Equilíbrio e criatividade
1. Perante uma equipa sempre difícil e, ainda para mais, motivada depois de uma excelente vitória na Liga Europa frente ao Marselha, Rui Vitória, ao dispor o seu onze numa estrutura táctica de 4x3x3, com o pivot defensivo Fejsa e dois criativos à sua frente, Krovinovic e Pizzi, procurou maior equilíbrio defensivo com três homens a preencherem essa zona e, simultaneamente, dar mais criatividade neste espaço, privilegiando uma maior circulação de bola no seu miolo. Se esta opção não é estranha, a entrada de Jonas para único ponta de lança foi a grande novidade táctica dos encarnados neste jogo da Cidade Berço.
Direita a funcionar
2. Entrou bem o Benfica com o meio-campo a preencher bem os espaços e a criar dificuldades defensivas ao Vitória pela mobilidade dos seus elementos mais ofensivos: Krovinovic, Jonas e Salvio, canalizando mais o seu jogo de ataque pelo lado direito. Por isso, não admirou que o golo surgisse daí, na melhor jogada de entendimento, sempre ao primeiro toque, entre Krovinovic, André Almeida e Jonas. Após o golo, o V. Guimarães definiu melhor as marcações, ocupou mais racionalmente e os espaços e foi reequilibrando, tirando ao Benfica tempo e espaço para a organização. Foi tempo de duelos, das bolas perdidas e do jogo muito dividido, sem, contudo, criar oportunidades ou tirar o controlo ao Benfica.
O momento chave
3. Na segunda parte, o Vitória entrou melhor, mais subido no terreno, com melhor circulação de bola e a jogar mais no meio-campo encarnado. Durou 25 minutos. Perante este cenário, Rui Vitória trocou Pizzi por Samaris para dar mais força ao meio-campo e Pedro Martins retirou Rafael Miranda e colocou em jogo Rafael Martins na procura de dar acutilância ao seu ataque. Ao desfazer a dupla de médios mais defensivos, o Vitória deu maior espaço entre-linhas ao Benfica e foi por aí que Samaris encontrou o caminho para o golo e Salvio fez o mesmo três minutos depois, Pedro Martins sabia os riscos que corria, mas optou, com coragem, na procura do golo. O Benfica teve a argúcia de aproveitar os espaços criados por essa substituição. Foi o momento chave para abrir o jogo - o Benfica soube aproveitar.
Também marca sozinho
4. Num jogo bem disputado, com grande riqueza táctica e com a entrega total dos jogadores, o Benfica ganhou bem e deu sinais claros que o 4x3x3 com Jonas veio para ficar. Afinal, Jonas também marca quando joga como único ponto de lança."
Henrique Calisto, in A Bola
Sem comentários:
Enviar um comentário