"Um sócio descontente quer eleições antecipadas porque acha que consegue fazer melhor. Um antigo jogador de qualidade abaixo da média marca um golo num qualquer campeonato terciário. Um ex-dirigente carpe mágoas semanalmente na televisão. Um salivante jornalista espuma de raiva com tudo o que é vermelho. O que têm em comum todas essas pessoas? Tempo de antena.
Basta que queiram apontar o dedo ao Sport Lisboa e Benfica, e ficam abertas as portas para páginas de jornais, programas de comentário futebolístico e blogues - legais e ilegais - que servem de fonte de informação a gente pouco profissional.
É esta a realidade com que se deparam os benfiquistas. Há uma tocha acesa numa bancada do estádio do Portimão, e a acusação é de fogo posto. Há um incêndio nas coloridas e vazias cadeiras de Alvalade, e trata-se de um lapso. Um funcionário judicial pede uma camisola do Glorioso para oferecer ao sobrinho, e é corrupção. Um árbitro vai de férias pagas para o Brasil com um nome falso, e é coincidência.
Um clube já condenado por corrupção é intervencionado pela UEFA, e sai uma nota de rodapé. Um dirigente de um clube falido é apanhado a comprar árbitros das modalidades numa chamada telefónica, e assobia-se para o lado nas redacções.
Que grande que és, Benfica. E dás tanto a ganhar a tanta gente. Imagina que um dia fechas a torneira da informação e que os teus adeptos abrem os olhos e deixam de ouvir, ler e dar cliques a quem só te quer prejudicar. Coitados, ficam a jogar e a falar sozinhos..."
Ricardo Santos, in O Benfica
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