Estranho
1. As duas equipas começaram com as mesmas matrizes. O Lyon manteve a do último jogo e o Benfica fez duas alterações: André Almeida e Pizzi por Tomás Tavares e Gedson. Bruno Lage é quem tem o domínio de todas as variáveis, mas, devido à dimensão europeia de jogos de Champions, dois dos mais experientes deviam ter jogado de início. E se estavam cansados e deviam ser poupados o ideal teria sido dar-lhes descanso com o Rio Ave. Pizzi é, não o esquecemos, o melhor marcador do Benfica.
Dois murros
2. O início não foi fácil para o Benfica. O primeiro murro sofreu-o ao minuto quatro, quando, num canto curto do Lyon com marcações desmontadas, Anderson apareceu entre Ferro e Rúben Dias a fazer golo. Quase de seguida, segundo murro: choque entre Vlachodimos e Ferro e o central a ter de sair, lesionado. Bruno Lage teve de queimar uma substituição, o que limitou a sua estratégia. Acabou por ser uma primeira parte muito forte do Lyon, controlando o jogo sem dificuldades, com Florentino e Gabriel a passarem por momentos delicados. Sobretudo porque Depay escondia-se muito, como se fosse um camaleão táctico, aparecendo depois, criativo, a atacar a profundidade. O Benfica raramente teve bola e, quando teve, não conseguiu ligar o meio-campo e o ataque. Muito por mérito do Lyon. Só em cima do intervalo, num pontapé forte de Chiquinho, Anthony Lopes teve trabalho. O Lyon foi mais consistente e teve superior maturidade europeia no primeiro tempo. O Benfica esteve apagado.
Entra Pizzi
3. A abrir a segunda metade, os dois treinadores mexeram. Rudi Garcia tirou Depay e meter Cornet, Bruno Lage fez sair Gedson e colocou Seferovic ao lado de Vinícius, com Chiquinho sobre a direita: 4x4x2 clássico. A ideia era atacar a profundidade com mais êxito. E, com Seferovic, o Benfica melhorou imenso (Vinícius esteve sempre apagadíssimo). O Lyon baixou as linhas (mais conforto) e os encarnados passaram a ser mais agressivos e a rematar mais. A meio do segundo tempo, com a entrada de Pizzi, o Benfica passou a ter o que ainda lhe faltava: clarividência, qualidade de passe e melhor ataque à profundidade. Três minutos depois de entrar, Pizzi teve passe fantástico para Seferovic e este reduziu para 2-1.
Falha de Jardel
4. A segunda parte do Benfica foi muito mais conseguida. Criou mais perigo e jogou muito no meio-campo adversário, o que confirma a ideia de que Pizzi entrou demasiado tarde. Se a ideia era poupá-lo, insiste-se, seria mais compreensível que o fosse no jogo com o Rio Ave (tal como André Almeida). Mas, repito, Bruno Lage é quem domina as variáveis todas. A fechar o jogo, numa transição do Lyon em que Jardel não fechou bem o espaço interior, numa má abordagem de um jogador muito experiente, os franceses fizeram o terceiro golo. Este Benfica é curto (em experiência) para a Europa."
Vítor Manuel, in A Bola
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