segunda-feira, 6 de novembro de 2017

MANUAL PARA BATER PENÁLTIS


Muitas pessoas pensam que o desempate por penáltis é uma lotaria e é normal dizer que os vencedores têm sorte. A boa notícia é que este é um tipo de sorte que se treina e que exige preparação mental específica. Todo o trabalho de treino mental e alta performance que efetuo com os jogadores tem a sua máxima aplicação precisamente no momento de bater penáltis. O resultado… é máximo foco, grandes níveis de concentração, boa gestão da ansiedade e, claro, golo! Ficam algumas sugestões para estes momentos. Podem fazer toda a diferença:

- Se achas que os penáltis são uma questão de sorte ou de azar, já te estás a condicionar. Pensar que algo é fruto da sorte ou do azar, é uma excelente zona de conforto para aqueles que não sabem lidar com o erro. Prepara-te bem e RECUPERA O CONTROLO!
- TREINA OS PENÁLTIS durante toda a época e coloca pressão nos treinos. Faz apostas com o guarda-redes, coloca dois guarda-redes na baliza, ou até podes comunicar o lado onde pretendes colocar a bola para criar maior dificuldade. Ansiedade, motivação, confiança, medo, concentração fazem parte do momento e são absolutamente decisivos, pelo que devemos antecipar estes cenários a fim de estarmos melhor preparados.
- A VISUALIZAÇÃO é a técnica mais usada por atletas de alta competição, e aqui tem uma importância extrema! Aprende a criar imagens no teu cérebro daquilo que queres que aconteça. Serão um veículo fundamental.
- APRENDE A LIDAR COM O ERRO. Talvez já tenhas falhado algum penálti no passado, talvez até recentemente, mas é fundamental aprender a ter a mente liberta, calma e tranquila.
- Atenção ao DISCURSO INTERNO que ativas. Pensar "não posso falhar" só irá potenciar um desfecho desastroso. Altera o teu discurso para aquilo que queres que aconteça.
O lado emocional interfere no rendimento dos futebolistas, principalmente numa decisão de penáltis, pois é uma situação de um para um. Sem treino mental, marcar um penálti traduz-se normalmente em elevados níveis de ansiedade e confusão mental. Isto também se aplica aos guarda-redes, que estão do outro lado a tentar defender, mas isso será tema para o próximo artigo.
Susana Torres, in Record

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