segunda-feira, 3 de abril de 2017

DRAGÃO ESPERA QUE SEJAM OUTROS A DECIDIR


"Olhando para o jogo percebeu-se que só uma equipa quis de facto ganhar: o Benfica

O clássico que poderia decidir o campeão não trouxe, afinal, a estudo na mesma, graças a um empate que, olhando para aquilo que foi o jogo, parece ter deixado mais satisfeito Nuno Espírito Santo. Foi essa, pelo menos, a ideia que ficou de um encontro em que o FC Porto apenas foi superior enquanto esteve em desvantagem: antes do golo de Jonas o Benfica dominou, depois de Maxi Pereira (ironia das ironias) ter empatado os dragões acabaram mesmo, nalguns momentos às cordas, valendo-lhes - outra vez - Iker Casillas, que parece ter uma apetência especial para brilhar na Luz.
Sim, ao contrário daquilo que talvez muitos esperassem, foi superior a equipa de Rui Vitória durante boa parte dos 90 minutos. E sim, se houve alguém que mostrou querer de facto ganhar o clássico foi o Benfica, que tentou o segundo golo até ao último suspiro. Admite-se, por isso, a maior frustração evidenciada por treinador, jogadores e adeptos após o apito final do árbitro.
Mais estranho, talvez, o conforto (no mínimo) demonstrado pelo FC Porto por uma igualdade que, afinal, o deixa no segundo lugar. Só há uma explicação para isso: no Dragão existe uma fé inabalável de que o Benfica perderá até ao final a magra vantagem que lhe dá a liderança. É uma forma de olhar para as coisas, válida como qualquer outra. Mas talvez seja demasiado optimista. É até arriscada. Sim, é um facto que as águias ainda têm Alvalade e Vila do Conde, mas convém não esquecer que os dragões têm deslocações a Braga, a Chaves ou à Madeira, que não podem ser encaradas como jogos propriamente fáceis. São opções. O FC Porto tomou a sua. Veremos, no final, se corre bem."

Ricardo Quaresma, in a bola

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