terça-feira, 11 de maio de 2021

O CAMPEONATO DAS FARSAS. MAIS UMA NA MADEIRA...



 Irresistível com tração à frente

Reunindo Pizzi, Everton, Seferovic, Darwin e Gonçalo Ramos (bisou) nas manobras ofensivas, o Benfica arrancou para a vitória em casa do Nacional (1-3) na 32.ª jornada da Liga NOS.
Com dinâmicas alteradas no decurso da segunda parte, o Benfica tornou-se veloz, acutilante, ganhou tração à frente, marcou golos (Gonçalo Ramos bisou), corrigiu o resultado e venceu por 1-3 no reduto do Nacional na 32.ª jornada da Liga NOS.
Sector por sector, a equipa do Benfica apresentou-se no Estádio da Madeira com uma composição muito diferente daquela que foi escolhida pelo treinador Jorge Jesus na ronda anterior do Campeonato, aquando do clássico frente ao FC Porto.
Estruturado taticamente em 4x4x2, o conjunto benfiquista teve Gilberto e Nuno Tavares como laterais, sendo a dupla de centrais formada por Lucas Veríssimo e Otamendi. O meio-campo teve Weigl, Chiquinho, Pedrinho e Cervi como protagonistas, enquanto no ataque se registou o regresso de Waldschmidt à titularidade para ser o principal apoio de Seferovic.
O Nacional, explorando principalmente a capacidade de aceleração e a velocidade de Riascos, foi a primeira equipa a mostrar os músculos no relvado. Ao minuto 8, o atacante dos madeirenses esticou o jogo pela esquerda e conseguiu rematar à baliza. Helton Leite respondeu com uma excelente estirada, repelindo o esférico pela linha de fundo. No pontapé de canto subsequente (8'), os alvinegros marcaram. Seferovic, infeliz na tentativa de corte de cabeça, colocou o esférico à mercê de Riascos, que o impeliu na direção do poste direito. Na recarga, o central Pedrão marcou golo (1-0).
O empate esteve a vista aos 23'. Num ataque bem delineado, explorando o flanco esquerdo, Waldschmidt desmarcou Cervi, este cruzou com boa conta, mas Seferovic não conseguiu desviar e aplicar o golpe letal. Logo a seguir (24'), novo centro perigoso dos encarnados, outra vez pelo corredor canhoto, de onde Nuno Tavares cruzou para o jogo aéreo de Seferovic. O internacional suíço cabeceou por cima da trave.
Num lance em que combinou técnica e velocidade, Pedrinho provocou um momento de agitação aos 28' e sobressaltou a defensiva do Nacional. À entrada da área, o esquerdino decidiu-se pelo remate, mas a bola foi na direção do guarda-redes António Filipe, que resolveu a situação com naturalidade.
Muito superior na posse de bola (62%), o Benfica, todavia, não foi capaz de gerar flagrantes oportunidades de golo na primeira parte (quatro remates, apenas um enquadrado). Já o Nacional, a ganhar, deixou correr os minutos, mantendo Riascos a dar trabalho nas transições rápidas. Foi, no entanto, Éber Bessa quem, com felicidade no ressalto de bola, escapou entre os centrais e teve nos pés a hipótese de agravar as dificuldades das águias. Com uma intervenção valiosa, Helton Leite (33') fechou a baliza.
Com o intuito de transformar o curso dos acontecimentos, a formação benfiquista regressou dos balneários com três modificações: Cervi, Chiquinho e Pedrinho foram rendidos por Grimaldo, Pizzi e Everton.
Afortunado pela forma como se desenvolveu um livre executado sobre a direita do ataque, o Nacional quase provocou (é o termo certo) o 2-0. A bola fez ricochete no corpo de Otamendi no coração da área e desenhou uma rota na direção do alvo. Helton Leite, outra vez muito atento, voou e afastou para canto (47').
O minuto 50 trouxe uma imparável arrancada de Nuno Tavares, que avançou com os olhos postos na baliza alvinegra e, à entrada da área, atirou de pé direito. O esférico sofreu um ligeiro desvio no corpo do camisola 44 do Nacional e rolou para o fundo das redes. Festejou-se o 1-1... mas a polémica estava à espreita. Por indicação do videoárbitro André Narciso, Rui Costa fez a revisão do lance no monitor, escrutinou um lance de contacto mútuo entre Pedro Mendes e Lucas Veríssimo e ajuizou falta do central, invalidando o golo do Benfica.
Darwin foi a jogo ao minuto 65 (saiu Gilberto, passando Nuno Tavares para lateral-direito) e logo a seguir houve outro momento controverso na Choupana. Na sequência de um canto batido à direita, João Vigário, junto ao primeiro poste, tocou na bola com os dois braços... O lance teve análise do VAR, mas o pontapé de penálti não foi sancionado.
Jorge Jesus ainda podia efetuar uma substituição e operou-a ao minuto 74, lançando Gonçalo Ramos no lugar de Waldschmidt.
O melhor estava para vir... e o primeiro capítulo teve Grimaldo (passe para a frente) e Everton (desmarcação, finta na área e passe atrasado) na criação e no desenvolvimento, e Seferovic (remate de pé esquerdo) na conclusão. Porque a bola ainda tocou em Pedrão, a Liga Portugal creditou o lance como autogolo do central (1-1 aos 78').
O Benfica de tração à frente ia dar a volta ao resultado. A jogada do 1-2 combinou as três lanças (81'): Seferovic fez o passe para a profundidade, Darwin rompeu na esquerda e cruzou, Gonçalo Ramos finalizou de primeira de pé direito e bateu o guarda-redes António Filipe. Perfeito, reviravolta consumada!
Demolidor, com ações velozes, o Benfica desfez qualquer sombra de dúvida que ainda pudesse pairar quanto a quem iria vencer a partida. Everton, aos 86', forneceu bola para Darwin disparar (novamente) pela esquerda. O internacional uruguaio invadiu a área, sentou o central Júlio César e endossou para o meio da área (9.º passe para golo do melhor assistente da Liga!), onde o "matador" Gonçalo Ramos voltou a chutar para dentro da baliza, bisando neste encontro (1-3). O resultado estava feito!
A duas jornadas do termo do Campeonato, o Benfica é 3.º classificado, a quatro pontos do 2.º (FC Porto). Na ronda 33 receberá o Sporting no Estádio da Luz, um dérbi que está agendado para as 18h00 do próximo sábado (15 de maio).

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