terça-feira, 3 de abril de 2018

OBRA DE ARTE MEXICANA


"A letra de Raúl Jiménez foi um instantâneo soberbo, sublime, da exaltação do futebol.

Expectativa após a paragem
1. Existia alguma expectativa em torno deste jogo para se saber como se comportavam as duas equipas após a paragem do Campeonato - o Benfica com uma dinâmica já instalada num 4x3x3 bem consolidado e um Vitória de Guimarães a aproveitar o interregno para criar dinâmicas e uma nova ideia em termos de posicionamento, tentando corresponder às ideias do seu novo treinador, José Peseiro.

Desinspiração 'vs.' solidez
2. O Benfica entrou inesperadamente pouco inspirado no jogo, perante um Vitória de Guimarães sólido defensivamente e a criar perigo no contra-ataque, sobretudo pela ala esquerda, com destaque para Konan, Heldon e Raphinha - o homem mais adiantado aparecia muitas vezes naquela zona -, a aproveitarem a qualidade de passe de Matheus Oliveira. Os encarnados sentiram, nesta fase, algumas dificuldades a nível defensivo e, no plano ofensivo, com pouco mobilidade. Tendo em conta todas estas vicissitudes, o Benfica apenas criou uma oportunidade de golo após um excelente passe de Pizzi, enquanto os vimaranenses construíram duas. Já muito perto do intervalo,acabou por ser uma grande penalidade a tirar o marcador do nulo.

Desequilíbrio pela esquerda
3. Na segunda parte o Vitória de Guimarães foi mais curto em termos ofensivos, enquanto as águias protagonizaram uma exibição mais categórica e dominadora, conseguindo fabricar mais chances para o golo e a encostarem mais o V. Guimarães à sua área. Por esta altura, Grimaldo apareceu duas vezes na cara do golo mas Miguel Silva negou-lhe os intentos. Apesar destas falhas, o espanhol foi o melhor em campo, pois já na primeira parte se tinha relevado decisivo em duas dobras a afastar o perigo. A ala esquerda encarnada, aliás, foi muito mais desequilibradora do que a contrária. Após a entrada de Jiménez, o Benfica ganhou maior mobilidade e chegou ao segundo golo. José Peseiro, que ainda não tinha mexido, fez entrar Welthon, mas já era tarde para alterar o rumo dos acontecimentos.

A razão de uma paixão
4. O grande momento do jogo foi, sem dúvida, o excepcional passe de letra de Raúl Jiménez para o golo de Jonas - obra de arte mexicana. Um instantâneo soberbo, sublime, de exaltação do futebol. Daqueles momentos que me relembram a razão pela qual sou um apaixonado pelo futebol há mais de 50 anos."

Vítor Manuel, in A Bola

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