Benfica rápido, FC Porto lento
1. Grande entrada do Benfica a empurrar o FC Porto para perto da sua área e a não permitir que a equipa de NES saísse para o contra golpe pela forte e agressiva capacidade de interpretar o primeiro tempo de defesa - transição defensiva exímia - pelos seus motivados jogadores. Os primeiros 18 minutos mostravam que a equipa visitante teimava em permanecer numa profunda letargia incapaz de reagir ao ambiente hostil que a Luz lhe reservou e o Benfica rápido, dominador, criativo, saltou para cima do seu titubeante adversário e foi importunando com insistência a baliza dum inspirado Casillas, e o golo aconteceu.
Espírito Santo não arrisca
2. Um FC Porto atordoado, nervoso e incapaz de ter bola para mostrar uma ideia de jogo, vacilava e permitia que o campeão adquirisse níveis elevados de confiança e o seu jogo enleante, escorreito, feito de combinações repetidas criava pânico. Percebiam-se as intenções de NES em colocar três homens no meio campo, deixando Soares encostado aos centrais benfiquistas com o apoio de André André, Brahimi e Corona. Esta estrutura já tinha dado frutos em anteriores ocasiões (Bessa...) e a aposta parecia oferecer garantias de permitir um controlo dos acontecimentos e diminuir a imprevisibilidade inerente ao jogo, sem perder ambição atacante. As intenções eram claras e compreensíveis - pese algumas críticas para um menor arrojo de NES - mas a dinâmica dos jogadores azuis e brancos deixava muito a desejar e só a partir dos 20 minutos a supremacia numérica dos portistas no meio campo começou a surtir efeitos práticos.
O jogo de Danilo e companhia assentou, o carrossel portista começava a engrenar e os da casa optaram por adoptar uma postura mais de espera e a sair rápido em transições ofensivas vertiginosas. O jogo equilibrava, com as equipas a assumirem diferentes posturas, a que não era alheio o resultado que desde cedo se verificava no jogo.
O recomeço do jogo mostrava que a tendência se mantinha, com André André e Óliver a assumirem as rédeas do jogo portista e a servirem com qualidade um inspirado Brahimi que travava com Nélson Semedo uma férrea batalha no corredor. O Benfica esperava organizado defensivamente o melhor momento para sair num ataque rápido e colocar a bola em Salvio ou Rafa, fortes e transitarem para a ofensiva e a criarem jogo para a habitualmente letal dupla de ataque formada pelo forte Mitroglou e por Jonas - sempre perigoso, sagaz e criativo.
Benfica manda
3. O FC Porto acreditou e tanto insistiu que o golo cedo apareceu trazendo alguma justiça ao marcador, depois da tal entrada menos conseguida na primeira parte. Esperava-se que o golo mantivesse o FC Porto vivo e protagonista na partida, mas o inverso aconteceu. O efeito positivo do golo durou escassos minutos para os dragões, que sentiram em demasia a reacção benfiquista e mais uma vez o jogo conhecia outro dono. Esta alternância no domínio do jogo pelas duas equipas, demonstrava bem os efeitos psicológicos dos golos e a importância que este jogo tinha para FC Porto e Benfica. A partir dos 65 minutos voltou o Benfica comandar as operações e a dispor de algumas flagrantes oportunidades para fazer pender para si o resultado de partida e ao FC Porto cabia o papel de esperar uma saída rápida para aproveitar alguma exposição especial de Luisão e companhia e incomodar um atento Ederson (e esteve prestes a acontecer por Soares). Não mais o resultado se alterou, parecendo mais satisfeito o FC Porto pelo resultado, mais inconformados os pupilos de Rui Vitória que pelo ressurgimento na partida mereciam um pouco mais do que o solitário golo do seu melhor jogador, Jonas. Excelente jogo de futebol protagonizado pelas duas equipas."
Daúto Faquirá, in a bola
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