quinta-feira, 11 de dezembro de 2025

NOITE EUROPEIA À BENFICA!



Com uma exibição segura perante o campeão italiano, as águias somaram 3 pontos incontestáveis na fase de liga da Liga dos Campeões, batendo o Nápoles, por 2-0, na 6.ª jornada da prova.
Num caloroso ambiente no Estádio da Luz, o Benfica superou o Nápoles de forma convincente, vencendo o embate da 6.ª jornada da fase de liga da Liga dos Campeões por 2-0, nesta quarta-feira, 10 de dezembro.
Trubin, Dedic, Tomás Araújo, Otamendi, Dahl, Barrenechea, Richard Ríos, Aursnes, Sudakov, Barreiro e Ivanovic constituíram o onze encarnado que entrou em campo para enfrentar "uma equipa muito forte", que "ganhou 2 Scudetti num curtíssimo espaço de tempo", tal como José Mourinho lembrou na antevisão.
Assim, Tomás Araújo e Ivanovic foram as novidades na equipa titular, relativamente à que havia enfrentado o Sporting no compromisso anterior (1-1), na qual figuraram António Silva e Pavlidis.
À chegada a esta ronda, os benfiquistas eram os 30.ᵒˢ classificados da competição, com 3 pontos, enquanto os napolitanos eram os 20.⁠ᵒˢ, com 7.
Numa entrada pressionante e intensa, as águias criaram chances claras para marcar ainda antes de inaugurarem o marcador.






Aos 11', numa ótima saída, Sudakov lançou Aursnes à esquerda, o qual isolou Ivanovic de calcanhar. Na área, o internacional croata disparou para uma grande defesa de Milinkovic-Savic. Na ressaca, o camisola 9 recolheu a bola e entregou-a a Aursnes, que, à esquerda da área, atirou a rasar o poste direito da baliza. Dupla oportunidade num só lance.
Volvidos 7 minutos (18'), Aursnes intercetou um passe do guarda-redes Milinkovic-Savic e, à direita da área, enquadrado com a baliza, rematou de pé esquerdo um pouco ao lado. Nova ocasião soberana.
Contudo, à passagem dos 20', a formação vermelha e branca não desperdiçou. A partir do lado esquerdo, Dahl cruzou para o coração da área, onde Ivanovic e McTominay dividiram a bola, e esta sobrou para Richard Ríos, que, na pequena área, desviou o esférico para o fundo da baliza (1-0). Estreia do médio a marcar na liga milionária, o qual recebeu o prémio de Player of the Match.
A melhor jogada que o Nápoles produziu na 1.ª parte surgiu 9 minutos depois (29'), quando, à esquerda, Lang cruzou para o segundo poste, e Di Lorenzo cabeceou, fazendo a bola passar perto do poste contrário.
Na dianteira do placar, o Benfica controlava o rumo do jogo e defendia de forma competente, anulando a totalidade das investidas oponentes.




Antes do intervalo (42'), num canto à direita, o coletivo benfiquista ainda tornou a ameaçar. Um cruzamento de Sudakov sofreu um desvio ao primeiro poste, e o esférico chegou a Otamendi, que executou um pontapé acrobático. O remate foi bloqueado, mas, na insistência, o capitão voltou a disparar, desta feita por cima.
Já a abrir a etapa complementar, novo tento para as águias. No 49.º minuto, Richard Ríos esticou para Ivanovic no meio-campo, o qual recebeu com qualidade, subiu pela direita, temporizou e devolveu ao médio. Na área, à direita, o internacional colombiano cruzou rasteiro para Barreiro, que, com muita classe, finalizou de calcanhar e abanou as redes (2-0). Segundo jogo consecutivo na Champions a marcar para o camisola 18!
Sempre amparado pelo apoio dos Benfiquistas, o Glorioso dominou totalmente e, à semelhança do que havia feito na metade anterior, concedeu escassas oportunidades ao campeão italiano.






Aos 71', Neres, de regresso à Luz, trabalhou pela direita, cortou para dentro e, à entrada da área, disparou para uma defesa atenta de Trubin, a única de maior exigência que teve de efetuar em toda a contenda. No canto consequente, McTominay correspondeu ao cruzamento de Lang com um cabeceamento transviado.
Cinco minutos volvidos (76'), António Silva e Pavlidis foram a jogo, rendendo Sudakov e Ivanovic.
Embora o atual 1.º classificado da Série A – em igualdade pontual com o AC Milan – estivesse esticado na frente, foram os comandados de José Mourinho que mais perigo criaram até ao apito final.
Barrenechea ganhou a bola no seu meio-campo e conduziu um contra-ataque, libertando Pavlidis à esquerda, o qual fletiu para dentro e, de posição exterior, disparou para desvio de Juan Jesus e defesa apertada de Milinkovic-Savic, aos 79'.
O duelo repetiu-se cinco minutos depois (84'). Barreiro adiantou para Pavlidis na área, e, perante a saída de Milinkovic-Savic, o internacional grego ajeitou e tentou o chapéu, mas, em esforço, o guarda-redes conseguiu sacudir o esférico.
Com o jogo resolvido, houve ainda espaço para dois momentos muito especiais no tempo de compensação, a abrilhantar uma já memorável partida europeia na Luz: respetivamente, aos 90'+4' e aos 90'+5', Tiago Freitas (19 anos) e José Neto (17 anos) substituíram Aursnes e Barreiro, e estrearam-se oficialmente pela equipa principal encarnada. Noite inesquecível para os dois jovens formados no Benfica Campus.
Somando agora 6 pontos na fase de liga da Liga dos Campeões e ocupando a 25.ª posição da classificação, o Benfica compete novamente às 18h00 deste domingo, 14 de dezembro, no Estádio Comendador Joaquim de Almeida Freitas, terreno do Moreirense, numa partida da 14.ª jornada da Liga Betclic.
SL Benfica
NOTAS DOS JOGADORES DO BENFICA
Tremenda exibição do colombiano que começa a justificar o elevado investimento no seu passe. Imensos encarnados numa bitola elevada. Ivanovic aprovado na aposta de José Mourinho
O melhor em campo: Ríos (8





)
Quando alguém marca um golo e assiste para outro não há grandes dúvidas de quem é o melhor em campo. Dos pés de Richard saíram Ríos de água cristalina que limparam as estrelas da Champions que para os encarnados estavam um bom bocado baças. Continua com uma mochila bem pesada às costas resultante dos muitos milhões que custou o seu passe. Mas, paulatinamente, vai justificando o investimento, isto após já ter sido o melhor em campo no dérbi. Muito intenso como já demonstrava nos tempos de Palmeiras, é ele quem define o 'timing' de pressão da equipa. E quando deriva para as faixas, a sua passada larguíssima faz imensos estragos nas defensivas contrárias, como ficou demonstrado à saciedade no lance do segundo golo, no qual quando levantou a cabeça viu logo onde teria de colocar a bola.
Trubin (5) — Em véspera de greve geral, o ucraniano agradeceu o escassíssimo pacote laboral ofensivo dos napolitanos na primeira parte, que fez com que fizesse uma espécie de greve de zelo. Ou seja, estava em campo mas não estava, pois nada foi obrigado a fazer durante esse período. Na segunda parte, viu os avançados contrários mais perto da sua zona de jurisdição, mas por estranho que possa parecer não fez qualquer defesa complicada.




Dedic (7) — Desta vez nem foi preciso o bósnio ser tão ofensivo como costuma ser para criar desequilíbrios ofensivos. Mas como a principal missão de um defesa é mesmo essa, defender, nesse capítulo não comprometeu e pela frente estava só o campeão italiano em título.
Tomás Araújo (7) — Mourinho colocou-o porque é o mais rápido dos centrais e os avançados napolitanos são velozes, mas nem foi necessário fazer uso dessa arma. Bastou o sentido posicional para esconjurar o perigo da área encarnada.
Otamendi (7) — Ninguém é humanamente eterno mas os diamantes são eternos, como a canção do filme do 007. E o capitão é um diamante. Ficou chateado consigo próprio porque não conseguiu marcar em remate acrobático. No entanto, esse falhanço não lhe retirou o brilho…
Dahl (6) — Continua a parecer muito curtinho para lateral de equipa grande, mas a verdade é que esteve no lance do primeiro golo ao solicitar Ivanovic. Mas tem de mostrar mais, até porque há um miúdo de 17 aninhos cheio de vontade de mostrar serviço, de seu nome José Neto, e que até já tem um título de campeão de mundo no currículo.
Barranechea (7) — Foi o tampão da zona de meio-campo e contribuiu, e muito, para que o cavalinho McTominay não se tivesse mostrado e, desta vez nem ficou muito preso cá atrás e quando teve oportunidade (79’) galgou metros atrás de metros para servir Pavlidis e este colocar Milinkovic-Savic em sentido.
Aursnes (6) — Começou com nota artística altíssima com um toque de calcanhar a desmarcar Ivanovic, depois perdeu um golo cantado quando rematou completamente enrolado de pé esquerdo mas, de resto, parece estar de volta aos níveis de intensidade e de rigor tático de outrora.
Leandro Barreiro (7)— A prova provada de que um operário também pode saber tocar flauta e de lá sair uma bela melodia, como aconteceu naquele toque magistral de calcanhar que redundou no segundo golo encarnado. O luxemburguês estava quase de costas para a baliza mas colocou os encarnados numa posição bem frontal para a vitória.




Sudakov (7) — Está, definitivamente, a assinar um tratado de paz com os adeptos. Depois do golo no dérbi, mais uma boa exibição, que começou com um passe a roçar o fantástico para Aursnes (11’) e muita ajuda a Dahl no processo defensivo. No papel começou a jogar encostado à esquerda, mas derivou imensas vezes para o meio, onde se sente mais à-vontade e tem mais espaço para dar asas à sua imaginação.

Ivanovic (7) — Ainda antes do início do encontro, José Mourinho explicou porque colocou o croata no onze em detrimento de Pavlidis, pois pretendia maior mobilidade na frente de ataque para abrir brechas no último reduto dos italianos. Até aqui tudo bem , assim como na forma como pressionou a primeira fase de construção do adversário. Mas fica a pecha do falhanço ao minuto 11…
Pavlidis (6) — Quem tem faro de golo apuradíssimo tem-no. Entrou com pouco mais de um quarto de hora para jogar e ainda dispôs de duas oportunidades. Não marcou, mas por pouco…
António Silva (6)— Mais um soldado para a trincheira defensiva quando foi preciso segurar o triunfo.
Tiago Freitas (—) — Fica no currículo que na estreia pela equipa principal encarnada venceu o campeão italiano. Mau? Longe disso.
José Neto (—) — Os adeptos estavam ansiosos por ver o jovem alentejano em ação e Mourinho fez-lhes a vontade, já na compensação.
Hugo Forte, in a Bola

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