quinta-feira, 26 de outubro de 2017

SALVEM O VÍDEO-ÁRBITRO!


O vídeo-árbitro está a gerar as polémicas que qualquer grande mudança de paradigma sempre gera. Mais do que queixar-se dos mensageiros e do teor dos programas de televisão, que versam sobre o fenómeno futebol, cabe a Fernando Gomes e à sua equipa, com a competência que se lhes deve reconhecer, atalhar os problemas técnicos que estão a assolar o sistema.
Corrigidos os tais problemas técnicos (fugindo aos brincalhões que já comparam as comunicações do vídeo-árbitro com as do SIRESP), cabe depois a Fernando Gomes e à sua equipa identificar técnicos competentes para integrar os momentos de recurso ao sistema de visionamento no espetáculo do futebol.

Desde logo, em reforço do que já aqui ficou escrito no início da época, é fundamental que os espectadores nos estádios, e os milhões que seguem os jogos na televisão, tenham acesso às imagens que estão a servir de base à decisão da arbitragem. Depois, feita a média aos segundos de espera, talvez seja de rentabilizar ainda mais as transmissões, introduzindo publicidade televisiva nesses momentos de paragem.
O que não faz sentido é pôr em causa um sistema que permite ao futebol uma justiça mais próxima da verdade material. O que não faz sentido é enterrar a cabeça no passado, só para não ter o trabalho de melhorar esse sistema inovador, ou por não ter a coragem de arcar com as críticas naturais num terreno de paixão, como é o futebol. O que também não faz sentido será duvidar da validade do sistema de visionamento remoto das imagens, só porque um punhado de árbitros se mostra inadaptável a esta nova realidade.
O caso mais gritante, até ao momento, de um árbitro incapaz de se adaptar à nova ferramenta, pôde ser testemunhado em Alvalade, no passado fim-de-semana. O juiz não avaliou bem um lance de penálti nítido. Para o seu erro de perceção, foi alertado pelo colega que seguia as imagens. Viu e reviu as imagens, mantendo-se incapaz de corrigir o seu erro, numa teimosia que prejudicou o Sporting e o seu excelente ala, Gelson. Este árbitro deve ser castigado e o sistema legal deverá retirar o cartão amarelo mostrado ao jogador, pois o pressuposto de que tentou enganar o árbitro não se verificou. Gelson não tentou enganar o árbitro, mas este enganou-se, e persistiu na falha, mesmo dispondo de três momentos para observação do lance: o primeiro na relva quando aconteceu, e depois mais dois no ecrã disponibilizado junto à linha lateral. Quem confunde personalidade forte com teimosia cega não é muito recomendável para decidir lances que chegam a valer milhões de euros.
Mais do que recuar no sistema de vídeo-árbitro, o que seria um erro histórico, o braço da arbitragem da FPF terá de proceder a uma triagem dos árbitros, selecionando apenas os mais aptos para esta nova era do futebol.
Octávio Ribeiro, in Record

OBS: Mais um que não viu o primeiro golo dos lagartos e o penalty do Rui Patrício

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