"O Benfica é como os ciclistas que procuram não descolar do pelotão, aquilo a que na gíria se chama andar no elástico. Mas está vivo...
Há uma expressão muito curiosa no ciclismo, que se aplica aos corredores que lutam por não perder o contacto com o grupo onde vão, num deslocar a recuperar constante, que é conhecido por andar no elástico. Ora, é precisamente do elástico que o Benfica tem andado na presença edição da Liga, sempre a tentar não perder demasiada distância para Sporting - FC Porto, continuando vivo na luta pelo título, apesar das dificuldades, contrariedades e limitações. Ontem, já depois do Sporting ter derrotado, em Alvalade, o Portimonense, ao Benfica foi pedido, em Tondela, que fizesse nova prova de vida, imediatamente antes de receber o eterno rival de Alvalade. Uma primeira parte convincente chegou para que os três pontos voassem para a Luz, ficando reservada para o próximo dia 3 de Janeiro nova etapa importante, que dará para perceber qual o nível de prontidão do Benfica, frente a um adversário directo.
Talvez este seja um bom momento para reflectir nas características de Rui Vitória e Jorge Jesus, dois treinadores de top com feitios e formas de trabalhar diferentes. Enquanto as equipas de Jesus têm, normalmente, arranques muito fortes, perdendo fulgor na segunda metade da época, os conjuntos orientados por Vitória têm desempenhos de trás para a frente, crescendo em eficácia e confiança especialmente no derradeiro terço. Esta constatação não valerá de muito, tendo os olhos postos apenas no derby de 3 de Janeiro, porque de hoje até esse dia não haverá oscilações substanciais nas equipas. Porém, se olharmos um pouco mais à frente, e tomando por boa a tendência evidenciada em momentos anteriores, o Benfica precisa de sair vivo do confronto com o seu rival histórico, apostando a seguir na tradicional evolução das equipas de Rui Vitória para encarar a segunda volta com a mesma ambição mas com outro alento. Há que dizer, porém, relativamente às últimas épocas, duas coisas: a primeira é que o Benfica não possui, no plantel, a mesma qualidade; a segunda, que o Sporting parece mais estável e coerente, quer no futebol que mostra, quer nas alternativas de banco. A ver vamos se o que é a verdade de hoje, continuará a ser verdade na sequência da abertura do mercado de inverno. Mas essa possibilidade não influenciará o primeiro grande jogo de 2018.
Ás
Pedro Nunes
O Benfica foi à Catalunha, a casa do Reus, campeão europeu de hóquei em patins, vencer a Taça Intercontinental e sagrar-se campeão do mundo de clubes. Pedro Nunes, técnico dos encarnados, recebeu assim mais um reconhecimento de uma enorme capacidade, fruto de uma dedicação, de muitas décadas, à modalidade.
(...)
Ás
Pizzi
Se o problema que o tem afectado, tirando brilho às suas exibições, tiver a ver com confiança, os golos que marcou e as assistências que fez em Tondela podem tê-lo ajudado a virar a página. E que falta faz ao Benfica a melhor versão de Pizzi! A duas semanas do derby, sem dúvida uma boa notícia para Rui Vitória.
Setúbal merece um Vitória à altura da história
«Apresentámos uma lista correcta, sem hipótese de ser recusada e vamos usar todos os meios para lutar pela razão»
Vítor Hugo Valente, candidato 'recusado' ao V. Setúbal
Extremamente preocupante o divórcio entre Setúbal e o seu Vítória, traduzido nas assistências residuais que têm acompanhado o calvário sadino na presente temporada. O processo eleitoral em curso, que podia ser ponto de partida para um horizonte mais desanuviado, apresenta-se carregado de nuvens e à equipa de Couceiro começa a pedir-se um milagre...
CR7 visto do Brasil (e não de Espanha ou Portugal)
O Real Madrid confirmou com uma vitória magra (1-0) a enorme superioridade manifestada sobre o Grémio e arrecadou mais um Mundial de Clubes. Autor do golo decisivo, CR7 foi louvado no Brasil havendo mesmo jornais a perguntar se não se cansa de levantar tantos troféus. A pensar em Moscovo-2018, oxalá não...
Estrela do mar
O francês François Gabart, 34 anos, bateu o recorde do mundo de circum-navegação, em solitário, ao dar a bola ao mundo em quase metade do tempo de Phileas Fogg (este por terra, ar e mar...) na ficção de Verne. Galart precisou de 42 dias e 16 horas para entrar nos livros da história, batendo por seis dias a melhor marca anterior, também de um gaulês. Inevitável a nostalgia lusitana na hora de conferir estas proezas. Mas um consolo: quando foi tempo de dar mundos ao mundo, Portugal disse presente. A França é mais numa perspectiva lúdica."
José Manuel Delgado, in A Bola
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