Depois de complexos estudos (!), a FPF lançou a ideia de um campeonato de Sub-23, idade tão flexível que até admite jogadores mais velhos.
Afinal tratar-se-á de uma extensão dos campeonatos de juniores, sem especial motivação competitiva, apenas para manter em actividade jogadores que ainda não justificaram transição para outros patamares, no próprio clube ou noutros.
Provavelmente será outro projecto falhado, como aconteceu há uns 15/20 anos, primeiro com os "clubes satélites" e depois com a 1.ª versão das equipas B que, competindo na antiga 2.ª Divisão B (3.º escalão nacional), não permitiram a desejada evolução dos jovens chamados, acabaram por descer de divisão e desaparecerem.
A actual versão, inicialmente com 6 equipas B, foi diferente: integradas na 2.ª Liga, o desafio tornou-se motivador para os jovens, "obrigou-os" a progredir e fê-los saltar rapidamente para o patamar superior; e as próprias equipas foram competitivas, apenas com duas despromoções em 6 anos (uma com imediato regresso) e até um campeão improvável, o FC Porto B, na época 2015/16.
Por isso, não se entende o aparente entusiasmo com que alguns clubes estão a encarar o abandono das suas equipas B, depois de o próprio presidente da Liga, Pedro Proença, ter revelado que "o futebol português não pode abdicar de mais de 275 milhões de euros da transferência de jogadores das equipas B desde 2012. No início de 2017/18 foram transaccionados mais de 132 milhões só com futebolistas que actuaram nas equipas B." (Record, 23-03-2018).
A título de exemplo, os convocados para os jogos da selecção com o Egipto e a Holanda que passaram pelas equipas B: André Gomes, André Silva, Bernardo Silva, Gelson Martins, Gonçalo Guedes, João Cancelo, João Mário, Ruben Dias…
Mas, apesar do que fica dito, temos de reconhecer que nem tudo será mau no projecto do Campeonato dos Sub-23; haverá é que o rodear de outros aliciantes, incluindo uma ligação directa com as equipas B. Passamos a explicar.
A 2.ª Liga será disputada por 18 equipas, devendo fixar-se o número de equipas B em 4.
Mantém-se o sistema actual, com 2 subidas à I Liga e 4 descidas: 3 para o campeonato de Portugal e a equipa B pior classificada, independentemente da posição na tabela, para o campeonato Sub-23, cujo vencedor ascende à 2.ª Liga.
Mantém-se o sistema actual, com 2 subidas à I Liga e 4 descidas: 3 para o campeonato de Portugal e a equipa B pior classificada, independentemente da posição na tabela, para o campeonato Sub-23, cujo vencedor ascende à 2.ª Liga.
Este sistema não impede os clubes de terem equipa B e equipa Sub-23; e irá permitir a outros emblemas da ILiga (Belenenses, Boavista, Setúbal, Marítimo, Rio Ave, etc.) virem a competir na 2.ª Liga com equipas B, alterando a rigidez da escolha inicial, que sempre foi objecto de crítica.
Ribeiro Soares, in Record
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