terça-feira, 2 de março de 2021

PERSEGUIÇÃO MILIONÁRIA



 "Depois do empate no clássico, o Benfica entrou em campo com a expectativa de voltar a aproximar-se do FC Porto, encurtando também distâncias para o Sporting de Braga, e se a primeira parte começou com Everton a encontrar a barra da baliza de Kieszek, rapidamente os encarnados voltaram à letargia dos tempos recentes.

Perdidos entre a ausência de um verdadeiro homem de área que possa responder aos cruzamentos provenientes da chegada ao último terço pelos corredores laterais – Porque não joga mais Gonçalo Ramos, quando de todos é o mais capaz de finalizar em espaços mais curtos, precisamente o tipo de criação habitual num clube grande – e as dificuldades criativas para romper o espaço nas costas dos médios adversários, o Benfica viu o Rio Ave perder o temor e soltar-se para o jogo, chegado de forma mais perigosa à baliza de Hélton Leite do que a própria equipa da casa.
O intervalo chegou com a sensação de que o habitual Benfica de Jorge Jesus versão 2021 se manteria. Todavia, a entrada para a etapa complementar foi totalmente diferente, e o Benfica pressionante, recuperador da posse, e de chegada junta em ataque posicional, cercando opositores para que na perda voltasse a ganhar.
Antes do golo de Seferovic, foi Luca que por diferentes vezes prometeu diferente. A velocidade da circulação encarnada aumentou de forma exponencial, as oportunidades para marcar foram-se sucedendo, e já em vantagem a troca de Adel e Luca por Pizzi e Chiquinho trouxe um Benfica ainda mais rápido e assertivo. Sem o marroquino a prender a bola, esta passou a chegar mais vezes e mais veloz ao último terço. Cada ataque tornou-se uma possibilidade e sem surpresa Everton (mais uma vez – somou duas assistências) ofereceu o golo da tranquilidade a Pizzi.
O português em apenas trinta minutos teve três lances clamorosos para marcar e formou uma sociedade com o mais adiantado Chiquinho que trouxe vitalidade e velocidade ao ataque encarnado.
Uma segunda parte suficientemente prometedora para que se possa considerar que os encarnados têm potencial para ir atrás dum lugar na liga milionária.

Destaques:
Everton -  pelas duas assistências e lances que definindo mais rápido colocou o Benfica nas “imediações” do golo. De todos os elementos do plantel é o que denota mais capacidade para ser decisivo no último terço. Aproveitou o jogo para somar mais “números”;
Pizzi e Chiquinho – Duas entradas que mudaram o jogo encarnado. O acerto no passe de Pizzi e a sua chegada à grande área, combinada com a progressão em posse de Chiquinho permitiram explorar um Rio Ave cuja linha média começava a demonstrar dificuldades para colar ao sector defensivo;
Weigl – Os 91% de acerto em posse traduzem o pêndulo ofensivo que foi ao longo de todo o jogo. Recebe sempre para o sítio certo e das suas decisões o jogo flui. Está mais agressivo do que nunca, fecha os espaços e também já recuperou bolas que permitiram ataques rápidos perigosos. É um dos jogadores que tem aproveitado os últimos tempos para provar qualidade;
Diogo Gonçalves – 94% de passes certos mesmo com várias decisões “arriscadas” – A forma tensa como entrega a bola dentro ou procura as zonas de finalização em cruzamento, é muito diferenciadora, sobretudo se comparada com as possibilidades de rendimento de Gilberto. Fisicamente e Tecnicamente a um nível elevadíssimo, tornou-se numa arma importante do ataque posicional encarnado. Agora o Benfica pode desequilibrar por fora."

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