terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

OS EQUÍVOCOS DE BRUNO DE CARVALHO


"As palavras de Bruno de Carvalho no final da AG de sábado são mais do que um atentado à liberdade de pensamento, expressão e opinião. São, também, um atentado à inteligência dos sportinguistas: primeiro por querer o seu presidente convencê-los de que o futuro passa por recuar até aos tempos que não deixam saudades mesmo a quem por eles não passou - e houve muitos sportinguistas que por eles passaram; segundo por mostrar o seu presidente não acreditar que sejam capazes de, vendo e lendo aquilo que muito bem entenderem, formarem uma opinião própria sobre o rumo que pretendem para o Sporting - o que, convenhamos, não mostra lá grande confiança em quem lhe deu, a ele, prova de confiança quase cega.
As palavras de Bruno de Carvalho no final da AG de sábado são, também, de uma tremenda contradição: a liberdade de expressão foi um dos argumentos a que recorreu sempre que teve de se defender de castigos e críticas por que se sentiu perseguido ao longo de cinco anos. Manda agora essa liberdade às urtigas. Ou se esqueceu ou acha que se trata de direito exclusivamente seu. Não é. e nunca será.
As palavras de Bruno de Carvalho no final da AG de sábado são, acima de tudo, profundamente infelizes. E mais infelizes se tornam ao percebermos que não foram ditas no calor da refrega. São parte de uma estratégia pensada, como ficou claro em indescritível post ontem publicado pelo seu incansável director de comunicação. Sim, em 2018 foi apresentado aos sócios do Sporting um documento que lhes diz o que podem ler, o que podem ver, o que podem dizer e onde podem dizê-lo, o que podem escrever e onde podem escrevê-lo. É deprimente. Como deprimentes são sempre os dias nas latitudes onde dita leis quem acha que pode tudo só porque está no poder. Não é esse, sabemo-lo todos, o caminho para a felicidade."

Ricardo Quaresma, in A Bola

Sem comentários:

Enviar um comentário