Tondela destemido
1. Abordagem destemida do Tondela e procurar aproveitamento um eventual momento menos bom do Benfica mas a chocar de frente com um oponente disposto a mostrar todo o seu poderio e a desfraldar debilidades de um adversário que atingido de morte à passagem do primeiro quarto de hora nunca mais teve capacidade de disputar a partida com o campeão Nacional em título. O jogar olhos nos olhos e futebol positivo são termos do nosso léxico futebolístico que procuram caracterizar abordagens destemidas e arrojadas de equipas ditas menores, mesmo quando o desnível entre as equipas torna tal atitude infrutífera e com escassas possibilidades de êxito. Quando Mourinho e o seu FC Porto entregavam a bola aos adversários menores e depois na posse desta as equipas não sabiam como fazer uso da mesma e destapavam espaços ofensivas do FC Porto desferiam contundentes ataques à defesa adversária era esta estratégia sinal de um jogo menos positivo? Há dogmas que carecem de realismo e evidenciam preconceitos pouco consentâneos com o real objectivo do jogo e suas características. Ontem o Tondela foi atrevido e procurou adoptar uma estratégia que confundisse e criasse dificuldades a um adversário que vinha de um traumatizante afastamento da Taça mas essa coragem foi traída pela abismal diferença de valores entre as duas equipas e a partir do primeiro golo o que se viu foi um reforçar exponencial dos níveis de confiança de um superior Benfica perante um abnegado Tondela.
Benfica está sedento
2. O Benfica vinha de uma eliminação na Taça, mas o seu jogo com Rio Ave tinha demonstrado que esta nova estrutura com três médios revelava sinais claros de crescimento e solidificação de processos e nem os pecados cometidos pelos seus jogadores em pontuais momentos tinham retirado a Rui Vitória a convicção plena de que o jogo tinha mostrado um Benfica próximo do pretendido onde a mobilidade e versatilidade dos médios e dos homens da frente ia tornando o seu jogo cada vez mais imprevisível e agressivo. Ontem o que se verificou foi a conformação de todos os bons prenúncios revelados em Vila do Conde e o Tondela foi a vítima da avalanche benfiquista sedenta de sucesso e capaz de ser uma autêntica máquina na criação e aproveitamento total das suas oportunidades de golo, tanto nas combinações do seu jogo corrido como nas jogadas de laboratório.
Partida sólida
3. O Benfica foi avassalador e as deambulações profundas de Pizzi e Krovinovic aliadas às incursões interiores dos médios dos corredores (Salvio e Cervi) desmontaram a estratégia defensiva de um atrevido mas curto Tondela e permitiu que os sucessivos movimentos de apoio do matador Jonas tivessem sucesso. Quanto aos da casa, apesar da atitude desempoeirada, nem quando passaram a jogar com dois avançados constituíram ameaça para tranquila dupla de centrais do Benfica que com esta retumbante vitória alimenta-se de uma motivação extra para o derby que se avizinha. Vitória cheia de mérito do conjunto campeão nacional que fez uma partida sólida e pejada de fulgor aproveitando com mestria todos os momentos do mesmo, incluindo os esquemas tácticos, sinal de superior trabalho de casa."
Daúto Faquirá, in A Bola
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