Jorge Jesus foi apresentado numa cerimónia simples e de grande categoria. Em vez de adeptos aos gritos sentiu-se o grito do Benfica. As 10 taças conquistadas pelo Benfica sob orientação de Jorge Jesus deram o mote para um Benfica a «jogar o triplo» e a «arrasar». Hegemonia em Portugal e prestígio na Europa. Simples e perceptível. Jorge Jesus foi elegante com quem está e ambicioso com quem terá de chegar. Aqueles troféus são apenas o princípio daquilo que será património conjunto de Jorge Jesus e Benfica. A diferença desta apresentação para outras do mesmo género é que, nesta, adeptos e adversários já perceberam que vai mesmo ser assim.
A Taça de Portugal foi espelho de uma época para recordar. Ao contrário de outros benfiquistas, julgo serem inteiramente justificados os festejos de dirigentes e adeptos azuis e brancos. Primeiro porque a última dobradinha tinha quase 10 anos e depois porque vencer o Benfica numa final da Taça de Portugal tinha 62 anos. Talvez só a vitória do Aves possa se comparado ao feito de sábado.
Nesta contabilidade de títulos, de valor sempre relativo, temos de ter atenção com o que realmente nos preocupou e é comparável. O Benfica perdeu este ano o 38.º título e o Real Madrid aproximou-se com 34 vitórias.
Há que iniciar um ciclo longo de vitórias até para manter os merengues à distância.
Jorge Jesus nada ganhou na passada segunda-feira, mas deixou a impressão de que com uma boa equipa vai ganhar muito coisa. Dia 10 voltamos aos treinos e dia 15 de Setembro voltamos à competição. A primeira jornada da Liga dia 12 de Setembro ou uma Supertaça não adiada teriam ajudado a equipa portuguesa que vai à pré-eliminatória da Liga dos Campeões. Percebo pouco de sorte ou azar, mas se eu sugerisse algo era já o primeiro jogo com o Étoile Carouge, com a maioria dos jogadores contratados à disponibilidade do treinador. Regra geral, prenuncia época de grandes feitos.
Que maravilha um período de defeso de oito dias. Neste Benfica não há espaços para mais nada que não seja futuro de vitórias. Este autocarro de jogadores apontados ao Benfica, ainda que em grande parte corresponda à verdade, dá apenas para se ter a noção da matéria-prima das nossas futuras conquistas. No Benfica festejam-se títulos não se festejam contratações."
Sílvio Cervan, in O Benfica
Sem comentários:
Enviar um comentário