sexta-feira, 15 de junho de 2018

EU ACREDITO!


A sétima presença de Portugal em fases finais do Campeonato do Mundo é, hoje, distinta de todas as anteriores. O título de campeã da Europa brilhantemente conquistado há dois anos confere à nossa Seleção um estatuto inato que lhe granjeia um maior respeito por parte dos adversários, mas simultaneamente lhe impõe responsabilidades acrescidas. O Mundo vê-nos hoje com outros olhos, mais atentos e mais perscrutadores. E nós deveremos encarar o Mundo não do alto da nossa soberba, mas olhos nos olhos, sem sobranceria, mas com o comprometimento, humildade, união, sacrifício, companheirismo e entreajuda que nos distinguiram no Europeu de França e nos guiaram ao êxito maior, justo e inteiramente merecido.

Portugal é hoje uma equipa mais forte do que aquela que fez história há dois anos, por ser mais equilibrada e com um mais variado leque de soluções, o que, legitimamente, nos confere ainda mais expectativas na concretização do sonho. Eu acredito! Porque ao grupo já de si coeso e de enorme qualidade acrescenta-se (entre outros que, não tenho dúvida, irão revelar-se) um Bernardo e um Gonçalo que emprestam ainda mais talento à nossa equipa. E, obvia mente, ter o melhor jogador do Mundo é algo de que mais ninguém pode gabar-se. Cristiano Ronaldo – que nestes nove anos em Espanha foi absolutamente determinante na aproximação do Real Madrid ao até então hegemónico Barcelona, ninguém duvidando de que se não fosse ele (os seus golos, as suas assistências, a sua capacidade de decisão) o Real não teria conquistado os 15 títulos internos e uefeiros – é sempre os Ás de trunfo. No Real Madrid como na selecção portuguesa.

Somos orgulhosamente campeões europeus e será nesta condição que hoje, a abrir, teremos um apetecível duelo Ibérico, com elevado grau de dificuldade sim, mas um jogo que não será fácil nem para Portugal nem para Espanha. Não nos esqueçamos que La Roja foi, entre 2008 e 2012, duas vezes campeã da Europa e uma vez campeã do Mundo; não nos esqueçamos, ainda, que na era Julen Lopetegui a equipa espanhola não contabilizou nenhuma derrota em quase dois anos e 20 jogos disputados, tendo tido uma prestação quase perfeita na fase de qualificação para esta fase final, com nove vitórias e um empate. Significativo do seu apurado pedigree que, do meu ponto de vista, a coloca como uma das principais candidatas a ganhar este Mundial. Excluindo anormalidades, Portugal e Espanha são os candidatos naturais aos dois primeiros lugares do Grupo B de um Mundial que prevejo vá ser bastante competitivo em função da qualidade da generalidade das 32 selecções presentes.


Jorge Mendes, in Record

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