"Qual Jonas, qual carapuça! Soares, o tanas! Bas Dost, o caraças! O que interessa é a política de comunicação!
Um treinador não britânico vale, segundo estimativa do The Guardian, mais 14 pontos na Premier League do que um britânico. Isto porque, explicava o jornal, os primeiros apresentam média de 1,66 pontos/jogo, contra 1,29 dos segundos. As contas são simples: 1,66 - 1,29 x 38 jornadas = 14,02 pontos. A verdade é que os clubes mais fortes, logo os que têm mais pontos, apostam em treinadores estrangeiros: Chelsea com o italiano Antonio Conte, Tottenham com o argentino Mauricio Pochettino, Manchester City com o espanhol Pep Guardiola, Liverpool com o alemão Jurgen Klopp, Everton com o holandês Ronald Koeman, Manchester United como português José Mourinho e Arsenal com o francês Arsène Wenger. O Hull City, por exemplo, somou 13 pontos nos primeiros 20 jogos: média de 0,65. Depois entrou Marco Silva e somou 17 em 13 jogos: média 1,31. As contas do The Guardian estão, pois, profundamente erradas: 1,31 - 0,65 x 38 jornadas = 25 pontos. É esta, pois, a diferença entre o inglês Mike Phelan e o português Marco Silva.
Não conheço, porém, estudo algum que defina quantos pontos vale um director de comunicação. Ou um comentador de televisão. Ou uma cartilha. Ou um post no Facebook. Ou um tweet valha pouco. Que valerão 140 caracteres? Um lançamento de linha lateral mal assinalado, quanto muito. Já um post no Facebook, por poder ser maior, pode chegar a valer um fora-de-jogo de meio metro. E uma cartilha? Bom, meus caros, uma cartilha pode valer um duplo amarelo mal mostrado ao minuto 90+2. Continuemos a subir na escala: e um comentador televisão? Quanto vale um comentário num qualquer programa de segunda-feira? Contas feitas por baixo, críticas acintosas ao treinador adversário podem valer, na jornada seguinte, uma substituição mal feita. Ou a expressão do mister ao minuto 90+1. Não são de deitar fora, pois, os comentários das segundas-feiras. Mantendo a subida no ranking, quanto vale um director de comunicação no futebol moderno? Segundo alguns dos maiores agentes FIFA da actualidade, pode valer o mesmo que um bom guarda-redes de equipa grande: pode estar todo o dia parado, sem nada para fazer, mas de repente, quando entra em acção e escreve 140 caracteres, pode evitar um golo. Quando o resultado já está em 5-0, claro. Um muito bom director de comunicação associado a boas cartilhas, a uma série de posts contundentes, mais quatro a seis comentadores de segundas-feiras e ainda uns pozinhos de tweets podem, na verdade, decidir um campeonato. Qual Jonas, qual carapuça! Soares, o tanas! Bas Dost, o caraças! O que interessa é a política de comunicação. Sem ela, ninguém ganha campeonatos!
Código vermelho: não perder em Alvalade
Passa a três pontos a vantagem do Benfica sobre o FC Porto, a uma semana do derby de Lisboa. Caí, assim por terra a esperança de Nuno Espírito Santo em ganhar sempre até final da liga. Agora, a fé azul-e-branca vira-se para o Sporting. Se os leões ganharem às águias no sábado e os dragões vencerem o Feirense no domingo, os dois primeiros ficarão ambos com 71 pontos, mas com vantagem a ser portista, pois tem melhor diferença de golos. E tudo passaria a ser disputado golo a golo e não apenas jogo a jogo. Porém, se o Benfica ganhar em Alvalade, muito dificilmente deixará fugir o tetra.
Muitos cogumelos e depois há ainda Pedro Martins
Nascem bons treinadores em Portugal como nascem cogumelos em densas e húmidas florestas. Só esta época apareceram Daniel Ramos, Ricardo Soares, Nuno Manta e Vasco Seabra. Mas há outro, já nada cogumelo, pois leva sete épocas de I Divisão, que continua a ascensão: Pedro Martins. O V. Guimarães soma 53 pontos em 29 jogos. Sabe quantas vezes, na história, os vimaranenses tiveram mais pontos à mesma jornada? Em apenas quatro: 1974/75, 1985/86, 1986/87 e 1989/90. Tem Marega, teve Soares, tem Hernâni e tem, sobretudo, Pedro Martins. Quanto tempo resistirá ele em Guimarães?
Lapidar
«Tenho grand carinho pelo FC Porto e pela sua torcida, mas tenho vergonha e nojo dessa claque Super-Dragoes, devia acabar»
Souza, jogador do Fenerbahçe (ex-FC Porto)
«É uma grande honra chegar aos 100 golos nas provas europeias. Nunca pensei que podia acontecer, foi sem dúvida um dia especial»
Ronaldo, jogador do Real Madrid
«Estamos vivos e bem vivos. Percebe-se que isto está a aproximar-se do fim e temos de estar unidos. Há coisas que não gosto de ver e me aborrecem, mas são fruto da nossa sociedade»
Rui Vitória, treinador do Benfica
«É um pouco estranho chegar já aos 100 jogos. Normalmente em Portugal são precisos três épocas num clube. Sabe muito bem»
Carlos Carvalhal, treinador do Sheffield Wednesday
«Foram os 15 minutos mais longos da minha vida. A dor, o pânico, a incerteza em relação ao que estava a acontecer. Este mundo em que vivemos está cada vez mais louco»
Marc Bartra, jogador do Dortmund
(...)"
Rogério Azevedo, in a bola
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