quinta-feira, 5 de dezembro de 2019

AFIRMAÇÃO DO FUTEBOL


Num momento em que tanto se discutem a qualidade e a competitividade do futebol português, importa destacar alguns factos que demonstram a qualidade do trabalho feito neste sector:
1. Na presente temporada, Portugal tem vindo a cimentar a sexta posição no ranking de clubes da UEFA, só abaixo de Alemanha, Espanha, França, Inglaterra e Itália, cujas ligas são consideradas, há muitos anos, as mais ricas do mundo, além de se tratarem de países cujo desenvolvimento económico e dimensão do mercado interno, em quantidade e valor, em muito excedem os nacionais. Logo a seguir estamos nós integrando claramente o pelotão da frente do conjunto europeu;
2. O sector do futebol tornou-se num exportador de excelência. Entre as centenas de jogadores e as dezenas de treinadores que procuram a sua sorte no estrangeiro figuram alguns dos mais reconhecidos no futebol mundial. Em recente eleição somos o único país que tem dois jogadores entre os dez melhores do mundo. Três nos trinta. Além de vários treinadores consagrados além-fronteiras, bem-sucedidos desportivamente, e até um empresário considerado, por muitos, como o mais influente a nível mundial. Sem capacidade de organização e muita competência na formação de jogadores e treinadores, esta dinâmica, acentuada na última década, não poderia existir;
3. O sucesso desportivo das várias seleções atesta o notável trabalho que tem vindo a ser feito pelos clubes ao nível da formação nas áreas técnicas, organizacionais e infraestruturais, e também da própria Federação, que soube criar as condições para aproveitar o muito talento desenvolvido pelos clubes. Basta lembrar que somos Campeões da Europa e vencemos a nova Taça das Nações;
4. Compare-se o número e nível de opções que o atual selecionador tem à sua disposição com o que acontecia até há poucos anos. Para além do grau de experiência internacional com que os jovens talentos chegam aos escalões principais;
5. Este sucesso não se limita ao futebol profissional e à formação, mas também ao futsal e futebol de praia. Os títulos sucedem-se, granjeando prestígio e dignificando o país;
6. Nas competições nacionais, temos assistido a uma cada vez maior aproximação entre equipas dos vários escalões, nomeadamente nas condições de trabalho, o que se reflete, em particular, nas Taças, em que se têm verificado, com cada vez maior frequência, as chamadas surpresas. A qualidade de jogo apresentado por essas equipas demonstra o valoroso trabalho realizado por dezenas de clubes.
Muito mais poderíamos destacar, sem que deixemos de reconhecer o muito que está por fazer. Mas talvez seja a altura de nos consciencializarmos de que o futebol português é um sector que se distingue, pela positiva, da esmagadora maioria dos sectores de atividade em Portugal, obtendo um reconhecimento ímpar no estrangeiro e marcando presença em lugares cimeiros dos mais variados rankings, mesmo apesar de vários constrangimentos.
Um deles tem a ver com a falta de público – ainda mais gritante noutras modalidades – o qual aponta, como razão principal da ausência de estádios, os preços excessivos dos bilhetes.
Neste âmbito, importa referir a discriminação de que o desporto é alvo presentemente, sendo-lhe aplicada a taxa normal de IVA (23%), contrastando com outros espetáculos em que lhes é aplicada a taxa mínima (6%).
Esta é uma situação incompreensível, já que o desporto cumpre os critérios evocados para outros tipos de espetáculos, tais como, por exemplo, o seu carácter tradicional e a implantação em todas as regiões do País. Além de que viu a taxa de IVA aumentada aquando das medidas da “Troika”, não tendo sido agora alvo de reversão, à semelhança de muitas outras recentemente.
Se existe sector que muito tem prestigiado o País é a indústria do futebol, e pela riqueza direta e indireta que gera não está a exigir nada a que não deva ter direito.
News Benfica

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