Mais de dezena e meia de títulos internacionais foram assinados por treinadores portugueses nos últimos 55 anos, não constando dessa sublime lista o nome de JJ, nem deverá constar algum dia, creio eu, ao contrário de outros mestres do mesmo ofício, mais jovens, mais cultos e mais bem preparados, os quais, espalhados um pouco por todos os continentes, vão granjeando respeito, essencialmente pela competência. São em maior número do que se supõe, porque em Portugal as perspetivas de conseguir carreira enxergam-se mal. É preciso fazer pela vida em outros países, na Europa ou fora dela: Leonardo Jardim, Paulo Fonseca, Paulo Sousa e Paulo Bento, só para citar os que preenchem a cabeça do pelotão.
Na arte de ganhar (muito) dinheiro, porém, JJ tem-se revelado imbatível. É hábil a vender o produto e, nos últimos anos, em função de conjuntura favorável o seu agente secreto ajudou-o a colher importantes dividendos ao criar-lhe condições para se insinuar na má relação de vizinhança entre águias e leões. Se o que recebia antes era escandaloso, passou a ser ofensivo. Mas , lá está, se ganha o que ganha é porque arranja alguém que lhe paga...
No Benfica, durante os seis anos que lá esteve fez o que qualquer outro teria feito com as mesmas condições de trabalho e a mesma disponibilidade para satisfazer-lhe todas as vontades na aquisição de jogadores. JJ ganhou trés campeonatos que saíram caros ao Benfica.
Ao contratá-lo, o Sporting pensou ter adquirido um diamante ainda por lapidar e do qual poderia extrair riqueza e poder. Até agora só tem sido promessas e ... pacotes de reforços a entrar rumo ao objetivo supremo, que é o título nacional. O limite, porque JJ é um bom treinador... para consumo interno, como já se deve ter percebido.
JJ só destaca os seus méritos, ocultando as suas limitações. Quais pesam mais, não sei. Até chegar à Luz, com 20 anos de carreira, títulos nem um, era igual a zero. Melhor, zero vírgula qualquer coisa, pois tinha sido apurado para a UEFA através da Intertoto quando treinava o Braga.
O Benfica deu-lhe notoriedade, gerou um monstro e não conseguiu dominá-lo, porque tendo gás, é incontrolável, no que diz e no que faz. Pior, como assumiu por estes dias, é irrecuperável: não muda.
Ele está certo, o mundo é que está errado.
Nota 20 em 20 por uma descrição perfeita de alguém cujo ego o transforma num Zé ninguém.
ResponderEliminarDevemos estar eternamente gratos por termos dirigentes com a inteligência de travar alguém incapaz de perceber que equilíbrio financeiro é vital em qualquer organização.
Quem pensou ser o salva vidas do barco praticamente condenado a afundar-se, oxalá tarde em perceber a magnitude to erro que cometeu e o mantenha no pódio onde o instalou.