domingo, 8 de outubro de 2017

MENOS "ISTO" E MAIS "EQUIPA"


É precisamente pela mesma a razão que andam tão satisfeitos os adeptos do City e tão insatisfeitos os adeptos do Benfica. A razão tem um nome completo, chama-se Ederson Santana de Moraes. Os de Manchester vivem encantados com o seu novo guarda-redes e não se cansam de partilhar alguns dos muitos soberbos momentos com que têm vindo a ser contemplados pelo internacional brasileiro no seu ano de estreia no futebol inglês. Os da Luz, no extremo oposto da escala da satisfação, digerem com enorme dificuldade a saída de Ederson que foi, provavelmente, o jogador mais valioso que passou pelo Benfica nos últimos largos anos.

Por "valioso" não se entenda a soma considerável pelo qual foi vendido no último mercado de Verão mas a sua capacidade prática em termos de assegurar séries imensas de resultados positivos. Ninguém duvida de que a arte de Ederson contribuiu de modo decisivo para os títulos conquistados pelo Benfica na temporada e meia em que foi titular sem discussão da baliza encarnada. Terá até contribuído mais para o "tri" e para o "tetra" o incrível registo de defesas "de golo" assinadas por Ederson do que, por exemplo, o incrível registo do número golos marcados nas balizas adversárias levando a marca de autor do excecional Jonas. Aliás, no esplendor dos seus 33 anos, Jonas continua a marcar golos em quase todos os jogos em que alinha pelo Benfica. Jonas é uma máquina. Benfiquistas, não embirrem com o Jonas. Melhor dito, benfiquistas, não embirrem com ninguém. Vamos mas é atirar-nos à Taça de Portugal quando passar esta coisa da seleção. Depois, logo se verá.
Grimaldo voltou a jogar depois de mais um período entregue a cuidados médicos e a verdade é que tem demorado a reencontrar-se consigo próprio e com a equipa. Grimaldo é um lateral-esquerdo de qualidade muito acima da média, é um facto. O outro facto é que se tem visto pouco a jogar nestes dois primeiros meses da temporada. E é pena. Já a falar tem estado bem. Ainda esta semana, na ressaca do empate consentido no Funchal, disse o espanhol em defesa própria e dos colegas: "Isto é uma equipa unida". É justamente essa a questão. Menos "isto" e mais "equipa" é o que se quer.
A demagogia em torno das chamadas claques segue imparável. O Porto insurgiu-se oficialmente contra uma possível suspensão do líder da sua claque em consequência dos cânticos humorísticos – sim, humorísticos – entoados pelos Super Dragões a propósito da tragédia da Chapecoense. O Porto considera qualquer penalização a Fernando Madureira como um verdadeiro escândalo visto que "o cântico não foi da autoria da claque". Ora aqui está um caso para a Sociedade Portuguesa de Autores resolver quando se pensava que seria um caso para uma qualquer outra entidade de cariz menos intelectual apreciar.
Leonor Pinhão, in Record

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