domingo, 9 de fevereiro de 2020

UM AZAR DO KRALJ


Só aparece quando já há dentes no chão, de peito feito, “segurem-me que eu vou-me a ele!”. Deixa-te disso, Luís Miguel (Um Azar do Kralj)
Aqui está a análise cuidada de Vasco Mendonça aos jogadores do Benfica que defrontaram o FC Porto, no Dragão, no clássico de sábado que resultou na derrota dos encarnados.
Vlachodimos
É nestes momentos que se vê os verdadeiros. No único lance do jogo em que Vlachodimos poderia ter feito mais, o grego reagiu de forma nervosa, não saindo imediatamente dos postes para agarrar uma série de cadeiras e bolas de golfe arremessadas na sua direcção.
André Almeida
Tal como a restante equipa, esteve mais ou menos 60 minutos em campo e saiu a coxear. Tal como a restante equipa, continua confortavelmente instalado na liderança do campeonato, portanto deixem-se de coisas e comecem por ganhar ao Famalicão.
Rúben Dias
Grande passe (mais um) para Rafa no segundo golo. Fossem todos como ele no quarteto defensivo e estaríamos nós melhor. Isso ou tínhamos perdido por 6-2 com mais três autogolos. Depende da perspectiva.
Ferro
Fez muito bem a estrutura em dizer-lhe que regressasse a pé. Terá agora algumas horas para pensar no que se passou. Vai parando para descansar. Não te preocupes connosco, nós arranjamos alguém para ir a Famalicão. Cuida de ti.
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[*Representação visual do espaço entre o Ferro e o Grimaldo*]
Grimaldo
Como se não bastasse a exigência do jogo de ontem, Bruno Lage resolveu pregar uma partida ao mais franquista dos cidadãos espanhóis e privou Grimaldo da companhia do seu querido Franco Cervi. As rotinas do lateral viram-se gravemente afectadas, e por rotinas leia-se situações em que o Cervi safa as borradas dele.
Weigl
Pareceu melhor no período em que recuou para construir a partir da defesa, melhor no sentido em que nos fez acreditar que a equipa reunia condições para fazer 3 passes seguidos, mesmo que boa parte desses passes tenha sido para o lado ou para trás. Continua a sua adaptação ao Benfica e ao futebol português. Ontem conheceu mais uma das suas narrativas centrais: a do Benfica que se encolhe quando não devia. Melhores histórias virão.
Pizzi
Foi avistado na reacção ao primeiro golo do FCP, mas faltou-lhe aquele espírito de batalha campal que, a par de algum futebol, é necessário para estas visitas ao norte. Pizzi é, para o bem e para o mal, de outra estirpe. É aquele amigo bem humorado que está sempre lá para nós, um granda bacano, um ser humano extraordinário, é tudo isto excepto quando há porrada. Nessas ocasiões só aparece quando já há dentes no chão, de peito feito a dizer “segurem-me que eu vou-me a ele!”. Deixa-te disso, Luís Miguel. Ambos sabemos que não é verdade e haveremos de recordar isso entre gargalhadas lá p’ró fim de Maio.
Rafa
Se a equipa adversária passou o último quarto de hora a comportar-se como uma equipa pequena no jogo mais importante da época, isso deve-se muito às combinações de Rafa e Vinicius que mostraram, nas poucas oportunidades que tiveram, o evidente: do lado de lá, tal como na vitória da época passada, esteve uma equipa que, nos dias que correm, gosta muito de se dizer forte mas só tira a fralda quando nós deixamos.
Taarabt
Até desdentado conseguiu ser o jogador com mais classe na nossa equipa. Fez tudo o que se impunha, nunca fugindo à responsabilidade, ao contacto com o adversário, sempre com a bola colada ao pé, os olhos nos metros à sua frente, e os testículos onde eram necessários. Sobreviveu a uma expulsão anunciada e acabaria expulso por Bruno Lage. Preferia arriscar a perder com 10 do que perder o meio-campo.
Chiquinho
Talvez seja ingrato pedir-se mais a um rapaz que ocupou 3 posições durante o jogo, mas o Benfica é mesmo assim, Francisco Leonel. Tiveste sorte em não acabar na baliza.
Vinicius
E se mais jogo tivéssemos criado, mais golos ele teria marcado. Que é o que vai acontecer nos catorze jogos que nos faltam. Vamos com calma.
Seferovic
Deve ter-me dado aqui uma patologia ocular, porque não consegui ver uma coisa de jeito na meia hora que passou em campo.
Samaris
Entrou para refrescar o meio-campo defensivo e recuperar algum poderio que garantisse mais um homem na circulação e nas segundas bolas. Foi por isso com estranheza que passou os quinze minutos seguintes a ver a bola sobrevoar a zona onde se encontrava. Se era para isto, até o Gabriel zarolho podia ter jogado.
Dyego Souza
Não sei se é a jogar com mais dois colegas na frente que o rapaz vai fazer amigos. Vinicius em especial deve ter sentido o mesmo que eu quando uma família munida de geleira e uma tenda Quechua estaciona ao pé de mim na praia.

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