Luís Filipe Vieira falou pela primeira vez desde que estalou a operação E-Toupeira. Fê-lo de forma inflamada e emocionada, ao contrário de outros momentos em que as suas intervenções – em casas do clube ou encontros fortuitos com jornalistas – foram feitas com algum distanciamento e até excessiva descontração, desvalorizando a tempestade que se abateu sobre o clube.
O que motivou esta mudança, só o próprio Vieira poderá explicar mas, de facto, era tempo do presidente do Benfica gritar bem alto a sua revolta. A favor do líder encarnado esteve o tom genuíno da comunicação, a qual não se destinou apenas aos benfiquistas. Autoridades judiciais e os grandes rivais estiveram na mira, assim como alguns benfiquistas que "têm feito o jogo dos adversários".
Vieira garantiu que ele e a direção "nunca mancharam a honra e dignidade do Benfica" mas isso não significa que outros o possam ter feito e esse, claramente, é e será um enorme desconforto (no mínimo...) para todos os benfiquistas. São já muitos meses de suspeitas que em determinados processos ganharam forma de acusação formal de corrupção. Por isso, também não se entende que só a partir de amanhã seja criado um gabinete de crise na Luz. A mancha que tem atingido o Benfica na sua honra e reputação exige respostas rápidas. De todos.
António Magalhães, in Record
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