sábado, 17 de dezembro de 2016

NA RAÇA


"Há várias formas de analisar um jogo de futebol. Podemos fazê-lo à luz das estatísticas (sempre relativas, e condicionadas ao evoluir do resultado), pela eficácia, ou quanto à garra demonstrada pelas equipas.
Aquilo, que verdadeiramente importa são os golos. Mas quando vejo o Benfica jogar com a atitude competitiva que demonstrou no 'dérbi', com a concentração e combatividade que colocou em cada lance com aquele espírito de luta que define os campeões, fico com a certeza de que dificilmente alguém nos conseguirá bater. A vitória começou, pois, a desenhar-se na coragem e bravura dos nossos homens, que correram mais, lutaram mais, e foram mais fortes nos duelos físicos, durante a maior parte do tempo.
Em desvantagem, cabia ao adversário assumir as despesas ofensivas da partida. Muito mal estaria o nosso rival se, a perder por 2-0, não mostrasse qualquer reacção. Mostrou-a, e aí soubemos agarrar com unhas e dentes os preciosos pontos, contando com o acerto da linha defensiva, e com a qualidade de Ederson, sem nunca perder de vista o contra-ataque.
As habituais desculpas de mau perdedor apenas procuram desviar a atenção dos dois desaires consecutivos (esterno e interno), daquele que é o mais bem pago treinador da história do futebol português.
Se quiserem falar da arbitragem, que falem dos cartões perdoados a jogadores do Sporting: são os únicos casos em que as opiniões dos especialistas não se dividem, e foram também os únicos bem visíveis em todo o estádio. Como visíveis foram as inqualificáveis provocações do presidente de um clube que merecia alguém com outro nível a dirigi-lo."

Luís Fialho, in Jornal o Benfica

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