"Foi um Benfica persistente contra um Estoril-Praia bem organizado. No entanto, os principais problemas dos encarnados mantêm-se.
Aqui seguem alguns dos aspetos táticos observados neste jogo:
- Início de jogo com o Estoril a baixar o seu pivô para o meio dos centrais, estruturando-se num 5-4-1 em organização defensiva.
- Benfica regressou ao 4-4-2 habitual, com Rafa nas costas de Darwin Núñez. No entanto, o velocíssimo avançado do Benfica realizou várias permutas de posição, principalmente com Pedrinho – ambos alternaram entre o corredor central e a ala direita.
- Um dos maiores problemas deste Benfica é a falta de criação de oportunidades, com desequilíbrios gerados nos flancos. Hoje, tivemos um dèjá vu:
* Várias ocasiões em que a bola vinha a rodar por trás dum flanco para o outro e, tanto lateral (que estava mais dentro a preparar uma eventual perda), como extremo (por “predefinição”, estão sempre por dentro) não abriam. Se a falta de largura pode condicionar uma equipa, então este aspeto agrava-se quando o adversário alinha num 5-4-1, que tão bem a cobre.
* Principalmente no lado esquerdo, registaram-se vários lances em que Grimaldo tem a bola e os colegas, nomeadamente Everton, estão a fixar por dentro… mas para quê?! Eventuais movimentos dos extremos de dentro para fora podem a) arrastar marcações do corredor central, abrindo espaço para o lateral conduzir ou passar ou b) ganham as costas do lateral contrário e podem receber a bola nesse espaço.
* Várias ocasiões em que o Benfica pode cruzar, mas prefere voltar para trás, principalmente do lado esquerdo – e podem ver abaixo, nos destaques individuais, o porquê de não acontecer tanto no lado direito.
Destaques individuais
Diogo Gonçalves – não, não foi porque fez um jogo deslumbrante. Simplesmente pela variabilidade que pode aportar ao jogo do Benfica: pode dar acutilância a uma equipa muitas vezes lenta; pode dar qualidade no cruzamento a uma equipa que revela debilidades no jogo exterior. Combinou bem com Pedrinho, quando este lhe colocava bolas no espaço para atacar de primeira. Nasceram dali alguns lances de perigo, como por exemplo o canto que depois dá o golo.
Pedrinho – mais um dèjá-vu: a qualidade que dá entre linhas, mesmo quando o espaço é super reduzido. Na retina, ficam os passos açucarados para Digi e aquele passe que deixou Darwin na cara de Thiago Silva. Com mais minutos e num ambiente coletivo mais estável, prevê-se que possa dar muito mais. Tal como aconteceu com Diogo Gonçalves, não se entendeu a substituição, principalmente se nestes jogos os treinadores até aproveitam para rodar alguns jogadores.
Rafa – último dèjá-vu da noite: as finalizações de Rafa. Consegue tirar 5 adversários da frente de forma notável, mas acaba a atirar para fora. Teve outras três oportunidades para finalizar (uma delas em fora-de-jogo) e em nenhum conseguiu o golo. À parte disso, é o maior desequilibrador do Benfica, pela capacidade que tem para acelerar.
Crespo – um jogador diferenciado. Foi por ele que passou a maioria dos lances ofensivos dos canarinhos. É difícil tirar-lhe a bola, dá seguimento às jogadas, ora de forma mais criativa, aproximando a equipa da baliza adversária, ora em apoio. Ainda apareceu de trás para a frente, no apoio ao ataque. Jogador para outros voos."
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