A natureza da vida de vez em quando comporta um olhar existencial conferindo os valores que nos são confiados, e que ao longo do tempo nos fazem sentir tributados pelo reconhecimento.
Por intermédio dum desejo expresso por um meu tão Ilustre Amigo, Sua Excelência o Senhor Presidente da República de Cabo Verde, Doutor Jorge Carlos Fonseca, o Magnífico Reitor da Universidade de Lisboa, convidou-me para estar presente num ato de consagração referente ao doutoramento “Honoris Causa” do referido presidente, tendo sido apadrinhado pelo também meu ilustre e estimado Presidente dos Presidentes, (como habitualmente lhe chamo), Professor Doutor Marcelo Rebelo de Sousa.
Guardo do Professor Marcelo num primeiro ato de relação, quando em 1980 e na sua qualidade de ministro dos assuntos parlamentares e já líder carismático de referência comunitária, eu, juntamente com o meu maior amigo, já saudade, Raúl Teixeira e no momento líderes da J.S.D. de Paços de Ferreira, nos deslocamos à Assembleia da República. A intenção seria concretizada no desejo de o convidar a deslocar-se a minha terra de Paços de Ferreira, o que veio a acontecer. Para além da visita a esta gente que trabalha a terra, molda o aço, transforma a madeira fazendo dela capital, gente simples, solidária e amiga que ao longo do tempo me obrigou a descobrir através do afeto a vontade de abraçar…, no dia combinado, cá estava o Professor Marcelo com os nossos jovens guerreiros na Citânia de Sanfins, a oferecer-nos as suas convicções transferidas em bênçãos.
Alguns desses jovens ainda hoje veem consagrados as suas competências ao serviço das autarquias, líderes de empresas, gente que ao longo do tempo foi explorando os caminhos de muito sucesso.
Com o Professor Marcelo Rebelo de Sousa ficou-me o tempo sempre convertido em gratidão e revertido numa amizade sadia e disciplinada pelo uso dos costumes, onde habita a elegância do trato.
A sua referência, enquanto crítico de opinião na TVI e SIC, em relação a algumas das minhas publicações, demonstra o sinal da sua generosidade pessoal; no entanto, o que o que protege a marca da sua grandeza, em especial nestes últimos dias, é olhar e ver a sua presença através das pegadas feitas por entre gente rasgada pela tristeza do luto e do silêncio, e dessas notas de experiência vivida, vai renovando o sentido da esperança. Nos rostos de inquietude e desânimo de quem sofre, passa a existir um profundo desejo do reencontro com a vida.
Por isso o nosso Presidente Ganhador vai construindo a imagem do futuro, transportando na alma os traços dum humanismo cativante e no rosto algumas rugas certificadas pelo sofrimento, mas sempre com uma palavra que ajuda a elevar, aproximar e iluminar os caminhos da esperança.
Por vezes perante alguns especialistas que se espreguiçam nas cruzetas do poder e quase sempre transformam as notícias em demagogia associada à futilidade, falando de ética sem conhecer a razão, a voz do nosso Presidente Professor Marcelo Rebelo de Sousa, ganha eco, e como dínamo privilegiado, faz aumentar em energia e em consciência, o grito do respeito pela liberdade.
Como lhe confiei em testemunho um dia … quando em 1980 tive oportunidade de o conhecer, desapertei os cordões das sandálias e lancei-me à estrada da vida, escutei o eco do meu silêncio e fui construindo imagens que a memória sempre haverá de evocar.
Como é possível, ainda nos dias de hoje, ter a oportunidade de responder aos meus emails … eu, “humilde cavador”,… por isso no silêncio, quantas vezes estendo os olhos para o infinito e procuro no toque do sino da minha aldeia, fazer-me menino e ouvir o desejo imenso de correr para o colo de quem me deu o pão e a razão e sentir aquelas bocas trémulas dando-me calor … aquelas mãos rugosas acariciando meu rosto e aqueles olhos meigos vigiando meus passos, os meus saudosos e sempre presente avozinhos… e prestar-lhes este testemunho de honradez e sonho, de encontrar neste caminho feito de laços, esta nobre gente que a vida me proporcionou!...
Como é possível, ainda nos dias de hoje, ter a oportunidade de responder aos meus emails … eu, “humilde cavador”,… por isso no silêncio, quantas vezes estendo os olhos para o infinito e procuro no toque do sino da minha aldeia, fazer-me menino e ouvir o desejo imenso de correr para o colo de quem me deu o pão e a razão e sentir aquelas bocas trémulas dando-me calor … aquelas mãos rugosas acariciando meu rosto e aqueles olhos meigos vigiando meus passos, os meus saudosos e sempre presente avozinhos… e prestar-lhes este testemunho de honradez e sonho, de encontrar neste caminho feito de laços, esta nobre gente que a vida me proporcionou!...
Outra figura notável que, após romper os horizontes da distância, fui encontrar com tamanha grandeza, foi sua excelência o Senhor Presidente da República de Cabo Verde, Doutor Jorge Carlos Fonseca.
Como consequência dum convite, que teve como patrono outra personalidade que sempre viverá juntinho ao meu coração, Professor Doutor Manuel Sérgio, desloquei-me em meados de Setembro a Cabo Verde, colaborando numa formação relacionada com vários temas, tendo como objetivo central a discussão e análise do desporto como traço de cultura, saúde, rendimento, formação e festa, como aliás fiz referência num artigo recentemente publicado nesta rúbrica.
O que pretendo agora qualificar, é o clima de proximidade do senhor presidente com aquele nobre e humilde povo irmão.
O que pretendo agora qualificar, é o clima de proximidade do senhor presidente com aquele nobre e humilde povo irmão.
Notei-lhe entre aquela gente de nobres princípios, uma firmeza de conceitos, um sentimento ávido dum relacionamento humano de partilha e cumplicidade.
Gente determinada que faz das dificuldades oportunidades, convertendo a forma de ser na arte do bem-fazer.
Gente simples, de largos sorrisos e experimentando grandes passos de mudança.
Gente que transporta na alma as pegadas da experiência vivida, e ostenta nos olhos as cores do infinito.
Neste tributo de relações, qualifico o senhor Presidente, como um fidalgo no trato, que cultiva as relações com a seiva dos princípios que lhe suportam a magistratura da função, visando sempre a dignidade da pessoa e a autenticidade do cidadão, de forma inteira.
Neste tributo de relações, qualifico o senhor Presidente, como um fidalgo no trato, que cultiva as relações com a seiva dos princípios que lhe suportam a magistratura da função, visando sempre a dignidade da pessoa e a autenticidade do cidadão, de forma inteira.
Há um ditado árabe que diz: “ quem não entende um olhar, muito menos entenderá uma longa explicação”. Por isso estimado e ilustre Presidente da República Doutor Jorge Fonseca, encontro no recorte do seu olhar profundo, uma invulgar capacidade de bem acolher.
Como fiquei tão feliz e honrado com o convite em estar presente neste ato de tanta grandeza pela distinção com o título “Honoris Causa” pela Universidade de Lisboa e ouvir do padrinho de Vossa Excelência, Professor Doutor Marcelo Rebelo de Sousa, proferir palavras feitas de sentimento, “revertidas pelo mérito e culto dos valores fundamentais da humanidade, alguém com inteligência audaz, sagacidade penetrante, sede de conhecimento, curiosidade cultural, probidade científica, talento pedagógico e finura de trato”.
Creio mesmo que há um código mediador de consciência entre estes dois Presidentes … Campeões do afeto que a história do futuro sempre encarregará de fazer memória e … saudade!...
José Neto, in a Bola
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