"Não creio que alguém possa garantir neste momento, a pés juntos, que o campeonato de futebol venha efectivamente a ser retomado no final do mês.
Seria muito bom que tal acontecesse, ainda haveria datas para o concluir até ao fim de Julho (eventualmente com uma ou duas jornadas a meio da semana), a calendarização da época seguinte não ficaria demasiado comprometida, e a nossa fome de bola poderia, em parte, ser saciada - embora à distância e via televisão. É preciso dizer que, a concretizar-se, tratar-se-á de um regresso... zinho. Será um futebol sem bancadas, sem chama, sem calor humano, a maioria das vezes em terreno neutro. Jogos meramente burocráticos, que visam assegurar as receitas televisivas e definir friamente uma classificação final. Melhor do que nada, mas muito diferente daquilo que gostaríamos de ter.
Talvez até opte por ouvir apenas os relatos radiofónicos, e assim ignorar que não há ninguém nas bancadas, imaginando estádios cheios e vibrantes. Cada um que se adapte como puder. E, como dizia, nem mesmo isso está assegurado. O vírus é imprevisível, colocando enormes reticências a qualquer planeamento que vá para além do próprio dia. Nunca foi tão certeira a afirmação segundo a qual o que hoje é verdade amanhã pode ser mentira. Neste contexto, no futebol, como nas nossas vidas, devemos estar preparados e mentalizados para todas as possibilidades.
Por agora, é preciso assegurar que a nossa equipa permaneça à margem das incertezas, e se prepare, com tudo, para ganhar.
Se, e quando, voltar o campeonato, teremos dez finais para conquistar o título. Não as podemos falhar."
Luís Fialho, in O Benfica
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