sexta-feira, 14 de dezembro de 2018

PRESENTE E FUTURO: O CAMINHO DO FUTEBOL FEMININO DO BENFICA


FUTEBOL
Fernando Tavares, vice-presidente do Clube, enquadrou o projeto, explicou as linhas-chave e fez um ponto de situação pormenorizado.
Fernando Tavares fez nesta sexta-feira o balanço dos primeiros meses da época de estreia do futebol feminino do Clube. O vice-presidente do Sport Lisboa e Benfica explicou, em entrevista à BTV, as principais linhas da estratégia seguida e enunciou metas.
Benfica-UD Ponte de Frielas
Impacto da equipa "não é uma surpresa"
"Para mim, não é uma surpresa aquilo que a equipa treinada por João Marques está a fazer [líder da Série D do Campeonato Nacional da II Divisão, com nove vitórias (27 pontos) em nove jogos, 159 golos marcados e zero sofridos]. Sempre dissemos aos Benfiquistas que íamos, meticulosamente, construir uma equipa que tinha como objetivo a subida de divisão, mas também a conquista da Taça de Portugal e a preparação da próxima época desportiva."

"Estamos a meio de um processo, a equipa está a dar uma resposta muito positiva. Temos de ter a consciência de que estamos a atuar num Campeonato pouco competitivo para o nível da equipa e temos seguido algumas estratégias no sentido de lhe dar competitividade através de jogos particulares, que se vão intensificar a partir de janeiro. O objetivo é estarmos preparados para jogar com adversários de mais peso na Taça de Portugal."
"Estamos muito animados com o projeto. Estas jogadoras são incansáveis do ponto de vista do trabalho, fizeram uma opção pelo Benfica. Não era uma opção fácil, porque o Benfica ia iniciar o projeto na 2.ª Divisão, mas assumiram o projeto como um projeto Benfica e esta é a força do nosso Clube. Nenhuma jogadora questionou, durante o processo de contratualização ou de negociação, o facto de o Benfica estar na 2.ª Divisão. Todas receberam estes convites com muito ânimo e sentido de responsabilidade, o que valoriza o projeto e a sua qualidade."
Daiane Rodrigues
Mercado brasileiro
"Temos uma comissão de observação e análise. Iniciámos o projeto há praticamente um ano, tendo intensificado, nos últimos meses antes de o projeto arrancar, o período de observação. Referenciámos mais de 100 jogadoras – entre estrangeiras e portuguesas – e tomámos duas opções importantes. Em primeiro lugar, não havia jogadoras portuguesas disponíveis de nível para poderem entrar num projeto com as exigências do Benfica, porque as melhores jogadoras nacionais estavam tapadas por contratos com outros clubes e outras quiseram fazer uma aposta no estrangeiro em campeonatos mais competitivos."
"Tivemos de fazer uma opção e a nossa opção foi o mercado brasileiro, um mercado extremamente competitivo e também mais económico em relação ao do norte da Europa. Havia a vantagem da língua também, mas havia, sobretudo, a vantagem da qualidade. As jogadoras brasileiras têm muita qualidade e estão habituadas a trabalhar com processos intensos do ponto de vista do treino. Sabíamos que, trazendo uma jogadora brasileira para o Benfica, iríamos elevar o patamar de qualidade da equipa."
"É bom salientar que, ao contrário do que acontece no sector masculino, não há o conceito ou a noção de jogadora estrangeira ou jogadora portuguesa, o que há é a jogadora formada localmente ou não formada localmente. Para dar dois exemplos, a Pauleta é espanhola, mas é considerada formada localmente; a Jassie é portuguesa – até já foi à Seleção –, mas como não fez três anos de formação em Portugal até aos 23 anos, é não formada localmente. Este critério sobrepõe-se ao da jogadora estrangeira ou portuguesa."
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Mercado português e as melhores Sub-19 como alvo
"A segunda opção foi a jogadora portuguesa, onde o alvo tinha claramente de ser o mercado das Sub-19. O que tentámos fazer foi ir buscar as melhores Sub-19 que podiam vir para o Benfica, intensificar, com a entrada do Luís Andrade, o trabalho que estamos a fazer na formação e neste momento há quatro Sub-19 que já integraram o plantel principal desde o início da época. O objetivo que impus à equipa técnica foi, pelo menos, oito jogadoras até ao final da época estrearem-se na equipa principal e isso vai acontecer. É neste binómio que temos de projetar o Benfica para que seja, de futuro, mais português do que é hoje."
Apresentação das Sub-19
Benfica revoluciona, outra vez
"A palavra correta é revolucionar. Já tivemos essa experiência no futsal, onde a entrada do Benfica na modalidade transformou a modalidade. É possível um processo idêntico no futebol feminino. Acho que vamos ter um problema dentro de um par de anos, que é como é que vamos escoar tanto talento. Cada vez mais aparecem miúdas, de norte a sul do país, filhas de emigrantes, com dupla nacionalidade, que já fazem formação nos seus países de origem e querem muito representar o Benfica. É todo este trabalho que temos de fazer, onde o Luís Andrade [na foto de cima] é peça fundamental, de preparação para podermos detetar, filtrar, integrar o talento dentro do Benfica e projetar um futuro radioso."
Equipa feminina de Futebol
Taça de Portugal já na mira
"Vencer a Taça de Portugal já nesta temporada é um objetivo realista. O Benfica hoje está ao nível do Sporting e do Braga, mas no futebol não podemos passar um certificado de garantia e dizer que vamos ganhar a Taça de Portugal. Porém, podemos assegurar que tudo faremos para ganhar. É um objetivo perfeitamente alcançável."

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