"Vivemos um período que apanhou o mundo de surpresa. Primeiro que tudo, quero realçar o orgulho que sinto em Portugal. Era impossível prever e estarmos preparados para uma situação destas, mas o que vejo é um país que, sob uma liderança competente – assim como no meu Clube, desde muito cedo, com as melhores decisões! –, conseguiu reagir a tempo de se evitar uma situação ainda mais dramática. Os portugueses, de um modo geral, estão a cumprir as medidas adoptadas pelas autoridades nacionais. Tenho... Temos, por isto, de estar todos bastante orgulhosos.
Bem sei que ainda falta algum tempo para que as coisas se resolvam – acredito que tal acontecerá! – e voltem à normalidade, mas se continuarmos no rumo certo, com as atitudes mais corretas e responsáveis, vamos vencer esta batalha e ser um exemplo também a nível internacional.
Pessoalmente estou tranquila. Tento ter uma rotina diária de treinos e tarefas que me mantêm ocupada e me ajudam a passar o tempo de maneira saudável. No início, a incerteza de quanto tempo tudo isto iria durar, causava-me obviamente inquietação. Agora, aceitei que isto é uma situação temporária, que vai passar, ainda que se vá prolongar um pouco mais nas nossas vidas.
No panorama desportivo, tudo está suspenso. Os Jogos Olímpicos foram adiados por um ano, o que acabou por ser a decisão mais sensata. Para qualquer atleta, um ano é muito tempo, foi este o meu primeiro pensamento. No entanto, rapidamente reestruturei a minha mente, e agora penso que é mais um ano que tenho pela frente para melhorar. E este período pode ser isso, também, para nós todos. Um pouco por todo o planeta, fomos obrigados a desacelerar. Não tínhamos tempo para nada, para estar com a família, fazer coisas banais, pensar em novos projectos. Esta é, portanto, uma oportunidade: temos de reflectir, é essencial crescermos como pessoas.
Depois deste complicado desafio de saúde pública global, virá provavelmente um tremendo desafio económico. Mas também sei que, quando sairmos deste isolamento social, nada será igual e poderemos ser mais fortes enquanto civilização. Saberemos o quão longe podemos chegar. Este é um momento histórico, e nós podemos fazer a diferença, desde já, com atitudes solidárias e optimistas, pensando sempre no bem comum!
Quero sublinhar, com sinceras palavras de gratidão, aquilo que me parece ser o sentimento que prevalece em Portugal e no mundo: Obrigada! Obrigada a todos os que, dia após dia, saem de casa para permitir que o país não pare e que nós possamos ficar em casa, em segurança.
Telma Monteiro"
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