"Descobre quais são as 5 históricas remontadas do SL Benfica!
Como foi prodigiosa a resistência pacense na Luz. O 4-1 final não transparece a urgência do SL Benfica em recorrer dos seus míticos ‘15 minutos’ para ultrapassar mais uma eliminatória da Taça: Jorge Simão alimentou preparação competente e só uma remontada daquele nível o poderia derrotar naquela noite.
Inspirados pela mesma, tentámos uma exercício de memória – que nunca o é quando tivemos o azar de nascer tarde, obrigado somos a vasculhar tudo e mais alguma coisa movidos pela sede de conhecimento do mundo da bola.
Como Jorge Simão, fomos explorar e estudar as fragilidades do monstro contrário – a história do SL Benfica oferece surpresas a cada página, jogos tão míticos que, aos tempos de hoje, fica difícil assimilar o impacto na época, por força do contexto que os envolveu e que nos é desconhecido.
A curiosidade nasce precisamente aí, no que contribuiu para o resultado dentro e fora do pelado, as incidências que transformaram um jogo normal numa ‘remontada’ que marcou uma geração – que, tristemente, a força do tempo vai colocando nas profundezas da memória coletiva.
Eis cinco reviravoltas épicas do palmarés encarnado prontas a ser revividas por quem se interessa pelas origens do benfiquismo e de como chegámos nós até aqui.
1. FC Porto 1-2 SL Benfica (Taça de Portugal 2003-04 – final)
O FC Porto de Mourinho era titular da Taça UEFA e preparava a final da Liga dos Campeões, jogada daí a duas semanas em Gelsenkirchen. Nas bancadas do Jamor, a massa encarnada empunhava tarja curiosa que se lia “Apoiamos as nossas cores: força Mónaco”, provocando o topo contrário e aquecendo ainda mais os ânimos daquele clássico.
O SL Benfica de Camacho tinha ganho o segundo lugar à ‘rasca’ ao Sporting CP de Fernando Santos com uma vitória em Alvalade na penúltima jornada e a chegada à final da Taça representava hipótese de conquistar um troféu… oito anos depois.
Sobre tudo isso, um objetivo e pensamento muito mais prioritário – honrar Miklos Féher, que se tinha despedido em janeiro dessa época, oferecendo-lhe aquela Taça. Era missão sacramental e sentido de dever moral de um grupo atordoado ainda pela maior das infelicidades.
O golo de Derlei na primeira metade foi provocação ainda maior ao brio daquele conjunto de jogadores – Fyssas empatou ainda antes do interregno e Simão concretizou, em chapéu de aba larga a Vítor Baía, o 2-1 final já no prolongamento.
Camacho, banhado pela fúria competitiva transformada em suor, era um homem feliz e realizado. Adorado por todos, não resistiria ao chamamento do seu primeiro amor – o Real Madrid CF – e sairia nesse verão, iluminado por uma aura de Messias.
2. FC Porto 1-3 SL Benfica (Campeonato 1971-72, 1ª jornada)
No segundo ano de Jimmy Hagan ao comando dos encarnados começava-se a desenhar equipa e sistema que permitiria ser campeão invicto em 1972-73.
Se 70-71 tinha sido em crescendo, com o salto para a frente da classificação apenas à 22ª jornada – ultrapassando o Sporting CP – interessava agora manter a toada e garantir a liderança desde o tiro de partida.
A 12 de setembro de 1971 o SL Benfica ia às Antas estrear-se no campeonato, o FC Porto esperava o campeão sedento de vingança: e começou bem, indo para intervalo a ganhar 1-0.
Mas uma segunda parte avassaladora dos encarnados – que jogaram com menos um desde os 55’ (!) por expulsão de Humberto Coelho – confirmaria a ideia que se concretizaria em maio seguinte: o SL Benfica de Hagan era a equipa mais competente do país e poucos se conseguiam bater de igual contra ela.
Só o surpreendente Vitória setubalense comandado por Pedroto, segundo classificado final, tentou ingloriamente intrometer-se na luta pelo título.
3. SL Benfica 5-4 Sporting CP (Taça de Portugal 1951-52 – final)
O SL Benfica perdia 3-4 aos 71’. No Jamor suava-se de ansiedade pela enxurrada de golos e constante trocas de vantagens. Em jogo estava o brio encarnado: em caso de vitória, alcançar-se-ia o recorde leonino de três consecutivas.
Águas faz o 4-4 aos 72’, nem permitindo grandes festejos e remete o jogo para período de monotonia até aí desconhecido. Rogério Pipi, o homem das finais de Taça (marcou em todas que participou, 15 golos) desfez a igualdade aos 89’- redimindo-se, já que havia falhado grande penalidade ainda na primeira parte.
“Quando o Águas me passou a bola, tive um pressentimento, via a Taça na minha frente (…) pareceu-me que a bola levou um século a chegar ao fundo da baliza”.
Levantou a taça o mítico capitão Francisco Ferreira. A última ocasião em que o fez, já que teria a sua despedida em setembro do mesmo ano.
4. Vitória FC 3-8 SL Benfica (Campeonato da Liga 1944-45)
No último campeonato disputado por apenas dez clubes – passaria a 12 em 45/46 – e a 18 rondas, o SL Benfica foi campeoníssimo: 79 golos marcados, média de 4,3 por jogo e oito goleadas (onde marcou cinco ou mais golos).
Além deste 8-3 no Campo dos Arcos em Setúbal, outros para a troca foram o 11-3 ao Salgueiros ou o 7-2 ao FC Porto, quarto classificado.
Nas margens do Sado, o SL Benfica foi para intervalo a perder por… 3-1, abalroando o frágil Vitória FC apenas nos segundos 45’, nos quais Espírito Santo assinou hattrick para responder ao do sadino Rodrigues.
5. SL Benfica 2-1 Sporting CP (Campeonato de Portugal 1934-35 – final)
No terceiro Campeonato de Portugal – que depois se tornou Taça – ganho pelos encarnados, a primeira final frente aos rivais leoninos: e por isso também se escreveu história.
Como comprovativo do prestígio da ocasião, Marechal Carmona fez-se representar enquanto Presidente da República, gerindo as celebrações que levaram ao Estádio do Lumiar 30 mil adeptos, um recorde.
Aquele SL Benfica, comandado pelo carismático Ribeiro dos Reis, fora para o intervalo a perder por causa de um golo de Mourão (41’). Contudo, bastaram cinco minutos no início da segunda metade para se proceder à reviravolta – Lucas e Valadas, aos 50′ e aos 55′, deram o troféu à equipa.
A temporada 1934-35 ficaria marcada pela primeira ocasião em que Campeonato de Portugal e o da Liga se disputaram paralelamente."
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