segunda-feira, 3 de abril de 2017

EXCELENTE CLÁSSICO


"Bom jogo de ambas as equipas. Benfica merecia mais do que um golo. Liga por decidir.

Benfica rápido, FC Porto lento
1. Grande entrada do Benfica a empurrar o FC Porto para perto da sua área e a não permitir que a equipa de NES saísse para o contra golpe pela forte e agressiva capacidade de interpretar o primeiro tempo de defesa - transição defensiva exímia - pelos seus motivados jogadores. Os primeiros 18 minutos mostravam que a equipa visitante teimava em permanecer numa profunda letargia incapaz de reagir ao ambiente hostil que a Luz lhe reservou e o Benfica rápido, dominador, criativo, saltou para cima do seu titubeante adversário e foi importunando com insistência a baliza dum inspirado Casillas, e o golo aconteceu.

Espírito Santo não arrisca
2. Um FC Porto atordoado, nervoso e incapaz de ter bola para mostrar uma ideia de jogo, vacilava e permitia que o campeão adquirisse níveis elevados de confiança e o seu jogo enleante, escorreito, feito de combinações repetidas criava pânico. Percebiam-se as intenções de NES em colocar três homens no meio campo, deixando Soares encostado aos centrais benfiquistas com o apoio de André André, Brahimi e Corona. Esta estrutura já tinha dado frutos em anteriores ocasiões (Bessa...) e a aposta parecia oferecer garantias de permitir um controlo dos acontecimentos e diminuir a imprevisibilidade inerente ao jogo, sem perder ambição atacante. As intenções eram claras e compreensíveis - pese algumas críticas para um menor arrojo de NES - mas a dinâmica dos jogadores azuis e brancos deixava muito a desejar e só a partir dos 20 minutos a supremacia numérica dos portistas no meio campo começou a surtir efeitos práticos.
O jogo de Danilo e companhia assentou, o carrossel portista começava a engrenar e os da casa optaram por adoptar uma postura mais de espera e a sair rápido em transições ofensivas vertiginosas. O jogo equilibrava, com as equipas a assumirem diferentes posturas, a que não era alheio o resultado que desde cedo se verificava no jogo.
O recomeço do jogo mostrava que a tendência se mantinha, com André André e Óliver a assumirem as rédeas do jogo portista e a servirem com qualidade um inspirado Brahimi que travava com Nélson Semedo uma férrea batalha no corredor. O Benfica esperava organizado defensivamente o melhor momento para sair num ataque rápido e colocar a bola em Salvio ou Rafa, fortes e transitarem para a ofensiva e a criarem jogo para a habitualmente letal dupla de ataque formada pelo forte Mitroglou e por Jonas - sempre perigoso, sagaz e criativo.

Benfica manda
3. O FC Porto acreditou e tanto insistiu que o golo cedo apareceu trazendo alguma justiça ao marcador, depois da tal entrada menos conseguida na primeira parte. Esperava-se que o golo mantivesse o FC Porto vivo e protagonista na partida, mas o inverso aconteceu. O efeito positivo do golo durou escassos minutos para os dragões, que sentiram em demasia a reacção benfiquista e mais uma vez o jogo conhecia outro dono. Esta alternância no domínio do jogo pelas duas equipas, demonstrava bem os efeitos psicológicos dos golos e a importância que este jogo tinha para FC Porto e Benfica. A partir dos 65 minutos voltou o Benfica comandar as operações e a dispor de algumas flagrantes oportunidades para fazer pender para si o resultado de partida e ao FC Porto cabia o papel de esperar uma saída rápida para aproveitar alguma exposição especial de Luisão e companhia e incomodar um atento Ederson (e esteve prestes a acontecer por Soares). Não mais o resultado se alterou, parecendo mais satisfeito o FC Porto pelo resultado, mais inconformados os pupilos de Rui Vitória que pelo ressurgimento na partida mereciam um pouco mais do que o solitário golo do seu melhor jogador, Jonas. Excelente jogo de futebol protagonizado pelas duas equipas."

Daúto Faquirá, in a bola

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