domingo, 6 de dezembro de 2020

UM AZAR DO KRALJ



 Sonhei com isto, Nico: 90 minutos no Benfica sem calafrios. Já fizeste tatuagens por menos, fica a dica: “4/12/20, Lech. 0 duelos perdidos”

A análise humorística de Vasco Mendonça aos jogadores do Benfica que alinharam contra o Lech Poznán, na Liga Europa, tem um destinatário óbvio. O autor aproveita também para se despedir de Weigl cujo vídeo "Melhores Momentos" para efeitos de transferência está a ser ultimado com diligência.
Vlachodimos
Se é para estar aqui uma hora e meia especado ele que ponha o Helton Leite, terá pensado o Vlachodimos.
Gilberto
Não vou dizer mais nada. Ainda me acusam de bullying.
Otamendi
Uma pessoa sonha com estes momentos mas nunca sabe se algum dia vão chegar. Extraordinário. 90 minutos ao serviço do Benfica sem um único calafrio. Histórico. Já deves ter feito tatuagens por muito menos, Nicolás. Pensa nisso. Uma coisa pequena num dos braços a dizer “4/12/20, Lech Poznan. 0 duelos perdidos.”
Verthongen
Eu não sou de me gabar das minhas previsões até porque falho quase todas, mas por uma vez posso dizer-vos que avisei. Super Jan vem subindo de forma e nada como onze polacos com problemas de coordenação motora para apurar os níveis de confiança do nosso central belga.
Grimaldo
Há nele uma intenção que quase nunca passa despercebida. Num plantel em que tantos laterais parecem decidir livrar-se da bola mais do que colocá-la num colega, as exibições de Grimaldo, mesmo as medianas, são refrescantes. Enquanto o oxigénio chegou ao cérebro foi dos que mais procurou encavar os polacos, ainda que não estivesse especialmente inspirado.
Gabriel
A dada altura ouvi o Pedro Henriques explicar que o Gabriel tenta sempre fazer passes mágicos, mas em cada 10 talvez acerte 4 ou 5. Não querendo entrar em polémicas estéreis, direi apenas que este número anda longe da verdade e que é preciso incluir ainda: o desgaste por cada passe errado adicional durante o mesmo jogo; o momento do jogo em que esse passe acontece, muitas vezes numa situação aparentemente promissora para a equipa; a postura do jogador no momento de alguns desses passes falhados, como se tentasse pintar um Pollock e um esguicho de tinta acertasse no chão em vez da tela. Assim talvez não pareciam tão poucos.
Chiquinho
Cumpriu defensivamente mas faltou brilhantismo no envolvimento com o ataque, que é aquela forma eufemística de dizer que queríamos ver um poeta mas calhou-nos um canalizador espirituoso. Continuo a ver mais pujança nas instastories dele do que nos remates à entrada da área.
Everton
Espero sempre mais do Everton, mas eu admito que a expectativa é culpa minha. A coisa disparou depois de eu encontrar um vídeo de 6 minutos e 48 segundos no YouTube intitulado “Everton Cebolinha ou Neymar?” refletindo sobre qual dos dois deveria ser titular na selecção brasileira. Todos sabemos que a questão não se colocaria no Benfica, uma vez que o Everton é titular indiscutível e o Neymar dificilmente tiraria o lugar ao Rafa. Talvez pudesse ir alternando com o Pedrinho como suplente utilizado.
Rafa
Discute-se muito se precisamos de um 6, de um 8, de um 9, de um 9 e meio ou de um 10 ou de todos estes. Olhando para as estatísticas defensivas e ofensivas do Rafa neste jogo, eu diria é que precisamos de mais um camião de Rafas.
Pizzi
Em crescendo. Neste momento só lhe falta entrar em campo com água de malvas para lavar o rabinho aos colegas. Duas assistências que ajudaram a resolver uma exibição meio enguiçada e nada entusiasmante na primeira parte. Tem um golo marcado a cada 47 minutos na Liga Europa. Se hoje vimos momentos com nota artística mais elevada deveram-se todos ao nosso patinho feio.
Darwin
Há jogadores que entram em campo como se fosse sempre a primeira vez. Já tivemos outros assim, como Martin Pringle, Azar Karadas e muitos mais. No caso destes, não era tanto a motivação que fazia cada jogo parecer o primeiro, mas a destreza com que tratavam a bola. Darwin consegue o melhor dos dois mundos, a beleza ingénua e aguerrida de uma eterna primeira vez aliada às virtudes de levar nas orelhas diariamente do mister Jesus. É destes que precisamos.
Waldschmidt
Procurou o espaço entre linhas, serviu colegas, fez o que podia para participar no jogo mas a tristeza era evidente. Entrou quando saiu a sua alma gémea uruguaia. O que será que Jorge Jesus tem contra esta cumplicidade entre dois homens? É o que vamos discutir amanhã à noite na CMTV. Conto convosco.
Seferovic
Dizem analistas que precisa de três ocasiões para marcar um golo. A não ser que as ocasiões coloquem a bola no seu pé direito. Nesse caso precisa de trinta e seis. Teve uma contra os polacos, portanto vai demorar.
Weigl
Um caso perdido. Podia marcar mais 10 destes e fazer outros 10 passes com inteligência acima da média e mesmo assim poucos iriam na conversa. Foi pena, Julian. Cheguei a sonhar. O golo marcado hoje e mais uma outra ação no jogo vão obrigar o editor de vídeo sub-contratado pelo Pini Zahavi a atualizar o vídeo “Melhores momentos” que já estava a caminho do YouTube e do email do diretor desportivo do Hertha Berlin. Por este andar ainda recuperamos o que gastámos nele.
Cervi
15 minutos, uma assistência para golo. Aprende, Rafa.
Pedrinho
A bola colada ao pé não engana. Há ali talento e potencial, apesar de fisicamente ainda fazer lembrar um daqueles craques identificados no GNT por um scout com privação de sono.

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