quarta-feira, 19 de fevereiro de 2020

“VONTADE E AMBIÇÃO DE FAZER UM GRANDE JOGO”


TAARABT: "NADA MUDOU, VAMOS JOGAR O QUE SABEMOS E TENTAR VENCER"
FUTEBOL
Benfica e Shakhtar jogam na Ucrânia a 1.ª mão dos 16 avos de final da Liga Europa.
O Benfica defronta o Shakhtar em Kharkiv, na Ucrânia, às 17h55 de quinta-feira, na 1.ª mão dos 16 avos de final da Liga Europa. "Uma boa equipa", considera Adel Taarabt, que merece o respeito dos encarnados.
Quais são as expectativas para este desafio?

Nada mudou, para nós. Vamos entrar, tentar ganhar o jogo e jogar bem, tal como fizemos no último desafio, apesar de não termos vencido. Não vamos mudar nada, iremos jogar o que sabemos e tentar vencer. Respeitamos o Shakhtar, sabemos que é uma boa equipa, esteve, tal como nós, na fase de grupos da Liga dos Campeões, mas vamos entrar em campo e fazer uma boa partida.
Está confiante?
Claro que sim, nada mudou para nós.
Vai ser titular? Com Weigl indisponível, prefere jogar com Florentino ou Samaris?
Não sei, essa é uma questão que têm de fazer ao treinador, porque não é uma decisão minha. Estou disponível para a equipa. Sempre que o míster me eleger, vou dar o meu melhor, vou dar 100 por cento. Temos jogadores de qualidade.
Porque é que o Benfica tem tido alguns problemas defensivos nos últimos jogos?
Os últimos dois resultados não foram bons, mas temos jogado muito bem. Se virem o último jogo, poderíamos ter marcado dois ou três golos na primeira parte. Claro que, quando não ganhamos, é fácil pensar assim. O futebol também tem maus momentos. O Benfica costuma ganhar e quer vencer cada jogo. Por isso, quando não temos um bom resultado, todos nos questionam. Trabalhamos arduamente, jogamos bom futebol e vimos aqui para fazer um bom resultado.
Treinador do Benfica mostrou-se otimista antes do arranque da primeira mão dos 16 avos de final da Liga Europa, diante do Shakhtar Donetsk.
Bruno Lage perspetivou o embate com o Shakhtar Donetsk, agendado para as 17h55 (Portugal Continental), no Estádio OSK Metalist, em Kharkiv. Na primeira mão dos 16 avos de final da Liga Europa, o Benfica quer fazer uma exibição "sólida e consistente".
Ainda na conferência de Imprensa, o treinador do Benfica comentou as palavras de Luís Castro na antevisão feita ao jogo, não revelou que onze vai entrar de início, garantiu que os aspetos a melhorar estão identificados e, no final, pediu – sobre o que se passou com Marega – que o futebol português faça uma profunda e ampla reflexão.
Que expectativas tem para o jogo com o Shakhtar, sendo que o Benfica tem tido excesso de competição e os ucranianos não jogam oficialmente há dois meses?
Sim, mas são os calendários e as competições de cada equipa. Vamos jogar com uma excelente equipa. Temos de nos agarrar ao trabalho. O que estamos a fazer bem, é continuar a fazê-lo; o que não está a correr tão bem, temos de corrigir. Um ou outro posicionamento, um ou outro detalhe que nos pode a levar a marcar os golos perante as oportunidades que vamos criando. É o momento de olharmos para nós e ter a vontade e a ambição de fazer um grande jogo.
Florentino vai jogar ao lado de Taarabt? Seferovic por Vinícius no ataque? Rafa na esquerda, em vez de Cervi, ou no apoio ao ponta de lança?
São soluções que temos usado. Os jogadores ainda não sabem o onze e serão sempre eles os primeiros a saber.
Luís Castro afirmou [na conferência de Imprensa] que esperava ver Florentino a titular e três médios, e ainda várias poupanças. Quer revelar alguma coisa em relação ao Benfica?
Tem sido uma variante ao longo da época. Independentemente de jogar um jogador que pode ser mais médio ou não, o que interessa são as dinâmicas e o posicionamento. Não entramos em poupanças. Vamos escolher o melhor onze em cada momento. Tendo em conta que jogamos de três em três dias, temos de tomar decisões.
Luís Castro disse que Bruno Lage vai usar todas as balas neste jogo para rumar à Luz com um bom resultado, porventura utilizando um meio-campo a três. É o que iremos ver? Quer tentar adivinhar a equipa do Shakhtar?

Independentemente da posição que ocupam, o mais importante é a dinâmica que os jogadores oferecem à equipa. Sobre o onze do Shakhtar não vou tentar adivinhar. Quero antes acertar no meu para ganhar.
O técnico do Shakhtar referiu, tal como Rúben Amorim já fizera, que o ponto fraco do Benfica está no espaço dado nas costas da defesa. Como olha para estas apreciações?
Cada treinador tem a sua opinião sobre o que vê ao analisar a nossa equipa. Não tenho nada a dizer. Foi a análise que fez, mas o mais importante é fazermos a nossa própria análise. Uma equipa que quer dar passos em frente e pressionar o adversário à entrada da área, vai dar dois tipos de espaço: entre os médios e a defesa, ou nas costas da defesa, se esta estiver subida. Não podemos pressionar à frente e não oferecer espaços atrás. Isto é o jogo. Independentemente do sistema ou do adversário, todas as equipas oferecem espaço para se jogar. Se for em 4x3x3 será um espaço, em 4x4x2 oferece outro espaço, em 5x4x1 outro ainda… Essa é a nossa análise, e verificar o adversário e o que nos oferece.
Em Kharkiv, o mais importante é não sofrer ou marcar?
O mais importante é jogar bem. Neste momento, queremos fazer um bom resultado, mas, mais do que isso, a equipa tem de ser sólida e consistente, como é a nossa ambição.
Uma equipa que tem 10 finais europeias, sete na Champions/TCCE e três na Liga Europa/Taça UEFA, é candidata a vencer esta competição?
Todas as equipas entram com este objetivo. Não podemos prometer nada numa fase tão prematura da época. O que posso prometer é que é a altura de olharmos para nós e de entrarmos determinados e consistentes em jogo, em termos ofensivos e defensivos. O que prometo é não falar muito e trabalhar.
O que prefere: vencer o Shakhtar e chegar à final da Liga Europa, mas perder o Campeonato, ou perder com o Shakhtar e ser eliminado e conquistar o título em Portugal?
E na final? Ganhamos? Só posso ganhar uma ou outra? Se respondo à sua questão e se escolho ganhar uma em detrimento da outra, o Presidente despede-me. A mentalidade do Benfica é ganhar tudo!
O Benfica vem de dois jogos de Campeonato sem vencer. Está a ser o período mais difícil como treinador do Benfica?
Não. Tivemos resultados menos bons, mas esse momento demorou um ano a chegar. Problemas e pressão são outras coisas, isto são oportunidades. A equipa vem de dois jogos sem vencer, perdemos seis pontos, mas estamos em primeiro lugar na Liga. Perder seis pontos em jogos consecutivos e continuar em primeiro não é normal. Esta é a oportunidade de darmos um passo em frente, de fazermos uma afirmação do que somos enquanto homens e equipa, mostrarmos o nosso trabalho e a nossa forma de jogar. Amanhã [quinta-feira], é mais uma excelente oportunidade, frente a um adversário muito competente. Não vejo favoritismos, porque o Shakhtar também tem feito, nacional e internacionalmente, campanhas fantásticas. Temos uma ambição e determinação de fazer um bom jogo e prosseguir na competição.
Com três jogos sem ganhar, é o pior Benfica da era Bruno Lage. Sente isso em campo?
Não! A equipa, ainda agora no jogo em casa [frente ao SC Braga] e, fundamentalmente pela primeira parte, apresentou-se bem, criou inúmeras oportunidades. Viemos de uma derrota no Estádio do Dragão, a seguir um jogo difícil em Famalicão, mas que nos levou à final da Taça de Portugal, depois uma primeira parte em que, inexplicavelmente, não conseguimos marcar um golo e acabámos a perder. A vida é isto, é consequência do que se faz em campo. O importante é olhar para o próximo jogo.
Sabendo-se que vem aí uma deslocação complicada no Campeonato, com jogo em Barcelos perante o Gil Vicente na segunda-feira, a sua preparação da equipa para este duelo com o Shakhtar pode ser condicionada?
Não condiciona, por várias razões. Estamos em primeiro no Campeonato, dependemos apenas de nós. Depois, este tempo de intervalo dá para os jogadores estarem disponíveis e motivados para jogar. É o tempo de intervalo perfeito para se jogar consecutivamente, no meu entender. Quando se entra em ciclos de jogos de três em três dias é mais difícil, mas jogando na quinta-feira e depois na segunda-feira não há inconveniente.
Olhando para os números do Campeonato, o Benfica tem sete golos sofridos nas últimas seis jornadas, mais dois do que nas 15 jornadas anteriores. A que se devem estes números?
Não podemos esconder essa situação. Se, em termos ofensivos, queremos que o nosso guarda-redes seja importante na construção, em termos defensivos também queremos. Não é um problema individual, mas sim coletivo. Está identificado, temos de olhar para ele e trabalhar.
Que reação lhe merece o caso de racismo de que Marega foi vítima?
Condenar todo o tipo de situações deste género e não apenas a do Marega. Há um longo historial de situações que têm acontecido no futebol português. Temos de estar juntos para que isto não volte a acontecer. Os jogadores e as pessoas do futebol têm uma força enorme para transmitir bons valores e educação. No fim, isto é um jogo e há valores mais acima.
(…)
Hoje [quarta-feira], quando estávamos a treinar, surgiram 60/70 crianças da Escola de Futebol do Benfica em Kharkiv. Entre os treinadores [da Escola de Futebol do Benfica na Ucrânia], dois já fizeram parte do meu passado: Alfredo Almeida, que foi meu jogador no Vendas Novas, e o José Alexandre, que foi meu adjunto nos Iniciados do Benfica. Temos de pensar no que é a vida e o que motiva pessoas que gostam tanto de futebol a virem para outro lado do mundo, a cinco/seis horas de viagem, deixar famílias em casa. Duas coisas: a vontade de trabalhar e a paixão pelo futebol. Isto tudo para falar do Marega. Há uma posição oficial do Benfica, mas quero deixar a minha, de total colaboração. Isto não é só uma questão de racismo, é também de civismo. Há tantas pessoas que gostam de futebol, como estes dois colegas, e depois há pessoas que estão no futebol, mas não sei se gostam de futebol. Temos de olhar para isto com um sentido de responsabilidade tremendo. Não é apenas esta situação do Marega, mas sim o que se vai vivendo, em que é natural um estádio cheio chamar nomes a um árbitro ou a um treinador. Até que acontece algo e o mundo pára. Não é o único caso de racismo. Houve outros, recentemente. Um treinador entrar em campo, independentemente do clube ou da cor, e ter 20 ou 30 mil pessoas a ofendê-lo não é normal. Não pode ser aceite. Este seria um bom momento para refletirmos sobre isto.

Lista de convocados
Guarda-Redes: Odysseas, Mile Svilar e Ivan Zlobin;

Defesas: Grimaldo, Rúben Dias, Ferro, Tomás Tavares e Nuno Tavares;


Médios: Rafa, Pizzi, Samaris, Cervi, Taarabt, Florentino, Chiquinho e David Tavares;
Avançados: Seferovic, Vinícius, Jota e Dyego Sousa.

Sem comentários:

Enviar um comentário