva, alguém teve a ideia de não confiar apenas no que se pudesse passar em campo.
Porque os jogadores da seleção da Venezuela contaram que, na noite de segunda-feira, várias mulheres bonitas e atraentes se deslocaram ao hotel em que iriam pernoitar, para os aliciar e convencer a prolongarem a noite e encurtarem as horas de sono. “Houve muitas visitas femininas no hotel. Não nos surpreendeu, porque entendemos que são velhas estratégias. Rimo-nos muito”, contou Rafael Dudamel, seleccionador venezuelano, que acabaria por ver a equipa vencer (1-0) os paraguaios e rir-se ainda mais do truque falhado.
Um truque do qual também falou Solomón Rondon, referindo “as mulheres bonitas” que os tentaram “convencer a fazer algo”, sem sucesso. E Yangel Herrera, outra elemento da Venezuela, que revelou até que houve chamadas telefónicas sucessivas para persuadir os jogadores. “Escolheram-nas bem, houve um bom casting, mas não houve tentações, só profissionalismo. Estão à espera as nossas esposas, famílias e a lealdade dos nossos lares”, resumiu o selecionador.
Segundo eles, o Paraguaio tentou e não conseguiu começar a ganhar fora do relvado. Ao contrário, pelos vistos, dos marroquinos.
Eles estão na luta pelo Mundial e ainda vão lutar, em novembro, contra a Costa do Marfim para ver quem vai e quem fica. Antes, contudo, ditaram que o Gabão, treinada pelo nosso conhecido e velho Juan Antonio Camacho, ficasse em terra - e pelo que o antigo treinador do Benfica teve a dizer sobre isso, parece que recorreram a manhas para não deixarem a bola responsável por tudo.
No dia que antecedeu a partida, muitos jogadores gaboneses começaram a adoecer, padecendo de dores no estômago e frequentes visitas à casa de banho. “Culpamos o sumo de laranja, a mim também me afetou. O tema de alimentação foi muito estranho”, indicou o treinador, entrevistado pela Cadena Ser, culpando a bebida fornecida à seleção no hotel que os hospedou, em Casablanca.
A alegada manha foi além dos sumos, ou julgou-se que iria, pois os jogadores optaram por encomendar refeições ou ir comer fora do hotel. “Metade da equipa estava com dores de estômago, tivemos que comer fora, ir merendar às escondidas. Esta situação da alimentação é muito estranha, sobretudo nos dias que correm. Os jogadores bem me avisaram do que podia acontecer”, lamentou quem treina a seleção que tinha de vencer para continuar com hipótese de viajar para a Rússia, em 2018.
O futebol está nos golos, nos remates, nos passes e nas balizas e em tudo o que há entre essas coisas. Quando se pensa que isso não chega, é assim que se tenta jogá-lo fora do campo.

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