quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

OS MILHÕES ESTÃO NO FIM DO CAMINHO DAS PEDRAS


1 O Benfica não foi descobrir Ederson atrás das pedras porque o brasileiro já representava um grande clube brasileiro,  o São Paulo. No entanto, o guarda-redes teve de percorrer o caminho das pedras até se consolidar como titular indiscutível nos encarnados, relegando indiscutívelmente para o banco o consagrado Júlio César. Ederson chegou sózinho a Lisboa com 16 anos, apontaram-lhe muitos defeitos, teve de ir ao Ribeirão e ao Rio Ave para mostrar qualidade e voltar ao Benfica. Na primeira prova de fogo, o jogo com o Sporting na época passada, poderia ter saído queimado, tal a responsabilidade associada. Não saiu. Longe disso. O Dortmund, nos jogos em casa, costuma ter uma parede constituída pelos seus adeptos a empurrá-lo para as vitórias. Anteontem houve uma parede branca intransponível. Daqui a trés semanas, no Iduna Park, ver-se-á qual das paredes terá mais força.
2 Nelsinho veio menino e moço de Cabo Verde para Lisboa. Fez vida na linha de Sintra, o sonho de jogar futebol cumpriu-o no Sintrense. Descoberto pelo Benfica com 18 anos, cumpriu via sacra de final de formação no Fátima, regressou ao Seixal e ganhou apelido: Semedo, Nélson Semedo. A história de sucesso fez-se, certamente, depois de muitas agruras.
Os dois foram dos protagonistas maiores na épica vitória - não pelos números mas pelas circunstâncias - do Benfica anteontem sobre o Borussia Dortmund. O golo foi marcado por Mitroglou, que custou sete milhões de euros e andava meio escondido no Fulham, da II divisão inglesa. O pote de ouro do Benfica não estará no final do arco-íris mas, nestes casos, no final do caminho das pedras. E não deixa de ser irónico que dois dos heróis, Ederson e Nélson Semedo, tenham custado tão pouco a quem tanto tem investido.

Hugo Forte, in a bola

Sem comentários:

Enviar um comentário