domingo, 16 de novembro de 2025

ARBITRAGEM: NÃO É "ROUBO", É INCOMPETÊNCIA


 

Não acredito em teorias da conspiração. Concordo com Duarte Gomes quando justifica erros com «incompetência», mas em alguns casos tenho dúvidas que seja «momentânea»

Duarte Gomes e Luciano Gonçalves fizeram um balanço da arbitragem nas 10 primeiras jornadas da Liga na melhor altura possível. Os casos do último fim de semana prometem não deixar a pausa para seleções ser tão calma como seria de esperar e os responsáveis deram a cara, os números e as justificações, sem rebentar com ninguém e sem receio de aparecer em televisões que não desligam.
Os árbitros erram, já se sabe, e a única novidade aqui é que a comunicação e explicação agora existem. Não creio que seja suficiente para que uns e outros deixem de se queixar, mas é um passo necessário na transparência de um setor que estava entregue a vozes de especialistas.
Sobre os tais erros recentes e a barulheira que se seguiu, nada de novo. Quem é beneficiado vai andar a defender o direito dos árbitros a errar e a recordar casos antigos dos rivais, quem se sente prejudicado grita por todo o lado que isto está tudo feito para os outros. Mas olhando para os dois casos mais polémicos (o canto do Sporting nos Açores e a mão de António Silva na Luz), confesso que não consigo suspeitar de nenhuma teoria da conspiração muito alargada.
Ora imaginemos então que a equipa de arbitragem do Santa Clara-Sporting partiu para este jogo com a intenção de beneficiar os leões. Ia esperar por um lance aos 93 minutos para assinalar um canto? Não haveria forma de ser mais consistente e até eficaz nesta imaginária vontade de favorecer uma equipa? Já vi futebol suficiente para acreditar que sim.
No caso do Benfica-Casa Pia, estando os árbitros alegadamente contra a equipa da casa, não seria possível evitar que esta chegasse sequer aos 2-0 de vantagem? No penálti marcado por Pavlidis, não seria mais fácil assinalar logo falta de Richard Ríos sobre Larrazabal? Ou foi tudo feito para deixar as águias confortáveis e depois incentivar os visitantes até ao golpe final de Nhaga? Cruel, de facto.
Não sou especialista, mas creio que tudo se resume a isto: os árbitros têm direito a errar, sim, mas também há os que são consistentemente maus. «Incompetência momentânea», chama-lhe Duarte Gomes, mas tenho dúvidas no adjetivo. E nem precisamos de nos cingir aos lances mais polémicos. Qualquer jogo corrido da Liga me levanta a determinado momento a dúvida: porque é que o árbitro está a marcar todas as faltas possíveis e imaginárias e de repente deixa jogar como se estivéssemos na Premier League? O problema pode ser de quem não estuda os critérios, mas como a interpretação vai mudando fica difícil.
Catarina Pereira, in a Bola

2 comentários:

  1. É pena que a Catarina não comente também a “incompetência” revelada por Duarte Gomes, na salada de palavras usada para justificar a não intervenção do VAR no penalti assinalado contra o Benfica.

    Duarte Gomes falou, deu a cara e tem mérito pela “coragem”.
    Mas Duarte Gomes falhou no propósito da ação. Ao invés de clarificar os critérios de ação do VAR, fez o seu contrário.
    Ficámos agora a saber que o VAR, mesmo quando tem a certeza que o árbitro erra, não deve intervir, sempre que o árbitro diz que tem a certeza que não errou. Errando.

    Devemos portanto levar à letra a expressão “erro claro e inequívoco”.
    O erro até pode ser claro.
    Mas se o árbitro diz que é inequívoco… parece que o VAR tem o dever de se equivocar.

    Além da incoerência com n outras decisões passadas, abriu-se uma nova caixa de Pandora no larguíssimo e muito plástico “critério” da arbitragem portuguesa.


    A pergunta que o comum adepto faz é sempre a mesma: se os árbitros portugueses apitam jogos de campeonatos estrangeiros (aliás, Duarte Gomes foi quem estreou essa medida)… porque não faz a arbitragem portuguesa o mesmo?

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  2. Então o tal pisão na cabeça foi incompetência ou perda momentânea da cor das camisolas, muitos apitadores erram porque tem que fazer o que lhe mandam.

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