Nenhum benfiquista terá ficado satisfeito com o resultado (expectável) de Inglaterra. Mas há na exibição e no modelo apresentado por Rui Vitória um equilíbrio e uma solução bem interessantes, que parece ser uma alternativa para jogos de maior dificuldade. Tacticamente, parece-me um Benfica mais seguro e mais próximo do êxito do que outros desta época. Aprender com o que se faz bem, para lá do resultado negativo, também é parte de uma construção inteligente. Dito isto, é muito negativa a nossa prestação europeia. Este ano pior que a prestação do Benfica só as arbitragens consistentemente más. Isto parece sempre o Puigdemont a apitar jogos do Real Madrid. Teremos que viver com essa realidade, para nos adaptarmos melhor àquilo que também nos acontece dentro de portas. Não vale a pena reclamar, mas é urgente melhorar. Numa análise curiosa, os campeões dos principais campeonatos na última época andam todos longe da liderança dos seus campeonatos. Real Madrid em Espanha, Mónaco em França, Juventus em Itália ou Chelsea em Inglaterra, entre outros, não lideram e, na maior parte dos casos, estão mais longe da liderança que o Benfica.
Cansados de vencer? Não estou nada cansado. No Benfica queremos vencer mais, porque somos um clube onde só as derrotas cansam. Vitória tangencial sobre o Feirense, num jogo em que não percebi o Benfica. Entra forte, a jogar bem, cria três oportunidades claras de golo, marca aos 10 minutos, para depois de ir apagando numa cinzenta exibição. Parece que o golo cedo, em vez de tranquilizar, enerva a equipa. Ganhámos e isso era decisivo, mas fica a ideia de que a jogar como fizemos nos primeiros dez minutos ganhávamos a todos os adversários e a jogar como fizemos nos últimos 70 ganhávamos a poucos. Rui Vitória também mostrou desconforto, e deixou na sua forma educada de abordar as questões esse sentimento. Antes assim, é bom ter o treinador em sintonia com a massa adepta.
Domingo vamos a Guimarães, disputar um jogo tradicionalmente difícil contra o Vitória local. Será uma série de Vitórias, primeiro o de Guimarães, depois, duas vezes o de Setúbal, que seja uma série de vitórias contra os Vitórias, para não sair do trilho da luta pelas vitórias nos diversos títulos. No mês dos Vitórias esperamos e confiamos o máximo, Rui... Vitória."
Sílvio Cervan, in A Bola
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