Com jogos para duas competições importantes intercalados esta semana – já que defrontou o Bayern Munique na passada terça-feira (Liga dos Campeões), enfrenta a Académica no sábado (campeonato), e volta a encontrar os alemães na próxima semana –, Rui Vitória foi assertivo naquilo que é o pensamento e atitude de todo o plantel encarnado.
«Às 22.43 horas de terça-feira, por acaso olhei para o relógio quando acabou a conferência de imprensa, acabou Munique. E a partir daí foi trabalhar em cima do joga com a Académica, como fazemos sempre e como antes já tínhamos feito para Munique. É assim que nós trabalhamos e, a partir dessa altura, não abordei mais o Bayern. É a académica, que é o jogo que vamos ter amanhã, que é importantíssima. É um jogo difícil, com uma equipa difícil que também quer pontuar. E nós queremos ganhar, somar potos, passar mais esta final e dar mais uma alegria aos benfiquistas, que certamente estarão a jogar connosco, mais uma vez, em Coimbra. Mais do mesmo da nossa forma de estar no nosso percurso», defendeu.
O técnico das águias sublinhou ainda que não é difícil focarem-se no campeonato quando há jornada nas competições europeias e elogiou os seus futebolistas, garantindo que o «bom desempenho em Munique já passou».
«Diria que os meus jogadores têm sido fantástico porque têm caráter, é uma equipa de carácter. Percebem claramente o que têm a fazer que tem de fazer nesses momentos. Se recuarmos um pouquinho no tempo, quando jogámos com o SC Braga era falado que tínhamos pouco tempo e vínhamos cansados. São coisas que acontecem e que se dizem, mas na realidade não se vem a verificar nada. Os meus jogadores têm sabido interpretar todos os momentos que têm pela frente. Estamos perfeitamente cientes daquilo que são as nossas responsabilidades, dos nossos propósitos e do que queremos. A académica é a nossa próxima final. Não falamos em mais nada daqui para a frente. Os jogadores têm esta mensagem e convicção que só estando muitos fortes é que podemos vencer este adversário».
Rui Vitória era um homem determinado, esta sexta-feira, na conferência de imprensa, em não se prolongar muito em questões que não fossem relativas à partida do próximo sábado com a Académica.
O técnico benfiquista defendeu que o plantel não dá importância aos rumores e polémicas que surgem no futebol português e que, por isso, não precisa de preparar os seus futebolistas para isso, garantindo que «o foco está 100 por cento» nos estudantes.
«Uma das coisas que temos vindo a mostrar consecutivamente é que os jogadores sabem os terrenos que estão a pisar, a competição que têm pela frente. Temos de trabalhar sobre aquilo que controlamos e esse é o nosso foco. Não leva a lado nenhum estar aqui a discutir coisas paralelas porque o meu foco, apesar do futebol português ser fértil em falar-se de quase tudo menos em questões do próprio jogo, é o jogo, é o treino e os jogadores», começou por defender o treinador, continuando depois:
«Os jogadores também percebem claramente que quem está a liderar o processo pensa desta forma e sabem o que fazer em cada um dos momentos. Ao não se falar tanto, isso não nos preocupa e não nos desgasta. Não perdemos um minuto do nosso tempo a falar ou abordar sobre questões que não nos interessam. O que nos interessa é a partida da académica.»
O treinador do Benfica recusou alongar-se em comentários sobre a decisão Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol, que absolveu o avançado do Sporting, Islam Slimani, de alegada agressão a Samaris no jogo da Taça de Portugal.
«Quem decide, está decidido. Não vou tirar nenhuma licenciatura para analisar essas questões. Toda a gente viu o que aconteceu. Decidiram, está decidido. Nada mais há a dizer», disse durante a conferência de imprensa de antevisão ao jogo com a Académica, rejeitando mais questões sobre o tema:
«Estamos aqui para falar sobre o jogo.»
Outro dos temas que foi abordado na conferência de imprensa de antevisão da partida com a Académica foi a entrevista dada, na passada quinta-feira, por Pinto da Costa. O presidente do FC Porto defendeu que os dragões estão afastados do título e que se irão focar na Taça de Portugal, uma opinião que não é partilhada por Rui Vitória.
«Estas coisas deu que parece que, já estamos longe, perto, no futebol não é por aquilo que se pensa, é pelo que se faz. Enquanto houver essa possibilidade de matematicamente o FC Porto, ou qualquer outra equipa, estar dentro dos seus objetivos, não vejo as coisas como tal. É evidente que o FC Porto matematicamente ficou longe, mas daí a dizer que está fora. São três candidatos e até terminar vão estar três a lutar», começou por defender o técnico encarnado, comentando depois a frase de Pinto da Costa que dá conta que o clube «bateu no fundo»:
«A questão aqui é… tenho tanta coisa aqui com que trabalhar no Benfica. Os outros clubes que decidam o que têm a fazer sobre a sua vida», terminou.
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