"Aqui, onde estamos, neste impressionante monumento a que milhões de portugueses também gostam de chamar 'a sua casa', foi ontem, quinta-feira, solenemente homenageado Mário Dias. Os Benfiquistas têm orgulho em Mário Dias. Sabem muito bem quem ele é e, sobretudo, sabem o que Mário Dias conseguiu erguer por nós todos e para todos nós. Embora, evidentemente, depois de tomada a dramática decisão de avançar, ele não mais tivesse sozinho na gigantesca empreitada, pode muito bem dizer-se que 'ele próprio construiu' o nosso novo Estádio.
Bem sabemos em que condições sociopolíticas tão difíceis, e em que dramáticas circunstâncias conjunturais que, ao tempo, envolviam e pareciam limitar a evolução do Benfica, ele chegou a ser (tantas vezes) o único a querer avançar.
Se não tivesse sido a intuição de Mário Dias, o extraordinário Benfiquismo de Mário Dias, a sua determinação, a sua persistência, a sua teimosia, a sua obstinação para que obra fosse preparada, projectada e construída, hoje são teríamos a nossa nova Catedral. Primeiro do que todos, foi ele quem acreditou que seria possível, em termos do trabalho de campo, em obra, sabia, como ninguém, o que dizia: tinha a segurança própria de um construtor excepcional vocacionado para trabalhos de excepção que a longa experiência como timoneiro de centenas de operários e equipas de trabalho lhe concedia.
Mas não o podemos esquecer, foi igualmente Mário Dias, e apenas ele, quem, logo desde as primeiras conversas exploratórias e sempre com o Futuro do Grande Benfica em mente, teve a percepção e o enorme sangue-frio para ser capaz de, a muito curto prazo, convencer todos os seus mais chegados Amigos Benfiquistas de que teríamos de abdicar da velha Catedral 'dos 120 mil' antes de poder erguer depois um monumento arquitectónico e funcional já adequado ao séc. XXI...
E foi também ele, e ainda ele, sozinho, que, antes de todos, teve de imaginar os complexos obstáculos estratégicos, empecilhos político-partidários, conluios anti-Benfica e ainda dificuldades negociais, empresariais e societárias de toda a espécie que haviam de começar a levantar-se diante de si e dos seus melhores Amigos - alguns poucos, então, totalmente solidários em torno de Mário Dias - tendo sempre preparado o mais completo inventário de respostas prontas para todos aqueles interlocutores, ainda antes que a máquina pudesse avançar.
E por fim, na inesquecível Assembleia Geral de 28 de Setembro de 2001, já com todos os seus maiores Amigos do seu lado (e mais 91,25% dos presentes...) seria ele próprio a voz mais segura, mais serena e mais autorizada que soube pacientemente replicar, responder, esclarecer e convencer definitivamente as escassas vozes (como a minha, confesso mais uma vez...) que ainda questionavam a gigantesca 'ideia', temendo a tamanha ousadia...
Assim que o 'milagre' se começou a desenvolver, a qualquer momento ou perante que imprevisibilidade fosse, era ver Mário Dias sempre imperturbável... Constantemente tranquilo, paciente, afável com toda a gente; sempre seguro de si, competentíssimo, eficaz. E cada vez mais feliz no seu trabalho. A inflexível determinação, a impressionante capacidade de trabalho, a honradez absoluta e a dedicação Benfiquista do nosso querido Mário Dias constituem para mim, e para muitos de nós, dentro e fora do Benfica, um dos mais impressivos exemplos de vida que o Glorioso me concede.
Obrigado, querido Marinho!"
José Nuno Martins, in O Benfica
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