"Os jovens têm fama de pensar pouco, na gíria comum.
Não é isso que vejo acontecer nos projectos da Fundação Benfica de cada vez que desafiamos os jovens a reflectir sobre os grandes temas, não só da sua geração, mas da humidade. Antes de mais, convém dizer que por trás destes desafios está uma vontade séria e verdadeira de os escutar e, porque não?, apreender com eles. Por isso os jovens tendem a levar-nos a sério e premeiam a nossa confiança com ideias e pensamentos que muito nos enriquecem e que usamos como matéria-prima para incorporar nos nossos projectos. Não se trata de saber o que querem os jovens para procurar captar melhor a sua atenção ou atraí-los a uma dada atitude ou comportamento. Trata-se de chegar mais longe na nossa percepção social, de furar barreiras geracionais e trazer para dentro da instituição uma visão do mundo por vezes surpreendentemente responsável e conservadora e outras tantas completamente nova e fora da caixa, como agora se diz.
Houve em tempos um programa comunitário, muito dado à inovação, chamado EQUAL, que lançou um lema importantíssimo e inesquecível: 'Nada para nós sem nós'. Ora, se há pessoas a quem esta frase diz tudo, os jovens são-no seguramente. Mais, dizem-se permanentemente cansados de não serem ouvidos ou respeitados nas decisões e políticas públicas que lhes dizem directamente respeito, mas, sobretudo, naquelas que hipotecam económica ou ambientalmente o seu futuro. No mundo do desporto, temos uma cultura que valoriza o individuo e a equipa, que sabe e quer ouvir para melhorar e atingir a superação. É daí que surgem as vitórias nos relvados, mas é, seguramente, também daí que surgirão as vitórias das vidas dos nossos jovens e o somatório de um país que desejamos próspero, feliz e justo. São estes os valores dos benfiquistas, e é isso que a Fundação Benfica faz para os honrar: ouvir os jovens que pensam!"
Jorge Miranda, in O Benfica
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