"Esta é a melhor palavra para descrever o que aconteceu, este domingo. Desde logo, porque não se tratou de uma reviravolta num dérbi entre o Sporting e o Estrela da Amadora, em Alvalade, como aconteceu recentemente, em relação ao qual também se usou esta expressão. Mas sim no chamado dérbi eterno. E aquele mito urbano do futebol, segundo o qual ganha quem está em pior momento, saiu reforçado.
Depois de San Sebastián, depois das mudanças e hesitações táticas, o Benfica apresentava-se numa situação bem mais frágil, enquanto o Sporting beneficiava por estar três pontos à frente e ter um modelo de jogo e jogadores mais estabilizados.
Mais, o Benfica chegava a este jogo com uma enorme pressão sobre o treinador com muita gente, incluindo muitos benfiquistas, a exigir a cabeça do treinador alemão, caso o jogo corresse mal.
Para quem, como eu, defendia a estabilidade e a continuidade da equipa técnica em qualquer caso não podia haver melhor resposta, nem forma mais exuberante de a dar. Uma vitória na raça, feita de crença e de mística liderada por um jovem jogador, João Neves, que foi um verdadeiro gigante em campo. Dramático, também encaixa bem no que aconteceu. Depois de um Benfica bem melhor na maior parte da primeira parte, o Sporting chega à vantagem, vê-se reduzido a dez e resiste muito bem mantendo o jogo controlado até aos minutos finais.
Depois, foi épico. Schmidt venceu o seu terceiro clássico, esta época, e o Benfica não foi do inferno ao céu. Foi ao contrário, depois de morto, e no céu do Anoeta, voltou para o Inferno da Luz em ebulição e levado à loucura."
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