sexta-feira, 31 de janeiro de 2025

BENFICA TEVE UM APOIO FNTÁSTICO NO MÓNACO

 


Diretor de Relações Internacionais do Benfica comenta sorteio do play-off da UEFA Champions League.

O sorteio do play-off da UEFA Champions League ditou o reencontro do Benfica com o Mónaco, adversário que visitou (e derrotou) na fase anterior da competição. Na reação ao sorteio desta sexta-feira, Simão Sabrosa destacou o apoio sentido pela equipa orientada por Bruno Lage no Principado.
«Já jogámos na fase de grupo com o Mónaco. Fizemos um grande jogo lá, conseguimos dar a volta ao resultado. Tivemos um apoio fantástico da comunidade portuguesa, ajudou imenso os nossos jogadores a dar a volta ao resultado. Agora é diferente, a eliminar, o Mónaco tem muita qualidade, mas nós também. Estamos sempre preparados para defrontar grandes equipas e procurar o sucesso», referiu o Diretor de Relações Internacionais do Benfica, em declarações reproduzidas pela Sport TV.
Questionado sobre o impacto do novo formato da principal competição europeia de clubes, Simão respondeu estar a gostar muito. «Esta última jornada foi uma loucura, com equipas a subir e a descer, muita incerteza. Conseguimos fazer o nosso trabalho, ganhar à Juventus. A nossa equipa está super motivada para elevar o nome do Benfica. Vamos ver o que vai acontecer, mas a garantia é que estamos preparados para defrontar o Mónaco. Acreditamos que vamos ter sucesso nesta eliminatória», concluiu.

DISCO RISCADO!

 


"▶️ FC Porto joga hoje a sobrevivência na Liga Europa
▶️ SC Braga joga hoje a sobrevivência na Liga Europa
✅️A CMTV decide continuar a falar da rábula do áudio e do Bruno Lage, mesmo depois do Rui Costa já ter falado do assunto."

Alberto Mota, in Facebook

O RARO FEITO DO BENFICA NA CHAMPIONS



 Três vitórias fora apenas pela terceira vez. Igualado melhor desempenho na Taça/Liga dos Campeões fora da Luz. Terceira vitória seguida sobre a Juventus. Quinta melhor média de assistências na prova.

Com a vitória sobre a Juventus em Turim, terceira seguida sobre a vecchia signora em menos de três anos, o Benfica não apenas se qualificou para o play off da UEFA Champions League como somou pela terceira vez na história a terceira vitória fora, na mesma época, na maior competição de clubes. Foi, como tal igualado, o melhor desempenho na Taça/Liga dos Campeões, sem contar com pré-eliminatórias ou play-offs de qualificação. Com possibilidade de ser melhorado contra Brest ou Mónaco, na próxima eliminatória.
Revisitando o passado, apenas se encontram três vitórias fora nas temporadas 1989/1990 — Derry City (2-1), Honved (2-0) e Dnipro (3-0) — e 2022/2023 — Juventus (2-1), Maccabi Haifa (6-1) e Club Brugge (2-0).
Esta época, se o Benfica teve os piores resultados em casa das equipas que continuam na UEFA Champions League, também é verdade que apenas a Atalanta (10 pontos) fez melhor fora. Atalanta, Benfica, Barcelona, Atlético Madrid e Liverpool são as únicas equipas com três vitórias fora neste novo formato da Liga dos Campeões.
Esta foi a 24.ª vitória europeia (21.ª na Champions) desde que Rui Costa assumiu a presidência a 9 de julho de 2021. Neste percurso de três épocas e meia, o Benfica participou sempre na Liga dos Campeões, ultrapassou três vezes a fase de grupos, chegou duas vezes aos quartos de final da competição e uma aos quartos de final da Liga Europa e conseguiu vários triunfos com significado especial. O último, com a Juventus, é um deles.
Desde 2021/2022, então, o Benfica, pelo caminho, venceu o Barcelona em casa (3-0), o Ajax em Amesterdão (1-0), empatou com o Liverpool em Anfield (3-3), goleou o Club Brugge (5-1) e o Maccabi Haifa (4-3), passou por cima da Juventus (4-3, 2-1 e 2-0, as duas últimas vezes em Turim), goleou o Atlético Madrid (4-0) e festejou vitória emocionante sobre o Mónaco (3-2), em Monte Carlo. Isto para lá de dois empates com o PSG.

Neste novo formato da UEFA Champions League, o Benfica teve a quinta melhor média de assistências (61.898 espectadores), atrás de Dortmund (81.365), Bayern (75.000), Real Madrid (73.796) e Inter (64.929).

Nuno Paralvas, in a Bola 

LUZ NO TOP- 5 DAS MAIORES ASSISTÊNCIAS NA LIGA DOS CAMPÊOS



Em média estiveram no reduto encarnado 61 898 espectadores
O Estádio da Luz é o quinto palco de jogos da Liga dos Campeões com maior assistência na fase de Liga da competição. Em média, nos quatro jogos disputados no reduto encarnado, estiveram 61898 adeptos. A lista é liderada pelo estádio do Borussia Dortmund, o Signal Iduna Park, que teve uma média de 81.365 pessoas por jogo.
Nos quatro encontros realizados na Luz, referentes à prova milionária, todos ultrapassaram os 60 mil espectadores no estádio, mas foi diante do Barcelona que se registou a maior assistência. Foram 63225 pessoas que se sentaram nas bancadas do reduto encarnado. Diante do At. Madrid, estiveram 62028, com o Feyenood foram 61687 os espectadores presentes e com o Bolonha, os números de adeptos nas bancadas situaram-se nos 60650.
Conheça o Top-10 e as respetivas assistências médias:
B. Dortmund - 81,365
Bayern Munique - 75,000
Real Madrid - 73,796
Inter - 64,929
Benfica - 61,898
Atletico Madrid - 61,252
Estugarda - 60000
Arsenal - 59,970
Liverpool - 59,734
Milan - 59,556
Celtic - 57,095

quinta-feira, 30 de janeiro de 2025

COMUNICADO!

 


O Sport Lisboa e Benfica informa que Jaime Antunes apresentou ao Presidente da Mesa da Assembleia Geral, José Pereira da Costa, a renúncia ao cargo de vice-presidente do Clube. Pessoalmente, esta tarde, informou igualmente o Presidente da Direção, Rui Costa, invocando razões de ordem pessoal.

O Sport Lisboa e Benfica agradece ao vice-presidente Jaime Antunes todo o enorme contributo para o Clube ao longo destes anos, com particular relevância no processo de revisão dos Estatutos, o qual se encontra concluído no que à responsabilidade da Direção diz respeito, estando agora na MAG para votação final global, bem como nas diferentes iniciativas encetadas na área das infraestruturas, como o projeto de alargamento do Estádio da Luz para os 70 mil lugares.
Após esta renúncia, José Francisco Gandarez assume de imediato a condição de vice-presidente efetivo.
Sport Lisboa e Benfica

OS MILHÕES JÁ ARRECADADOS NA EUFA CHAMPIONS LEAGUE



Águias já ultrapassaram os 60 milhões de euros

 Com presença garantida no play-off da UEFA Champions League, Benfica e Sporting garantiram não só um objetivo desportivo, como também aumentaram a receita extraída da principal competição europeia de clubes.

A verba já é significativa. Sobretudo para o Benfica, que iniciou a campanha com um saldo superior ao rival, por força do coeficiente. Para além disso, as águias somaram mais dois pontos na fase de liga, o que também ajuda a marcar a diferença. Cada vitória valia 2,1 milhões de euros nessa fase, sendo que os três pontos somados pela equipa de Bruno Lage diante da Juventus, em Turim, ainda permitiram carimbar a presença no play-off, ao terminar no 16.º lugar.
Entre o bónus de apuramento e o montante referente à posição em que ficou, o Benfica garantiu 8,17 milhões de euros adicionais, conforme indica o Football Meets Data. Com isso, a receita da SAD liderada por Rui Costa já ultrapassou os 60 milhões de receita na presente edição da prova. 60,435 milhões de euros, para sermos mais exatos.
Está no 17.º lugar do ranking de ganhos, enquanto o Sporting surge na 24.ª posição. O empate com o Bolonha dá direito a receber 700 mil euros, sendo que os leões recebem também um milhão de euros pela presença no play-off, mais 4,11 milhões referentes ao 23.º lugar da tabela classificativa.
Posto isso, a SAD liderada por Frederico Varandas está quase nos 50 milhões de euros de receita. Vai nos 48,984 milhões de euros em prémios.
A lista de ganhos é liderada pelo Liverpool, que foi primeiro classificado da fase de liga, e já ultrapassou os 99 milhões de euros de receita.

DIZEM QUE SOMOS LOUCOS DA CABEÇA



 ""Dizem que somos loucos da cabeça”, e se calhar somos mesmo, já que “loucura é querer resultados diferentes fazendo tudo exatamente igual”. O episódio de Bruno Lage no último sábado à saída do Estádio Municipal de Rio Maior é um sósia do da saída de Roger Schmidt do Estádio dos Arcos na época passada, com o pormaior de Lage ser Benfiquista, o que o fez dirigir-se aos adeptos sem insultos e de boa fé. Mas pior que uma série fraca, o Benfica atual é uma novela previsível que os fãs sustentam para que surjam novas temporadas. Algumas personagens mudam, mas o enredo repete-se. Os realizadores obstinam em não alterar o argumento e no fim a história é sempre a mesma.

A direção do Sport Lisboa e Benfica comete os mesmos erros de mercado, repete as falhas de planeamento do plantel, o presidente torna a abandonar a bancada antes do final dum jogo e volta a afastar-se do treinador e dos adeptos num momento em que devia vir a público dar a cara e comunicar com os mesmos. Tudo isto se repete, tudo isto é expectável, tudo isto ajuda ao afastamento dum ideal que hoje não passa de uma miragem. O clube encontra-se dividido e cada vez mais o está. Não falo da divisão de opiniões, dos diferentes pontos de vista sobre a direção, os candidatos, se o Kökçü deve jogar mais atrás ou mais à frente ou se o treinador faz as substituições bem ou mal e no momento certo. A matriz plural do clube é histórica, inequívoca, desejável e até fundamental na honra ao nosso legado.
No entanto, vêm surgindo ao poucos 2 lados gradualmente mais díspares e distantes. Dum lado temos o clube, do outro a sua massa associativa e adepta. Ambos são teimosos. O clube teima em não aprender com os erros do passado. Os adeptos insistem em encher estádios e pavilhões no apoio às suas equipas. O clube teima em aburguesar-se. Os adeptos manifestam a sua origem popular. O clube teima em afastar-nos. Nós insistimos em aproximarmo-nos. Desta luta o Benfica não sai a ganhar, mas também não sai derrotado, porque os sócios não deixam o Benfica cair. Permanecemos então num eterno empate até que algo mude, a luta acabe, e possamos lutar juntos do mesmo lado.
Até que isso aconteça, o que podem esperar dos adeptos e que certamente não vai mudar é o apoio ao Sport Lisboa e Benfica sempre pelo Sport Lisboa e Benfica, nem sempre apoio a uma decisão dum dirigente, nem sempre apoio a uma atitude dum atleta, mas sempre no apoio à instituição que nos une a todos, embora alguns não o queiram ou não façam por isso. Continuaremos aqui, porque amamos o Benfica, com certeza."
João Francisco, in Benfica Independente

MAMMA MIA! HOUVE ÓPERA EM TURIM!



Bruno Lage arriscou na defesa, mas os encarnados deram resposta impressionante, vencendo com toda a justiça em casa de um dos grandes da Europa.
TURIM — Com um central a lateral-direito e um lateral-direito a lateral-esquerdo, o que havia para correr mal na visita do Benfica a Turim?
O jogo não tinha, todavia, 30 segundos e já os encarnados poderiam estar a ganhar, mas a trivela de Di María não conduziu a bola até Pavlidis, mesmo que o grego se esticasse todo em frente à baliza. E com minuto e meio foi a vez de Schjelderup ser cerimonioso em casa da Juventus, demorando tanto a visar a baliza, em plena área, que acabou por encontrar pernas em vez de golo.
Bah, do lado esquerdo, estava na maior, mas Tomás Araújo apanhava o primeiro susto 20 segundos depois da ocasião do norueguês, quando Mbangula, nas suas costas, atirou de cabeça e convidou Trubin a brilhar. Seria a única verdadeira ocasião da Juventus em toda a primeira parte. Ao minuto 2 (!)




Se dúvidas houvesse, confirmava-se que não havia qualquer coisa combinada em relação a um empate estratégico, o Benfica não parava e ao minuto 6 ameaçava uma vez mais, com Schjelderup a aparecer diante de Périn e a perder o duelo. O guarda-redes que não assinou pelo Benfica porque chumbou nos testes médicos parece estar impecável.
O Benfica pressionava bem, a Juventus não conseguia sair da sua fase de construção, os erros sucediam-se e o jogo prometia golo. Ao minuto 11, Pavlidis errou o desvio, não acertando na bola, mas a superioridade era tal que o 1-0 chegou mesmo ao minuto 16. Kokçu resolveu muito bem aquilo que poderia ser um lance de contra-ataque dos italianos, serviu Aursnes, este procurou as costas da defesa italiana, onde surgiu Bah, com o pé esquerdo, a dominar e depois, sem ponta de egoísmo e com o esclarecimento de um 10, a oferecer a Pavlidis, que escolheu o lado e bateu Perín. Era merecido, mas, estranhamente, saberia a pouco ao intervalo.
Porque os erros da equipa da casa acentuavam-se e o Benfica poderia ter marcado várias vezes, duas delas por Pavlidis, a mais flagrante imediatamente antes do decanso, quando atirou na direção de Perín. A Juventus tinha razões para celebrar, a derrota pela margem mínima era bem melhor do que ser goleada em casa.




Adivinhava-se, pois, uma Juventus diferente na segunda parte. Capaz de pressionar e sair de forma airosa da primeira fase de construção. Não. Foi de Kokçu, com disparo ao lado, a primeira ocasião e repetia-se o que acontecera nos 45 minutos iniciais: tantas facilidades que às vezes os jogadores do Benfica até estranhavam.
Talvez por isso, os jogadores do Benfica começaram a ficar moles e desconcentrados, a atacar menos e pior a defender mais e pior. Thuram e Yildriz, perto do quarto de hora da segunda parte, ameaçaram o empate. O Benfica precisava nitidamente de intervalo... depois do intervalo.
Bruno Lage decidia finalmente mexer. Ao minuto 71, tirava Di María, já com alguns minutos de atraso, e Schjelderup e dava palco a Akturkoglu e Leandro Barreiro. E, desta vez, as substituições tornavam mesmo a equipa melhor, mais fresca e ofensiva. Douglas Luiz ainda fez uma última ameaça, mas ao minuto 80 já era o Benfica quem dominava, quem controlava, quem geria perante um adversário que nem sequer pressionava.
A finalizar, pois, um lance longo e bonito, um regalo para os olhos, Kokçu atirou para o 2-0. Akturkoglu deixou passar a bola e enganou toda a gente. Depois, ele próprio esteve perto do golo. O resto é história. O Benfica avança para o play-off, com brilho. E Bruno Lage atira toda a pressão para o lado de Thiago Motta.
 

 DESTAQUES:

Médio foi gigante. Mas Trubin, António Silva, Otamendi, Aursnes, Kokçu e Schjelderup não ficaram atrás.

Melhor em campo: Florentino (8)
Um, dois, três, quatro, cinco, seis, sete, oito e nove... intervenções importantes a recuperar a bola ou cortar passes. A determinada altura até poderia parecer que seriam nove Florentinos, o médio esteve em todo o lado, no centro do meio-campo a controlar Yildiz ou Douglas Luiz, na área quando o Benfica foi empurrado, até a dobrar Tomás Araújo, mas ainda no meio-campo da Juventus a pressionar em zonas altas. Fresquinho, com confiança e a saber pressionar no sítio e momentos certos, foi gigante em Turim. Apenas um mau passe aos 40’ que so tornou humana a exibição.
Trubin () — Gélido, imperturbável e impenetrável a emoções fez exibição imaculada, que abriu logo com uma defesa difícil com a mão esquerda a cabeceamento de Mbangula (2’). Tem mais dez intervenções, impecável a agarrar cruzamentos ou a socar o perigo para longe, impecável quando teve de atirar-se para a relva a travar remates.
Tomás Araújo (7) — Susto logo aos 2’ com cabeceamento de Mbangula nas costas. Um minutos depois voltou a tremer num duelo com o belga. Não tremeu mais. Aos 11’ já estava na linha de fundo a cruzar para Pavlidis. Sempre que pôde integrou-se no ataque, como aos 46’ quando fez um tunel a Mbangula para lançar um contra-ataque. Controlou defensivamente e até ao fim só teve mais um calafrio, quando deixou escapar Nico González.
António Silva (8) — Entre os 10 cortes, pelo ar ou pelo relvado, alguns de elevada dificuldade, sobre Vlahovic, alguns celebrados como golos. Também ouviu das boas de Otamendi (75’) numa má abordagem a um cruzamento. Grande abertura, num passe longo, aos 41’, para Bah.




Otamendi (8) — Pelos 75', com a equipa a perder-se, agitou António Silva e Aurnsnes, despertou toda a gente para o perigo, foi o líder que a equipa precisou, desde o início, mas sobretudo na maior pressão da Juve. Fortíssimo na marcação a Vlahovic. Grande passe aos 51’ para Di María e que acabou num remate perigoso de Kokçu.
Bah (7) — Com Francisco Conceição pela frente, ganhou mais duelos que perdeu, sentiu-se bem com os movimentos para dentro do jovem português, cortando caminhos para a baliza e alguns remates. Aos 17’ recebeu a bola de Bah e entregou-a a Pavlidis, que abriu o marcador. Importante referência nas bolas paradas ofensivas.
Aursnes (8) — Longo e preciso passe para Bah, no lance do golo, no qual mostrou inteligência para decidir rápido e boa execução. Essas foram as características da exibição. Está também na construção do segundo golo. Decidiu sempre bem. Importantíssimo na primeira linha de pressão. Aos 45+3’ recuperou um passe de Gatti para Locatelli e Pavlidis falhou na cara de Perin.
Kokçu (8) — Carimbou a vitória com um remate forte de pé direito depois de entrar na área aos 80’. Já tinha ameaça aos 51’ com um remate cruzado a levar a bola a passar perto do poste esquerdo. Aos 29’ meteu a bola na cabeça de Pavlidis com um toque subtil e com classe, mas o grego não aproveitou a oportunidade. Entregou-se a defender, ajudando sobretudo Florentino, e teve forças para levar a equipa ao ataque. Aos 87’ outro grande passe vertical a servir a velocidade de Amdouni.
Di María (7) — Não esteve muito em jogo, preocupou-se muito em defender, aos 67’ até estava na área quase como central. E quando teve a bola nos pés houve sempre alguém que parava a respiração. Trivela aos 32 segundos para Pavlidis, que por pouco não chegou à bola. Aos 23’ grande passe, de uma linha lateral a outra, para Bah prosseguir o ataque. Aos 51’ serviu Kokçu de bandeja, remate saiu ao lado. Saiu esgotado aos 72’ por Akturkoglu.
Pavlidis (7) — Marcou o primeiro golo, finalizando na cara de Perin, depois de passe de Bah. Aos 32 segundos chegou atrasado por muito pouco a centro de Di María, aos 29’ cabeceou em dificuldade mas com perigo, aos 45+3’ desperdiçou, após oferta de Aursnes, a melhor oportunidade na frente de Perin, que fez grande defesa. Desgastou-se na pressão ao adversário, mas ainda teve força para assistir Kokçu marcar o segundo.
Schjelderup (8) — Perdeu no um para um contra Perin aos 2’ e 6’, mas foi sempre uma solução ofensiva — soube quando arrancar, conservar a bola à espera de companheiros para combinar ou passar nos momentos certos. Foi sempre uma solução para a saída de bola para o ataque. E ajudou (de que maneira!) Bah a defender.
Akturkoglu (7) — Importante a ajudar a defender e na saída para o ataque. Grande lance, aos 76’, na criação de uma oportunidade de golo, centrando para Leandro Barreiro. Também está no lance do segundo golo, deixando passar a bola de Pavlidis para a autoestrada de Kokçu para a glória.
Leandro Barreiro (7) — Deu nova energia à equipa. Não só contribuiu para a equipa ter força para voltar a pressionar mais à frente, como se deu ao jogo para receber a bola e encaminhá-la para o ataque. Perto do golo aos 76’ quando desviou (sem força) um passe de Aktrukoglu.
Amdouni (5) — Ainda ganhou uma bola, sobre Weah, na saída para o ataque da Juve, mas o perigo foi anulado pelo árbitro, que assinalou falta. Aos 87’, entre dois centrais, não deu seguimento a passe de Kokçu. E também andou perto da área a defender.
João Rego (-) — Um remate contra um adversário, na área da Juve, uma recuperação de bola, perto da linha lateral. Foi médio-direito.
Rollheiser (-) — Entrou cheio de força para os último minutos. Foi médio-interior direito.

quarta-feira, 29 de janeiro de 2025

ALÉM DO INÍCIO

 


A equipa do Benfica tem sido por vezes penalizada por inícios hesitantes, que condicionaram alguns dos seus jogos. Ultimamente tal ideia tem sido revertida com uma abordagem mais enérgica no início das partidas. O Benfica começou bem e a marcar, nos seus dois últimos confrontos, em tudo diferentes, sendo as competições e os adversários incomparáveis. De comum só mesmo o resultado final adverso.

Com o Barça, o resultado desiludiu, mas não beliscou o orgulho da equipa, mesmo num claro desperdício pontual. Frente ao Casa Pia, o Benfica deu mostras de reação positiva, mas um par de erros precipitou o empate e com ele destapou as mazelas físicas e emotivas que o desaire europeu deixou.
Ante um Casa Pia personalizado, o Benfica foi incapaz de responder às falhas cometidas. Quem diria que um começo de jogo forte e inspirado, que levou a um golo madrugador, ainda daria em depressão.
Abrir a porta
Ninguém ignora a delicadeza do momento, muito menos quem conhece bem a realidade como Lage.
Abrir a porta ao momento ou fechar a cortina e assobiar como se nada fosse?
Pasmo a arrogância com que se julga, na maioria dos casos com pouco conhecimento e vivência prática nula.
Sabemos que na atualidade comentadora o lado negativo das questões é sempre mais produtivo. Mas valorizar alguns desabafos num momento de alta tensão ou esmiuçar a maneira como foram ditos, em que o nervosismo é evidente, é justo?
Voltando ao tema do momento, será assim tão descabido o responsável criticar comportamentos táticos dos próprios jogadores, quando isso é mais que evidente num espetáculo público e tão popular? Será mais aceitável no final dos jogos os jogadores irem bater palmas aos insultos de que são invariavelmente alvo quando perdem, só porque sim? Porque não alargar o sentimento crítico do treinador ao público que não conhece a parte de dentro do fenómeno?
O treinador tem a responsabilidade (grande) de globalmente preparar a equipa, escolher os jogadores e substitui-los, quando acha por bem. Aquilo que Lage fez, expõe, mas humaniza a figura do treinador e a sua responsabilidade específica. O sucesso é a cara de quem faz golo. Já a derrota tem obrigatoriamente a cara do mister. Lage promoveu espontaneamente ou não, mais ou menos refletido, o encontro com um grupo de adeptos que de alguma maneira representavam o universo de quem acompanha o Benfica. A verdade é que o universo alargado recebeu a mensagem. Os jogadores é que jogam e como tal também devem ser responsabilizados como o seu líder o é, continuamente.
Público e privado
Outro exemplo complicado do dia a dia de um treinador prende-se com as substituições. Também aqui o assunto se divide entre o público e o privado. Este é mais um tema interessante e bem complexo da gestão do treinador na competição e na sua relação com os jogadores.
A prová-lo, a quantidade de episódios que este fenómeno provoca e a sua diversidade, que dão origem a diferentes situações, algumas delas difíceis de gerir pelo líder.
Poucos são os temas sobre os quais tenho escrito que não me trazem memórias que vivi ou que recordo ver outros viverem, que agora partilho com quem se interessa pelo futebol no seu todo.
Substituições públicas: Recuando algum tempo (...), lembro o meu colega e eterno amigo António Pacheco, ainda no tempo das duas únicas substituições. Embora ótimo jogador, o António era dos mais frequentemente sacrificados. Reguila como ninguém, dizia em voz alta para os treinadores ouvirem, que no banco só havia a placa com o número dele, o oito. «Sou sempre eu! Não há mais placas?» Dá para perceber, como o caso do Pacheco, que ser o escolhido em dez, afeta o orgulho de qualquer craque, ainda mais quando aos olhos do público.
Substituições privadas: algo bem diferente é ser substituído durante o intervalo. Avisar o jogador que vai sair nunca é um momento simpático. Não incluindo a mesma exposição pública, também cria por vezes um ambiente que não se quer no balneário, quando ainda há uma parte por jogar. Nada que não se resolva, mas são frequentes as indisposições e revolta dos escolhidos para sair. Faz parte.
Rui Águas, in a Bola

25 DE JANEIRO DE 2025



 "Às vezes parece que só venho escrever quando perdemos, quando estamos mal. É verdade, é nestes momentos que fico sem chão, que sinto que o Benfica me falha, que sinto que tenho de desabafar e falar com os meus, os que sentem como eu, e somos tantos. O nosso desígnio é o de vitória, de deixar tudo em campo. Foi assim desde 1904 e tem vindo a deixar de ser, infelizmente…

Dia 25 de Janeiro de 2025, um dia carregado de simbolismo para a nossa família, em que se pedia que quem veste o Manto Sagrado o honrasse, prestando homenagem ao aniversário do nosso Rei Eusébio assim como a Fehér, um de nós, que literalmente deu a vida em campo.
Não aconteceu, e não aconteceu porque não quiseram ou não puderam, não aconteceu porque o caminho escolhido a algumas décadas acabou por desembocar neste dia, 25 de Janeiro de 2025. Falhou tudo.
Falhou a crença, falhou o estar a altura, falhou o amor próprio que quem usa o emblema da águia ao peito, tem obrigatoriamente de ter.
Ao invés disso, tivemos descrença, confusão, um presidente que sai da tribuna, um treinador que é deixado sozinho, uns áudios manhosos que põem tanta coisa em causa, enfim, tanta coisa negativa.
"Honrai agora os ases que nos honraram o passado" devia ser uma frase embutida na cabeça de todo e qualquer atleta, funcionário ou dirigente do Sport Lisboa e Benfica. Mas não é...
Porque temos dirigentes que mais parecem imberbes inaptos, que não tomam uma decisão que seja em prol do clube. Uma única. Todas são tomadas em prol das pessoas que dele necessitam para sobreviver, das pessoas que o usam para fazer os negócios obscuros, das pessoas que o estão a matar. Todas.
Este marasmo em que nos colocaram, em que desde 2017 ganhamos 5 troféus em 29 disputados, em que discutimos mais se a venda foi boa ou não, também (e principalmente) é culpa nossa. Fomos nós que demos o poder a esta gente, fomos nós que os colocámos com o ónus de tomar as decisões…
A culpa, maioritariamente, é nossa. Dos sócios do Sport Lisboa e Benfica. Estou triste e desanimado. O Benfica falhou-me, mas a conclusão a que chego, depois de escrever este texto, é que eu também falhei ao Benfica. Desculpa-me por isso.
A certeza que tenho, é que eu e tantos outros, não voltaremos a falhar ao Benfica. Outubro está ai e nós, só nós, temos o poder de mudar este estado de coisas. Voltar ao desígnio das vitórias e acabar com o "não se pode ganhar sempre". Honrar os nossos em vida, e os que estão a olhar por nós no 4º anel.
Voltar a ser o Benfica, aquele Benfica, o nosso Benfica, que nos dará mais alegrias do que tristezas, mas que deixará sempre tudo, mas tudo em campo. Sei que voltarei a chorar por ti, na alegria e na tristeza.
Viva ao Sport Lisboa e Benfica."
Hugo Carvalho, in Benfica Independente

terça-feira, 28 de janeiro de 2025

NÓS ACREDITAMOS



 "1. O resultado do jogo com o Barcelona deixou prostados as adeptos do Benfica na noite da última terça-feira. Uma exibição de grande categoria por toda a 1.ª parte e o claudicar nos minutos finais deixaram-nos tristes e revoltados. Houve, efetivamente, razão para a tristeza e razão para a revolta. O que o futebol nos oferece de extraordinário é a possibilidade de redenção no jogo seguinte, e, para isso, contamos com a nossa equipa. Levanta-te, Benfica.

2. O Benfica vai decidir o seu destino europeu na próxima quarta-feira, em Turim, frente à Juventus. Decide bem, Benfica. Nós acreditamos.
3. O Benfica entrou bem na 2.ª volta do Campeonato Nacional de futebol, vencendo tranquilamente o Famalicão, o adversário que nos tinha batido na 1.ª jornada da competição no já distante mês de agosto. Os louros desta noite de janeiro foram para Leandro Barreiro, o nosso luxemburguês, que assinou um hat-trick que não é, propriamente, uma banalidade que se cometa todos os dias.
4. No caso do Benfica, na realidade, entre sexta-feira, dia do jogo com o Famalicão, e terça-feira, dia do jogo com o Barcelona, houve a registar dois hat-tricks, o do Leandro Barreiro, para a Liga nacional, e o de Pavlidis, para a Liga dos Campeões. O primeiro teve um final feliz porque o Benfica ganhou o jogo, o segundo nem por isso porque o Benfica perdeu o jogo, facto que não belisca minimamente o mérito do nosso avançado grego.
5. Pavlidis andava distante dos golos há mais tempo do que o que é recomendado, e a vontade de todos os benfiquistas é vê-lo ser feliz diante das balizas que lhe surjam pela frente. Que os três golos que apontou na primeira meia hora do jogo com a equipa catalã lhe sirvam de inspiração para tudo o que ai vem e que é muito.
6. Os resultados da 18.ª jornada do Campeonato permitiram ao Benfica subir ao 2.º lugar da tabela. Nas últimas ao Benfica subir ao 2.º lugar da tabela. Nas últimas semanas, o Benfica já foi 1.º, já foi 3.º e agora é 2.º por força de ter vencido o Famalicão e de o FC Porto ter perdido o seu jogo em Barcelos. O Campeonato está aberto. O Benfica volta a ação já neste sábado, e a tarefa que se lhe impõe é vencer o Casa Pia para somar 3 pontos e para que não abrande a perseguição ao líder da tabela. Acreditamos? Claro que sim.
7. Ljudomir Fejsa protagonizou uma conversa deliciosa com Florentino disponível no BPlay. No Benfica, recorde-se, Fejsa ganhou 5 Campeonatos, 2 Taças de Portugal, 2 Supertaças e 3 Taças da Liga. O nosso sérvio valente 'explicou' como se ganham títulos no nosso clube. 'O segredo é a equipa toda, é quando estamos juntos, todos juntos, e queremos ganhar, isso é o grande segredo', disse. E está dito."
Leonor Pinhão, in O Benfica

NARRAR O INENARRÁVEL

 


Os últimos dias vividos no Benfica são uma vergonha para quem deveria representar o clube com respeito pelo emblema e com uma consciência diária da instituição que representa. Todos, desde quem se senta em frente aos jornalistas e dá a cara, até quem fica a assistir, aparentemente impávido e sereno, ao acidente na estrada.

Comecemos pelo início. Na noite da derrota contra o Casa Pia, o presidente Rui Costa resolveu, mais uma vez, utilizar a linguagem gestual para, se bem percebi, persuadir os Benfiquistas de que sente como eles, esquecendo-se que não visita estádios de futebol em Portugal na qualidade de adepto do Benfica, mas sim enquanto presidente do clube. O número vai-se desgastando rapidamente à medida que o Benfica soma derrotas dentro de campo. Rui Costa tem todo o direito de ser adepto, mas os anos que leva a ocupar o cargo já deviam ter-lhe imposto alguma maturidade. Pedir-lhe isto não é exigir muito; é exigir o mínimo de um presidente do Benfica. Preferia que Rui Costa saísse da bancada antes do fim dos jogos, mas para celebrar vitórias com jogadores e treinador, e não para repetir esta figura de estilo que me faz lembrar os momentos, já caricaturais, em que começa a responder a perguntas de jornalistas explicando que é Benfiquista desde pequenino. Rui Costa parece ter-se esquecido também de que é o principal responsável pelas circunstâncias a que assistimos em Rio Maior, e não uma vítima. Sabemos bem quem são as verdadeiras vítimas deste triste espetáculo: os sócios e adeptos que têm sido regularmente obrigados a assistir a prestações inconsistentes e pouco meritórias dentro de campo, regularmente coroadas com episódios fora dele.
Pois bem, o ciclo de Rui Costa já nos ensinou que os meses parecem durar anos e que uma tragédia quase nunca vem só. Quando achávamos que a derrota em Rio Maior, após uma exibição medíocre, seguida da vitória de um adversário direto, era a pior coisa que nos podia acontecer naquele fim de semana, uma combinação de fatores patrocinada pela direção do Benfica criou uma sequência de acontecimentos tão inenarrável, tão caótica, tão embaraçosa e tão mal gerida que merece ser estudada por todos os interessados em comunicação e relações públicas – o que não deixa de ser irónico. Num clube capturado por tantos guionistas na sombra, quase deu a sensação de que estes se juntaram para planear a crise perfeita e, no processo, encontrar um culpado mais conveniente.
Sei que o assunto tem merecido análise de muita gente, mas quase todos o fazem a partir de um lugar de analista. Sinto que devo explicar como é viver isto na condição de adepto. É verdade que a emoção com que nós, adeptos, vivemos tudo isto pode levar a melhor em alguns momentos e, até aqui, já disse coisas que não devia. Mas, por muito que tentasse disfarçar, não conseguiria negar que é a partir deste lugar que observo a vida do Benfica. Quando liguei a televisão e percebi que havia adeptos nas imediações do estádio, assim como um dispositivo policial, pareceu-me prudente que assim fosse. Ânimos exaltados entre os adeptos e a equipa, a poucos dias de um jogo crucial em Turim, poderiam ser uma combinação explosiva. Já tinha bastado a reação desnecessária de Bruno Lage junto de alguns adeptos em Rio Maior. Fizeram bem em ter lá polícia no estádio, pensei eu. A última coisa de que o clube precisa neste momento é de mais folclore num país apostado em fazer do Benfica um dos mais rentáveis produtos de entretenimento.
Poucos minutos depois, recebo uma mensagem áudio no WhatsApp, eu e milhares de adeptos. Era um minuto e meio de Bruno Lage a colocar em causa o projeto desportivo do Benfica tal como o conhecemos. Ouvi uma vez e achei que era uma brincadeira de algum adepto com tempo livre e uma voz semelhante. Não é possível que uma coisa destas aconteça. Na dúvida, ouvi mais uma meia dúzia de vezes para ter a certeza de que não era a inteligência artificial que traiu o deputado Miguel Arruda. Poucos minutos depois, outra mensagem confirmou a veracidade da gravação e deu-lhe contexto. Afinal, tinha havido adeptos no estádio, com acesso privilegiado ao treinador do Benfica. Este entendeu que era oportuno passar largos minutos a discutir o momento do clube. Um desses adeptos, imbuído de um Benfiquismo muito duvidoso, decidiu divulgar parte de uma conversa privada e agravar a crise já instalada.
Pareceu-me evidente que a situação merecia decisões e esclarecimentos, mas não aqueles que se vieram a verificar. Menos de 24 horas depois, o Benfica anunciou uma conferência de imprensa de Bruno Lage que, ao fim de poucos minutos, se tornou um dos exemplos mais sintomáticos do desgoverno que hoje define o Benfica. Bruno Lage tentou desdramatizar tudo. 24 horas depois de anunciar à meia dúzia de adeptos em Rio Maior que ia «resolver esta m****», Lage conseguiu contribuir para o exato oposto.
À medida que vou assistindo a uma das aparições mais desastrosas de que tenho memória em televisão, sou relembrado de que ninguém obrigou Bruno Lage a estar ali naquele momento, de volta ao clube que, na noite anterior, caracterizara de forma destrutiva. Tenho sérias dúvidas de que Bruno Lage estivesse à espera de encontrar outro clube quando aceitou regressar. Reconheço-lhe mais inteligência. Talvez tenha sentido a confiança de que seria ele a mudar tudo, mas, evidentemente, as palavras ditas na garagem do estádio, assim como as que escolheu no dia seguinte, indicam claramente o contrário.
Ouço mais uns minutos da trágica conferência de imprensa e volto atrás. Percebo que a conferência destinada a esclarecer-me era, afinal, uma mão cheia de nada e outra com perguntas por responder. Quem é, afinal, o adepto Diogo que conversou com Bruno Lage? Como teve acesso ao estádio e porquê? Quem se responsabiliza por isso? Por que razão Lage não fez uma declaração inicial antes de responder aos jornalistas, e assim controlar a narrativa? Ninguém achou prudente garantir que assim fosse, por uma questão de proteção reputacional do próprio clube? Quem preparou esta conferência de imprensa? Será que alguém a preparou? Por que razão o presidente não está ao lado do treinador, escolhido convictamente há poucos meses, num dos momentos mais complicados da época? Não entende o presidente que deveria complementar qualquer intervenção do treinador num dia como este? Por que razão optou por assistir a esta situação como se fosse um mero espectador? Não perceberá o quanto aquela postura é ilustrativa de toda a sua forma de presidir ao clube? Será isto um sinal – aterrador, a dias de jogarmos em Turim – de que existe agora uma distância sanitária entre presidente e treinador após aquele episódio? O Benfica ainda tem um presidente? Bruno Lage ainda é, efetivamente, o treinador escolhido por esse presidente? Será que algum deles, ou ambos, acreditam que nada disto afeta o balneário? Quando é que este pesadelo acaba?
Um presidente ausente, um treinador desorientado, um projeto desportivo moribundo, um balneário posto em causa, uma comunicação absolutamente danosa, enfim, mais um fim de semana desastroso em que as principais vítimas são o Benfica e a sua reputação, os adeptos e a sua esperança em dias melhores. Podia continuar por aqui fora, mas vou fazer o contrário. Será isso ou continuar numa espécie de náusea existencial causada pelo estado do clube, que às vezes já me priva da alegria e do entusiasmo de ver o Benfica, que é, afinal, a coisa mais importante. Vou tentar suspender a descrença, fingir por instantes que os últimos dias não aconteceram, tapar os ouvidos às fugas de informação, evitar o tráfico de rumores no WhatsApp e esperar ansiosamente pelo jogo de amanhã.
Que ganhem em Turim e depois na Reboleira, que o futebol dentro de campo permita deixar este fim de semana vergonhoso para trás. Jogo a jogo, treino a treino, e talvez se apague da nossa memória como as mensagens que se apagam sozinhas no WhatsApp. Encontramo-nos do lado de lá, de preferência a tempo de celebrar umas vitórias, seguramente a tempo de pôr um fim definitivo a este desastre, seja lá quando forem as eleições. Por mim, eram já amanhã. Enquanto isso não acontece, vou convidar o leitor a assumir um compromisso comigo: vamos fingir, pelo menos até à próxima semana, que nada disto aconteceu. Talvez tenha mesmo sido a inteligência artificial a pregar-nos uma partida. Na dúvida, vamos por aí. Talvez assim consigamos ajudar o presidente a terminar o mandato com dignidade.
Vasco Mendonça, in a Bola