quinta-feira, 10 de setembro de 2020

«TENDÊNCIA DA REDUÇÃO DO PASSIVO E ENDIVIDAMENTO»


 A SAD do Benfica divulgou, esta quarta-feira, o relatório e contas referente à atividade do exercício 2019/20, com resultado positivo de 41,7 milhões de euros, a segunda melhor de sempre. Entrevistado pela página oficial do clube, Domingos Soares de Oliveira, CEO e responsável pela área financeira, admitiu que os 120 milhões de euros encaixados com a venda de João Félix ao Atlético Madrid representaram importante fatia deste resultado.

«A informação é positiva ao nível dos principais indicadores, ainda que seja um exercício que foi muito afetado pelo tema Covid-19 e pelo facto de termos tido uma paragem das nossas atividades durante vários meses. O resultado da Sociedade é próximo dos 42 milhões de euros, o segundo melhor de sempre da Benfica SAD. O segundo aspeto importante a evidenciar é o crescimento das receitas com um valor próximo dos 294 milhões de euros, naturalmente também muito influenciado pela componente de vendas de atletas, em particular do João Félix. Estes são os dois indicadores mais positivos», começou por explicar, destacando depois aquele que considera ser outro ponto positivo: «A confirmação de uma tendência que já observamos há vários anos, que é uma redução do passivo e do endividamento»», explicou.
Em sentido contrário, o dirigente detalhou o impacto da pandemia de Covid-19 nas contas encarnadas.
«O ponto menos positivo destas contas é que, seja em termos de direitos televisivos, seja em termos de prémios da UEFA, merchandising, patrocínios, ou em termos de bilhética, há uma redução de praticamente todas estes rubricas. Por um lado, influenciado – no caso das competições europeias – pela nossa performance desportiva menos boa, comparativamente ao que tivemos em 2018/19; e, por outro lado, o facto de termos tido aqui paragem de competição durante praticamente quatro meses. Por exemplo, nas contas de 2019/20, só pudemos reconhecer aqueles 14 jogos da Liga, aqueles 14 jogos que foram jogados até 30 de julho. Os restantes três jogos já não entram nas contas deste exercício.
- Por força da pandemia, tivemos aqui dois impactos: um que nunca conseguiremos medir, que é o do lado desportivo, ou seja, o que é que teria acontecido com o Benfica se não tivéssemos tido a pandemia. Como é que a equipa se conseguiu adaptar relativamente ao facto de jogarmos sem público? No fundo, perdeu-se algo que é a essência do futebol… Relativamente à componente muito mais económico-financeira, temos basicamente impacto em todas as vertentes – menos bilhética, como eu disse, porque não fizemos jogos com bilhética. Apontamos, nestas contas, para que o impacto total da Covid-19 no exercício 2019/20 seja ligeiramente superior a 12 milhões de euros. Sem Covid-19, teríamos tido receitas provavelmente – só da SAD – a ultrapassar os 300 milhões de euros.»

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