Festival ofensivo pedia mais golos
Benfica venceu Arouca por 2-0 com golos de Waldschmidt e Yaremchuk, em vésperas de receber o PSV Eindhoven na 1.ª mão do play-off de acesso à fase de grupos da Liga dos Campeões.
O Benfica venceu o Arouca por 2-0, com golos de Waldschmidt e Yaremchuk – que assistiu no primeiro –, em duelo onde desaproveitou várias oportunidades para ampliar o marcador. O Arouca ficou reduzido a 10 unidades aos 8' por expulsão do guarda-redes Victor Braga e André Almeida regressou à competição na tarde em que se completaram 300 dias sobre a data em que sofreu uma grave lesão no joelho direito.
Na estreia do 4x4x2 em jogo oficiais na época 2021/22, alinhado com a rotação de elementos – com sete mudanças face ao jogo com o Spartak Moscovo, em que se mantiveram apenas Odysseas, Otamendi, João Mário e Pizzi –, motivado pelo desgaste acumulado nesta fase e de olhos postos no PSV Eindhoven, Jorge Jesus e os Benfiquistas presentes no Estádio da Luz viram o Glorioso dominar o Arouca do princípio ao fim do encontro.
Ainda antes de um momento incontornável no desafio – a expulsão de Victor Braga, aos 8' – já Luca Waldschmidt surgira, por duas vezes, em posição de finalização, tendo faltado apenas alguma clarividência na definição dos lances.
Mas na sequência de um fora de jogo indicado pelo árbitro assistente Luciano Maia, que o juiz Manuel Mota deu ordem para seguir após a bola ter chegado às mãos de Victor Braga, o guardião dos forasteiros repôs o esférico pensando que a infração fora assinalada. Nada disso, a bola foi colocada à entrada da área, o primeiro jogador a perceber que a mesma estava disponível para ser jogada foi precisamente Leandro, que acorreu ao lance desde a intermediária, seguindo-se Yaremchuk. O internacional ucraniano, em estreia como titular, avançou para a baliza, mesmo pressionado por um defensor contrário, e Victor Braga, saindo da sua área e aos pés do camisola 15 do Benfica, jogou a bola com a mão esquerda.
Manuel Mota, após análise do VAR, manteve a decisão tomada, fez valer o cartão vermelho e as lágrimas derramadas por Victor Braga acolheram a entrada de Fernando Castro, em detrimento de Arsénio.
Ora, se a postura do Arouca era de cautela e submissão ao poderio do oponente desde o início do duelo, a mesma acentuou-se de então em diante. Logo de seguida, aos 13', duas grandes oportunidades de golo para o Benfica. Waldschmidt, na cobrança de um livre direto descaído sobre a direita a pedir um canhoto, atirou em força à barra da baliza, sobrando a bola para a cabeça de Everton, o qual, pese o desvio de um defesa do Arouca, acabou por cabecear contra o poste esquerdo da baliza.
Meïte, no meio-campo, comandou as ações de pressão bem-sucedidas e o Arouca encostava a linha média à mais recuada e não saía da sua área. Everton, aos 29', antes da pausa para que os jogadores se refrescassem devido ao calor, atirou cruzado, da direita, por cima da baliza.
Mas na primeira vez que o Arouca ousou pisar terrenos mais adiantados acabou por sofrer o que tanto procurou segurar, o primeiro golo do Benfica. Recuperação de bola na zona intermediária, Pizzi recolheu, abriu para João Mário, que lançou Yaremchuk em profundidade, este, perante a ação de Sema Velázquez, ultrapassou o internacional venezuelano e, descaído sobre a direita, assistiu Waldschmidt no coração da área para o 1-0, aos 38'.
Cinco minutos depois, após a ameaça de Yaremchuk, aos 42', em que não conseguiu dominar a bola da melhor forma a passe de classe João Mário para as costas dos centrais, o goleador ucraniano finalizou de pé esquerdo, com categoria, na sequência de um cruzamento de Pizzi da direita, ampliando a vantagem encarnada (2-0). O VAR analisou o momento em que Pizzi recebeu a bola, mas este estava em posição legal por 11 centímetros, depois a de Yaremchuk, que arrancou 14 centímetros atrás do último defensor arouquense.
Os forasteiros responderam aos 45'+5' com remate de Eugeni para excelente defesa de Odysseas, na única intervenção de vulto durante encontro. No minuto seguinte o perigo ainda rondou a baliza encarnada, com André Silva a rematar cruzado com Gilberto a tirar de cabeça para canto, após o próprio ter colocado a bola no avançado contrário.
A segunda parte foi avassaladora em termos ofensivos e teve de tudo, menos os golos correspondentes a tamanho desperdício. Se nos primeiros 15', apenas o tiro de João Mário, aos 51', passou junto ao ângulo esquerdo da baliza de Fernando Castro, nos 30 minutos seguintes foram oportunidades atrás de oportunidades perdidas.
Waldschmidt, aos 63', não conseguiu emendar o cruzamento de Gilberto, e Gil Dias, ao segundo poste, também não. Bukia ainda tentou de longe aos 65' com um remate ao lado, mas Rafa – que entrou aos 57' para o lugar de Pizzi, assim como Taarabt no posto de João Mário e Gonçalo Ramos na posição de Yaremchuk – mostrava quem mandava e, aos 66', após excelente combinação com Gonçalo Ramos, na área, atirou por cima da barra.
Aos 66'... o capitão André Almeida regressou! O lateral-direito, de volta à competição largos meses depois da grave lesão no joelho direito contraída em Vila do Conde, frente ao Rio Ave, no dia 19 de outubro de 2020, foi muito ovacionado pelos adeptos, recebeu a braçadeira de Otamendi e mostrou-se paulatinamente em bom plano no corredor direito, assistindo várias vezes os homens da frente, que, no entanto, não capitalizaram.
Rafa e Waldschmidt, aos 68', frente a Fernando Castro perderam o terceiro golo, primeiro com o guardião a parar o remate do internacional português e depois com o alemão a colocar a bola por cima da baliza na recarga.
Taarabt, aos 76', de fora da área e Gonçalo Ramos, aos 77', de cabeça na área, ambos assistidos por André Almeida, juntaram os seus nomes ao rol de golos falhados. O avançado chegou mesmo a atirar a bola ao poste aos 81', isolado sobre a direita, e Waldschmidt viu o terceiro golo ser-lhe invalidado por posição irregular quando já estava sentado no banco de suplentes, ele que deu lugar a Vinícius. Gonçalo Ramos acabou mesmo por, aos 90'+3', cabecear para uma defesa apertada de Fernando Castro, de novo a cruzamento de André Almeida.
Feitas as contas, mais três pontos ganhos na Liga Bwin (são seis em dois jogos) em véspera da disputa da primeira mão do play-off de acesso à fase de grupos da Liga dos Campeões, quarta-feira (20h00), frente aos holandeses do PSV Eindhoven, e satisfação nas bancadas entre os adeptos benfiquistas, que se despediram da equipa com aplausos. Nota ainda para a integração progressiva de Yaremchuk, expressa com um golo e uma assistência.
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