"1. Intensidade. Esta é uma das palavras mais usadas no futebol moderno e o derby de ontem foi um exemplo claro dos tempos que vivemos: corre-se muito em distâncias e em cada pique, mas isso não significa que se pense assim tanto. Rui Vitória que se viu ontem teve uma voracidade tremenda, que permitiu às águias sufocarem, durante 90 minutos, um adversário que nesta época tem apresentado um futebol mais maduro e sem os erros que os encarnados têm cometido. É mesmo caso para perguntar onde andou este Benfica até agora: uma equipa em alta rotação, pressionando sempre o homem da bola, ganhando segundas bolas, linhas sempre juntas, baliza sempre, não teria feito a Liga dos Campeões vergonhosa que fez. Mas significa isto que as águias jogaram assim tão bem? É sempre subjectivo porque a definição no último passe ou no remate. E os grandes jogadores, algo que, diga-se, não abundam na Luz. Por isso deve dar-se o benefício da dúvida a Rui Vitória: individualmente, o onze do Sporting é melhor que o do Benfica, mas o Benfica foi, como equipa, muito melhor que o Sporting. Isto quer dizer alguma coisa.
2. Nenhum treinador gosta de admitir que a sua equipa foi interior. Mas fica mal a Jorge Jesus fazer a análise que fez após o derby de ontem, quer na análise do jogo quer nos lances de arbitragem. Se noutros anos viu os leões superiorizarem-se às águias de forma categórica, ontem viu-se o inverso. E no que toca a clássicos, foi a segunda vez que vimos o Sporting a ser amplamente dominado, como se verificou no Sporting - FC Porto de Alvalade. Por isso mantenho a minha aposta: dos três grandes, os dragões continuam a ser os favoritos ao título."
Fernando Urbano, in A Bola
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